Influências de Práticas de Trabalho mais flexíveis no Turnover do CEO: Uma Análise a Partir da Perspectiva de Alunos de Gestão / Influences of More Flexible Work Practices on the CEO'S Turnover: An Analysis from the Perspective of Management Students
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar a percepção dos acadêmicos da área de gestão sobre as práticas de trabalho mais flexíveis e a intenção de turnover voluntário de CEO’s. As empresas têm utilizado vários mecanismos de flexibilização das práticas de trabalho, que possuem reflexos sobre a rotatividade do diretor executivo (CEO). A teoria Stewardship foi utilizada como base por estar diretamente ligada a aspectos relacionados à motivação do gestor no ambiente organizacional. A pesquisa obteve 81 respostas, via questionário, e analisou como os acadêmicos de gestão percebem a influência das políticas de trabalho mais flexíveis e a intenção do turnover, a partir de 4 cenários desenvolvidos com as seguintes variáveis: maior disponibilidade de tempo, conciliação trabalho-família, flexibilização das horas de trabalho, práticas home office, bem-estar e satisfação organizacional. As questões acerca da saída ou permanência do CEO na organização envolvem termos como: abandonar o cargo, sair do cargo, permanecer na companhia e continuar na empresa. Os resultados da pesquisa mostraram uma menor intenção de turnover conforme a percepção dos acadêmicos, os participantes percebem que a utilização dessas alternativas de trabalho contribui para permanência do CEO na organização, sendo motivado a permanecer nas companhias que disponibilizam um ambiente melhor para o desenvolvimento das atividades laborais. Os achados da pesquisa indicam que práticas como uma maior satisfação organizacional diminuem a intenção de turnover voluntário.
Palavras-chave: Flexibilização do Trabalho. CEO. Turnover. Voluntário. Teoria Stewardship.
ABSTRACT
The objective of this article is to analyze the perception of management academics about more flexible work practices and the intention of voluntary turnover of CEOs. Companies have used various mechanisms to make work practices more flexible, which have an impact on the turnover of the executive director (CEO). The Stewardship theory was used as a basis for being directly linked to aspects related to the manager's motivation in the organizational environment. The survey obtained 81 responses, via a questionnaire, and analyzed how management academics perceive the influence of more flexible work policies and the intention of turnover, based on 4 scenarios developed with the following variables: greater availability of time, work- family, flexible working hours, home office practices, well-being and organizational satisfaction. Questions about the departure or retention of the CEO in the organization involve terms such as: leaving the position, leaving the position, remaining in the company and continuing in the company. The survey results showed a lower turnover intention according to the perception of the academics, the participants perceive that the use of these work alternatives contributes to the CEO's permanence in the organization, being motivated to remain in companies that provide a better environment for the development of activities labor. The research findings indicate that practices such as greater organizational satisfaction decrease voluntary turnover intention.
Keywords: Flexibility of Work. CEO. Voluntary Turnover. Stewardship Theory.
Referências
ARGOTE, L et al. (1995). Group learning curves: the effects of turnover and task complexity on group performance 1. Journal of Applied Social Psychology, 25(6), 512-529.
CARRÃO, A. M. R; MONTEBELO, M. I. D. L. (2009). Os conceitos de teoria e prática na percepção de egressos do curso de administração. Administração: Ensino e Pesquisa, 10(3), 33-57.
CERIBELI, H. B; FERREIRA, F. J. R. (2016). Uma análise da relação entre flexibilização do trabalho, comprometimento organizacional e intenção de permanência na organização. Journal of Globalization, Competitiveness & Governability/Revista de Globalización, Competitividad y Gobernabilidad/Revista de Globalização, Competitividade e Governabilidade, 10(3), 37-56.
CERIBELI, H. B; GOUVEIA, P. N. (2019). Uma análise da relação entre a flexibilização dos arranjos laborais, a qualidade do ambiente de trabalho e a exaustão do trabalhador. Revista ADM. MADE, 23(2), 39-58.
CERIBELI, H. B; MIGNACCA, T. P. (2019). Uma Análise da Influência da Flexibilização do Trabalho sobre a Satisfação do Trabalhador e o Comportamento de Cidadania Organizacional. GESTÃO. Org, 17(1), 88-104.
CHAKRABORTY, A; SHEIKH, S. (2008). Corporate governance mechanisms and performance related CEO turnover. In Institutional Approach to Global Corporate Governance: Business Systems and Beyond. Emerald Group Publishing Limited.
CORTINA, J. M. (1993). What is coefficient alpha? An examination of theory and applications. Journal of applied psychology, 78(1), 98.
CRISTINA BERND, D; MARIA BEUREN, I. (2020). Percepção de justiça organizacional e seus reflexos na satisfação e intenção de turnover de auditores internos. Revista Universo Contábil, 16(1).
