Gênero como Prática nas Organizações / Gender as Practice in Organizations

Ana Carolina Júlio, Roberto Higashi, Lucas Poubel

Resumo


Este ensaio teórico tem como objetivo analisar as contribuições da epistemologia de Schatzki para o entendimento do gênero enquanto uma prática social. Assim, considera-se que é possível fazer um paralelo entre o acontecimento dos(as) fenômenos/práticas sociais da epistemologia de Schatzki e a performatividade de gênero de Butler. Apesar de o gênero ser materializado no espaço organizacional, no e através dele, de acordo com a normatividade que molda a vida organizacional, tal tema é relativamente negligenciado pelos Estudos Organizacionais. Apesar da heteronormatividade, os sujeitos têm a possibilidade de (re)interpretar as normas, ressignificando-as, fazendo um (re)arranjo contínuo ao longo do espaço/tempo de suas vidas. Assim, os indivíduos incorporaram suas próprias microversões das práticas de gênero que acontecem nos contextos social e organizacional nos quais estão imbricados. Assim, entende-se gênero não como um determinismo biológico, “natural” ou social, mas como uma prática (um nexo de “ditos” e “feitos”, e não apenas a reprodução de um padrão de ação) que é histórica e socialmente (re)construída, de modo dinâmico e fluido, por meio do discurso.

 

Palavras-chave: Gênero. Prática Social. Performatividade de Gênero. Acontecimento dos Fenômenos Sociais. Performance.

 

ABSTRACT

 

This theoretical essay aims to analyze the contributions of Schatzki epistemology to the understanding of gender as a social practice. Thus, it is considered that it is possible to draw a parallel between the happening of phenomena/social practices of Schatzki’s epistemology and Butler’s gender performativity. Despite the genre be materialized in the organizational space, in and through it, according to the normativity that shapes organizational life, this theme is relatively neglected by the Organizational Studies. Despite the heteronormativity, subjects are able to (re)interpret the rules, giving new meaning to them, making a continuous (re)arrangement continued the space/time of their lives. Thus, individuals incorporate their own micro-versions of gender practices that happening in social and organizational contexts in which they are intertwined. Thus, the term gender is comprehended not as a biological determinism, "natural" or social; but as a practical (a connection of "sayins" and "doyings", and not only a reproduction of a standard action) which is historically and socially (re)constructed, in a fluid and dynamic way through discourse.

 

Keywords: Gender. Social Practice. Performativity of gender. Happening of Social Phenomena. Performance.

 


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DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2022.19.9.2

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