A Negação do Trabalho e da Exploração Infantil no Discurso Publicitário / The Negation of Labour and Child Exploitation in Commercial Speech

Carla Letuza Moreira e Silva

Resumo


Neste estudo, pretende-se analisar sentidos ligados à manutenção da infância no discurso publicitário em sua relação com o silenciamento/interdito da desigualdade e produção do efeito de responsabilidade social. Para tanto, analisam-se peças publicitárias sobre a exploração do trabalho infantil produzidas pelo Unicef e Ministério Público do Trabalho e CEEE, do Sul do Brasil, sobre ser criança e sua relação com sentidos negativados de trabalho adulto na infância. Em A negação do trabalho e da exploração infantil no discurso publicitário, analisa-se o sentido do brincar e do trabalho no discurso das crianças e no publicitário. Apanha-se a relação da FDMI com a formação discursiva do Mercado (FDM) por oposição em que se nega a criança mercadoria e o trabalho na infância para refutar posições de sujeito que oprimem a criança em sociedade. São esses sentidos que remetem a modos de discursivizar a infância e o ser criança em relação ao real histórico e jurídico, com o silenciamento e o interdito das desigualdades sociais.

 

Palavras-Chave: Criança. Trabalho E Exploração Infantil. Análise Do Discurso. Discurso Publicitário.

 

ABSTRACT

 

 This study aims to analyze meanings linked to child maintenance in advertising discourse in their relationship as muting / interdict inequality and production of social responsibility effect. Therefore, we analyze advertisements on the exploitation of child labor produced by UNICEF and the Ministry of Labor and CEEE, South of Brazil, about being a child and their relationship to negative results way of working adult in childhood. In Denial of labor and child exploitation in advertising discourse analyzes the sense of play and work in the children's speech and advertising. Catch up the relationship of FDMI with the discursive formation Market (FDM) as opposed to that denies the child merchandise and work in childhood to refute subject positions that oppress the child in society. These are ways that lead to ways of discursivizar childhood and being a child in relation to the real historical and juridical, with the silencing and the interdict social inequalities.

  

Keywords: Child Labor And Child Exploitation. Discourse Analysis. Advertising Discourse.

 


Texto completo:

PDF RAR XML

Referências


ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

BADINTER, E. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BRUCKNER, Pascal. A euforia perpétua: ensaios sobre o dever de felicidade. Rio de Janeiro: Difel, 2002.

DAVALLON, J. “A imagem, uma arte de memória”. ACHARD, Pierre (org.). In: O papel da memória. São Paulo: Pontes, p. 23-37, 1999.

FORTUNA, T. R. Vida e morte do brincar. In: Ávila, I. S. (org.) Escola e sala de aula: mitos e ritos. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. P. 47-59.

HANSEN, F. Heterogeneidade discursiva: o atravessamento do outro no processo criativo do discurso publicitário. Porto Alegre: UFRGS, 2009. (Tese de Doutorado)

INDURSKY, F. Polêmica e denegação: dois funcionamentos discursivos da negação. In: Eni Pucinelli Orlandi e João Wanderley Geraldi (Orgs.). Cadernos de Estudos Linguísticos. Campinas, 1990. n. 19, p. 117-122.

LESSA, S.; TONET, Ivo. Introdução à filosofia de Marx. São Paulo: Expressão Popular, 2008.

MARÍN-DIAZ, D. L. Infância: discussões contemporâneas, saber pedagógico e governamentalidade. Porto Alegre, 2009. Tese de Doutorado.

MARX, K. O Capital. 7. ed. resumida. Rio de Janeiro: LTC, 1982.

MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos escolhidos. 2 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978. Os pensadores.

MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. 11 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

ORLANDI, E. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 6. ed. São Paulo: Editora da Unicamp, 2007.

ORLANDI, E. Discurso e texto: formulação e circulação dos sentidos. 2. ed. São Paulo: Pontes, 2005.

ORLANDI, E. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. 4. ed. São Paulo: Pontes, 2004.

ORLANDI, E. A leitura e os leitores. 2. ed. São Paulo: Pontes, 2003.

ORLANDI, E. Análise de discurso: princípios & procedimentos. 3. ed. São Paulo: Pontes, 2001.

ORLANDI, E. P. “Maio de 1968: os silêncios da memória”. ACHARD, Pierre (org.). In: O papel da memória. São Paulo: Pontes, p. 59-69, 1999.

ORLANDI, E. Discurso, imaginário social e conhecimento. In: Revista Em Aberto, Brasília, ano 14, n.61, jan./mar. 1994.

SILVA SOBRINHO, H. F. Discurso, velhice e classes sociais: a dinâmica contraditória do dizer agitando as filiações de sentidos na processualidade histórica. Maceió: Edufal, 2003.

SILVA, M. R. Trama doce-amarga: (exploração do) trabalho infantil e cultura lúdica. Ijuí: Ed. Unijuí; São Paulo: Hucitec, 2003.

SOUZA, C. P. A morte interdita: o discurso da morte na história e no documentário. In: Doc On-line, n.07, Dezembro, www.doc.ubi.pt, p. 17-28, 2009. http://www.doc.ubi.pt/07/dossier_christiane_souza.pdf

SOUZA, J. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade periférica. Belo Horizonte: Editora EFMG e Rio de Janeiro: IUPERJ, 2006.

SOUZA, J. “A gramática social da desigualdade brasileira” In: Jessé Souza (Org.). A invisibilidade da desigualdade brasileira. Belo Horizonte: UFMG, 2006. p. 9-53.




DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2016.13.4.11

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Ficheiro:Cc-by-nc-nd icon.svg

Atribuição (BY): Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, conquanto que deem créditos devidos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
Não Comercial (NC): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais
Sem Derivações (ND): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar apenas cópias exatas da obra, não podendo criar derivações da mesma.

 


ISSN 1806-6356 (Impresso) e 2317-2983 (Eletrônico)