A Ressignificação da Figura do Brechó como Lugar de Memórias / The Resignification of the Thrift Store as a Place of Memories

Maria Julia Muniz Lourenço, Heloisa Juncklaus Preis Moraes

Resumo


Popularmente conhecido como um local que vende roupas usadas, o brechó, na pós-modernidade, passou por ressignificações. Com isto, a partir dos conceitos de Nora (1993) de “lugar de memória”, este artigo objetiva discutir se o brechó poderia ser tomado como além deste: um lugar de memórias, no plural. Assim, visualizado não apenas como um local de comércio, mas também como local de imagens e de memórias mobilizadas pelo imaginário. Para isso, analisaram-se os aspectos definidos por Nora (1993), associando com as características presentes na figura do brechó, a conceitos do imaginário explorados principalmente por Durand (2019), Maffesoli (2001) e Silva (2020). A pesquisa possui caráter bibliográfico e sua importância efetua-se ao explorar um fenômeno que vem se ressignificando na pós-modernidade.

 

Palavras-chave: Brechó. Memória. Imaginário. Lugar de Memórias.

 

ABSTRACT

 

Popularly known as a place that sells used clothes, the thrift store, in post-modernity, underwent resignifications. With this, based on Nora's (1993) concepts of “place of memory”, this article aims to discuss whether the thrift store could be taken as beyond this: a place of memories, in the plural. Thus, viewed not only as a place of commerce, but also as a place of images and memories mobilized by the imaginary. For this, the aspects defined by Nora (1993) were analyzed, associating them with the characteristics present in the thrift store, and associated it with imaginary concepts explored mainly by Durand (2019), Maffesoli (2001) and Silva (2020). The research has a bibliographic character, and its importance is carried out by exploring a phenomenon that has been changing in post-modernity.

 

Keywords: Thrift Store. Memory. Imagery. Place of Memories.


Texto completo:

PDF RAR XML

Referências


ANJOS, Nathalia. O cérebro e a moda. São Paulo: Editora Senac, 2020.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Obras escolhidas: Magia e técnica, arte e política . 6 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

DALTOÉ, Andréia da Silva. Déjá-vu e Rendez-vous: Os atravessamentos da memória no fazer do analista de discurso. In: FLORES, Giovana G. Benedetto, et.al (Orgs).Análise de Discurso em rede: Cultura e Mídia.V.4.Campinas: Pontes Editores, 2019.

DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. São Paulo: Martins Fontes, 2019.

DUTRA, Lucas de Menezes; MIRANDA, Victor Fernandes Duarte. COMUNICAÇÃO, MODA E MEMÓRIA: A roupa de brechó como parte do processo de construção da narrativa do indivíduo. 2013. 138 f. Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

LEGROS, Patrick et al. Sociologia do Imaginário. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2014. 287 p.

MAFFESOLI, Michel; MAFFESOLI, Michel. No fundo das aparências. Vozes, 1996.

____________. O imaginário é uma realidade. In: Revista Famecos: mídia, cultura e tecnologia, Porto Alegre, v. 8, n. 15, p. 74-82, ago. 2001. Disponível em: . Acesso em: 02 jul. 2021.

MORAES, Heloisa Juncklaus Preis; BRESSAN, Luiza Liene; FERNANDES, Ana Caroline Voltolini. Foto-grafia: registros de um ambiente como imagem de pertencimento e memória afetiva - o pátio interno da Unisul, Tubarão/SC. In: LINS, Eunice Simões; MORAES, Heloisaa Juncklaus Preis (org.). Trilhas do Imaginário: (re) visitando espaços e memórias. João Pessoa: Ufpb, 2020. p. 19-38.

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Proj. História, v. 10, 2013.

PITTA, Danielle P. R. Iniciação à teoria do imaginário de Gilbert Durand. Rio de Janeiro: Editora CRV, 2017.

POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-212, 1992.

ROBIN, Régine. A memória saturada. Campinas: Unicamp, 2016.

SILVA, Juremir Machado da. Cinco versões de imaginário. Revista Memorare, v. 7, n. 3, p. 8-14, 2020.

STALYBRASS, Peter. O Casaco de Marx: roupas, memória, dor. Traduzido por Tomaz Tadeu. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

TEIXEIRA, Maria Cecília Sanchez; ARAÚJO, Alberto Filipe. Gilbert Durand: imaginário e educação. Niterói: Intertexto, 2011. 116 p.




DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2022.19.7.14

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Ficheiro:Cc-by-nc-nd icon.svg

Atribuição (BY): Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, conquanto que deem créditos devidos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
Não Comercial (NC): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais
Sem Derivações (ND): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar apenas cópias exatas da obra, não podendo criar derivações da mesma.

 


ISSN 1806-6356 (Impresso) e 2317-2983 (Eletrônico)