“Só Existe Macho e Fêmea, o Resto é Gambiarra”: Analisando Discursos da Campanha Fala Homem / "Only There is Male and Female, the Rest is Quick Fix": A Analysis of Discourses of a Manifest

Renan Gomes de Moura, Rejane Prevot Nascimento

Resumo


Os comportamentos que temos hoje “pertencentes” a homens e mulheres e tidos como “normais” foram socialmente construídos e “no âmbito dos estudos sobre gênero e sexualidade, o tema da masculinidade adquiriu grande visibilidade nas últimas décadas. No final do século passado, o gênero masculino foi transformado em objeto científico” (HEILBORN, 2010, p.109). Eevidencia-se que existe um ideal de masculinidade, o qual está associado a diversos comportamentos e características que seriam representativas do homem ideal (SOBAL, 2005; CONNELL; MESSERSCHMIDT, 2013). Esta pesquisa tem por objetivo compreender os diferentes posicionamentos discursivos manifestados por usuários de redes sociais sobre o que é ser homem. O método utilizado no presente artigo para coleta dos dados consistiu no uso da netnografia.

Palavras-chave: Masculinidade Hegemônica. Masculinidades. Netnografia. Gênero, Dominação masculina.

ABSTRACT

The behaviors that we have today "belonging" to the men and women and regarded as "normal" have been socially constructed and "under the gender and sexuality studies, the theme of masculinity has acquired great visibility in recent decades. At the end of the last century, the male gender was transformed into a scientific object "(HEILBORN, 2010, p. 109). Eevidencia-if there is an ideal of masculinity, which is associated with the various behaviors and characteristics that would be representative of the ideal man (SOBAL, 2005; CONNELL; MESSERSCHMIDT, 2013). This research aims to understand the different discursive positions expressed by users of social networks about what a man is. The method used in this article for data collection consisted in the use of netnography.

Keywords: Hegemonic Masculinity. Masculinities. Netnography. Gender. Male Domination.


Texto completo:

PDF RAR XML

Referências


ADADE, D. R; BARROS, Denise Franca. Mas será só Marketing? A utilização da Netnografia e da Análise de Discurso Mediada por Computador (ADMC) como alternativas metodológicas para investigação de fenômenos da Administração. In: Anais do V Congresso Nacional de Administração e Ciências Contábeis – AdCont. Rio de Janeiro, 2014.

ALMEIDA, M. V. Género, Masculinidade e Poder Revendo um caso do Sul de Portugal. In: Anuário Antropológico, v.95, Portugal, 1996.

BARKER, G. T. Homens na linha de fogo – juventude, masculinidade e exclusão social. Rio de Janeiro: 7letras, 2008.

BAUER, M. W.; AARTS, B. A construção do corpus: um princípio para a coleta de dados qualitativos. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George (Orgs). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

BEAUVOIR, S. O segundo sexo: Fatos e mitos. v.1. São Paulo: Nova Fronteira, 1970.

BERNINI, L. Macho e fêmea Deus os criou!? A sabotagem transmodernista do sistema binário sexual. Bagoas, n. 06, 2011.

BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: BestBolso, 2014.

BUTLER, J. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade; Trad. Renato Aguiar. – 2º ed. – Rio de Janeiro: civilização Brasileira, 2015.

COELHO, S. M. P. F; CARLOTO, Cássia Maria. Os sentidos da masculinidade nas relações de gênero e a violência efetivo-conjugal. Revista Emancipação, 7(2): 115-136, 2007.

CONNELL, R. W. The social organization of masculinity. In: Mccann, Carole R; Connell, Robert W.; Messerschmidt, James W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Estudos Feministas, Florianópolis, 21(1): 241-282, janeiro-abril/2013.

CORBIN, A. A virilidade reconsiderada sob o prisma do naturalismo. In: Corbin, Jean-Jacques; Courtine, Georges Vigarello. História da Virilidade: O triunfo da virilidade: o século XIX. Petrópolis: Editora Vozes, 2013.

FIALHO, F. M. Uma crítica ao conceito de masculinidade hegemônica. Working Papers, p. 14, 2006.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Tradução de Rachel Ramalhete. 34. ed., Petropólis, RJ: Vozes, 2007.

HAYWOOD, C; MAC AN GHAILL, M. Men And Masculinities: Theory, research and social practice. Philadelphia: Open University Press, 2003.

HEILBORN, M. L. Homens jovens e os atropelos da heterossexualidade: contracepção e aborto. In: MEDRADO, Benedito; LYRA, Jorge; AZEVEDO, Mariana; BRASILINO, Jullyane (org). Homens e masculinidades: práticas de intimidade e políticas públicas. Recife: Instituto PAPAI, 2010.

KAUFMAN, M. The construction of masculinity and the traid of men´s violence. In. Kaufman, Michael (Ed). Beyond Patriarchy: Essays on Pleasure, Power, and Change. Toronto, Oxford University Press, 1987.

KIM, SEUNG-KYUNG. Feminist local and global theory perspectives reader. New York: Routledge, 2005.

KOZINETS, R. V. Netnografia: realizando pesquisa etnográfica. Porto Alegre: Penso, 2014.

LARAIA, R. B. Cultura: Um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

LOURO, G. L. Um corpo estranho: Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2006.

MOLINIER, P; WELZER-LANG, D. Feminilidade, masculinidade, virilidade. In: HIRATA, Helena; et al (orgs). Dicionário Critico do feminismo. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

MONTARDO, S. P., ROCHA, P. J. Netnografia. Incursões metodológicas na cibercultura. Revista E-compós, 2005, v. 4, Brasilia.

NOLASCO, S. O mito da masculinidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Rocco; 1995.

__________________. “Um homem de verdade”. In: CALDAS, Dario (org.). Homens:- comportamento-sexualidade-mudança. São Paulo: SENAC, 1997.

REINISCH , J. M; ROSENBLUM, L. A.; SANDERS, S. A. Masculinity Pemininity: An Introduction. In: Reinisch ,June Machover; Rosenblum, Leonard A.; Sanders, Stephanie A. Masculinity/Femininity:Basic Perspectives. New York: Oxford, 1987.

REYNAUD, E. Holy Virility: The Social Construction of Masculinity. In: MURPHY, Peter F. Feminism and masculinities. New York: Oxford, 2004.

SANTOS, V. F. Gênero, masculinidades, violências. Revista Todavia, Ano 1, nº 1, jul. 2010.

SAWYER, J. On Male Liberation. In: MURPHY, Peter F. Feminism and masculinities. New York: Oxford, 2004.

SCOTT, J. Gênero: uma Categoria Útil de Análise Histórica. Educação e Realidade, v.20, n.2, julho/ dezembro 1995.

SIMPSON. R. Masculinity at Work: The Experiences of Men in Female Dominated Occupations. Work Employment and Society, Vol 18, 2, 2004.

SOBAL, J. M, meat, and marriage: Models of masculinity. Food & Foodways, 13, p. 135- 158, 2005.

THOMPSON, E. P. Costumes em comum. São Paulo: Cia das Letras, 1998.




DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2018.15.1.3

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Ficheiro:Cc-by-nc-nd icon.svg

Atribuição (BY): Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, conquanto que deem créditos devidos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
Não Comercial (NC): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais
Sem Derivações (ND): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar apenas cópias exatas da obra, não podendo criar derivações da mesma.

 


ISSN 1806-6356 (Impresso) e 2317-2983 (Eletrônico)