DE MOURA, G. R et al. (2009). Identification as an organizational anchor: How identification and job satisfaction combine to predict turnover intention. European Journal of Social Psychology, 39(4), 540-557.
DAVIS, J; SCHOORMAN, F. E; DONALDSON, L. (1997a). Rumo a uma teoria de gestão de gestão. Academy of Management Review, Vol. 22, pág. 20.
FACHIN, R. C; MENDONÇA, J. R. C. (2003). O conceito de profissionalização e da teoria institucional. Organizações, instituições e poder no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 19-41.
FERREIRA, M. L. C. B; SIQUEIRA, M. M. M. (2005). Antecedentes de intenção de rotatividade: estudo de um modelo psicossocial. Revista Organizações em Contexto, 1(2), 47-67.
HERNÁNDEZ-NIETO, R. A. (2002). Contributions to statistical analysis. Mérida: Universidad de Los Andes, 193.
HAUBRICH, D. B; FROEHLICH, C. (2020). Benefícios e desafios do home office em empresas de tecnologia da informação. Revista Gestão & Conexões, 9(1), 167-184.
HUANG, T. C; LAWLER, J; LEI, C. Y. (2007). The effects of quality of work life on commitment and turnover intention. Social Behavior and Personality: an international journal, 35(6), 735-750.
KEAY, A. (2017). Stewardship theory: is board accountability necessary?. International Journal of Law and Management.
KOSSEK, E. E; THOMPSON, R. J. (2016). Workplace flexibility: Integrating employer and employee perspectives to close the research–practice implementation gap. The Oxford handbook of work and family, 255.
LARKIN, J. M. (1995). Managing employee turnover is everyone’s business. National Public Accountant, 40(9), 34-36.
LEMOS, A. H. D. C; BARBOSA, A. D. O; MONZATO, P. P. (2021). Mulheres em home office durante a pandemia da covid-19 e as configurações do conflito trabalho-família. Revista de Administração de Empresas, 60, 388-399.
MADISON, K et al. (2016). Viewing family firm behavior and governance through the lens of agency and stewardship theories. Family Business Review, 29(1), 65-93.
MURPHY, K., ZIMMERMAN, J., 1993. Desempenho financeiro em torno da rotatividade do CEO. Jornal de Contabilidade e Economics 16, 273-316.
MENDES, A. M. V. (2014). Identificação organizacional, satisfação organizacional e intenção de turnover: estudo com uma amostra do setor das telecomunicações (Doctoral dissertation).
MOEN, P; KELLY, E. L; HILL, R. (2011). Does enhancing work-time control and flexibility reduce turnover? A naturally occurring experiment. Social problems, 58(1), 69-98.
MOEN, P et al. (2017). Can a flexibility/support initiative reduce turnover intentions and exits? Results from the work, family, and health network. Social Problems, 64(1), 53-85.
MOUTINHO, A. L; PENHA, R. S; MARQUES, M. A. D. N. C. (2020). Teoria Stewardship na Contabilidade: Desafios, Tendências e Influência. Revista Metropolitana de Governança Corporativa (ISSN 2447-8024), 4(2), 69.
NOE, R et al. (2006). Human Resources Management: Gaining A Competitive Advantage. New York: McGraw-Hill Education.
PRICE, J. L; MUELLER, C. W. (1981). A causal model of turnover for nurses. Academy of management journal, 24(3), 543-565.
PASTORIZA, D. E; ARINIO, M. (2008), “Quando os agentes se tornam Stewards: introduzindo o aprendizado em a teoria da mordomia”, disponível em: www.iese.edu/en/files / 6_40618.pdf
RODRIGUES, A. A. D. O. N. (2013). Uma análise comparativa entre a Teoria da Agência e a Stewardship. Revista Fafibe Online, 6, 67-77.
SHAW, J. D et al. (1998). An organization-level analysis of voluntary and involuntary turnover. Academy of management journal, 41(5), 511-525.
SILVA, S. S; COSTA, R. S. (2018). Teoria da Agência, Stewardship e Stakeholders: Um ensaio sobre sua relevância no contexto das organizações. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, 8(3), 77-91.
VIEIRA, C. A. M; MARTINS, O. S. (2018). Influência da estrutura do conselho de administração e do controle corporativo no turnover do CEO das empresas abertas no Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, 15(34), 181-201.
WASTI, S. A. (2003). Organizational commitment, turnover intentions and the influence of cultural values. Journal of Occupational and organizational Psychology, 76(3), 303-321.
DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2022.19.6.5
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Atribuição (BY): Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, conquanto que deem créditos devidos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
Não Comercial (NC): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais
Sem Derivações (ND): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar apenas cópias exatas da obra, não podendo criar derivações da mesma.
ISSN 1806-6356 (Impresso) e 2317-2983 (Eletrônico)