A TERRITORIALIZAÇÃO DE ASSENTADOS E REASSENTADOS NO RIO GRANDE DO SUL: OS ESPAÇOS DE VIDA NO CONTEXTO DA LUTA PELA TERRA / THE TERRITORIALIZATION FAMILIES OF EARTH WITHOUT INSTALLED IN RIO GRANDE DO SUL: THE SPACES OF LIFE CONTEXT OF THE STRUGGLE FOR LAND

Rosa Maria Vieira Medeiros, Michele Lindner

Resumo


Ao pensarmos a respeito da temática da luta pela terra, seja de trabalhadores sem terra, seja de agricultores atingidos por barragens, logo estamos pensando na luta pela territorialização de indivíduos imersos em um processo de desterritorialização-reterritorialização. O processo territorializante requer a recriação dos espaços de vida, pois envolve a perda e a reconquista de um território. Assim, o presente estudo procura compreender a adaptação de dois tipos de famílias rurais a um novo território após uma migração: famílias sem terras que lutaram e conseguiram acessar a terra e famílias atingidas por barragens que tiveram de migrar e se readaptar a espaços totalmente novos. Ressalta-se também a importância dos movimentos sociais dentro do processo de territorialização, ambos com origens na década de 1970 no Rio Grande do Sul, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), representam organizações capazes de transformar, embora aos poucos, uma estrutura fundiária desigual originada na diferença da ocupação socioespacial do território gaúcho. Contudo, trata-se de uma pesquisa ainda em andamento, que se utiliza de dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e outros estudos sobre a temática, além de informações coletadas em entrevistas com assentados na Campanha Gaúcha visando entender o processo de territorialização nos assentamentos visitados até a atual fase da pesquisa.

 

Palavras-chaves: Territorializaçao-desterritorialização. Luta pela terra. Assentamentos. Reassentamentos.

 

ABSTRACT


In thinking about the theme of the struggle for land, either landless laborers, whether farmers affected by dams, we are just thinking about the fight for territorial individuals immersed in a process of deterritorialization - reterritorialization. The territorializing-process requires the recreation of the living spaces, as it involves the loss and regaining of territory. Thus, this study seeks to understand the adaptation of two types of rural households into new territory after a migration: landless families who fought and gained access to the land and families affected by dams that had to migrate and re-adapt to entirely new areas. Also emphasized the importance of social movements in the process of territorialization, both with origins in the 1970s in Rio Grande do Sul, the Movement of Landless Rural Workers (MST) and the Movement of People Affected by Dams (MAB), representing organizations able to transform, although slowly, unequal land ownership caused the difference in socio-spatial occupation of state territory. However, this is a research in progress, which uses data from the National Institute of Colonization and Agrarian Reform (INCRA) and other studies on the subject, as well as information collected in interviews with settlers in Gaucha Campaign aiming to understand the process territorialization in the settlements visited by the current phase of the research.

 

Keywords: Territorial-deterritorialization. The struggle for land. Settlements. Resettlement.

 


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