LEITURA EM PRAÇAS PÚBLICAS: UMA PROPOSTA PARA A EXPANSÃO DE EVENTOS DE ORALIDADE E LETRAMENTO EM ESPAÇOS EXTRAESCOLARES / READING IN PUBLIC SQUARES: A PROPOSAL FOR THE EXPANSION OF EVENTS AND ORALITY LITERACY IN AREAS OUT OF SCHOOL

Francisco Renato Lima, Jovina da Silva, Maria Angélica Freire de Carvalho

Resumo


Este estudo apresenta os resultados de uma experiência de práticas de leitura, intitulada: “Leitura em espaços extraescolares: uma proposta para expansão de práticas de leitura em praças públicas”, vivenciada em uma praça pública do bairro Lourival Parente, zona Sul de Teresina (PI), com o objetivo de ampliar os espaços de leitura, para além dos limites da escola e, principalmente, provocar nas crianças a curiosidade e a prática de leitura como forma de “gostar de ler” e "querer ler". Os dados da pesquisa de campo são organizados neste estudo qualitativo, a partir da orientação bibliográfica de autores, como: Baldi (2009), Kleiman (1993/2005), Solé (1998) e Vargas (2000), que tratam da formação de leitores; Cervetti; Pardales; Damico (2001), Cook-Gumperz (1991), McLaughlin; DeVoogd (2004), Costa (2003), Marcuschi (2007), que discutem letramento crítico e oralidade; e Freire (1996), que enfatiza a questão dos saberes docentes; dentre outros, que dialogam reconhecendo os limites e ultrapassando os entraves, subsidiando o que interessa na observação prática. Apoia-se na relação entre oralidade e letramento, como práticas sociais articuladas, que assumem papeis preponderantes na construção sociocultural dos diferentes falares da língua e nos níveis e variáveis de letramento. As atividades aconteceram em momentos alternados, envolvendo crianças entre sete e dez anos de idade, que foram conquistadas a integrarem-se às atividades propostas. Diante dos resultados esperados e daqueles alcançados, é possível apontar que há alarmantes descompassos entre a leitura apresentada na escola e a leitura que se propõe durante as atividades do projeto, o que suscita, portanto, a urgência em investimentos de aberturas de espaços de leitura cada vez mais diversificados, em que o ato de ler seja apresentado como possibilidade de desenvolver a criticidade do sujeito, em sua relação com o contexto no qual está inserido e permitir o exercício da cidadania em sentido pleno.

Palavras chave: Leitura. Eventos de oralidade e letramento. Espaços extraescolares.

 

ABSTRACT

 

This reasearch show the results of an experience of reading practices, entitled " Reading in areas out of school: a proposal for the expansion of reading practices in public squares," lived in a public square in the neighborhood Lourival Parente, South zone of Teresina (PI), aiming to enlarge the area of reading, to beyond the school, and especially in children cause curiosity and reading practice as a way to "like to read" and "want to read". The components analyzed in the research are organized in this qualitative study from the bibliographic guidance of authors such as: Baldi (2009), Kleiman (1993/2005), Solé (1998) and Vargas (2000), dealing with the formation of readers; Cervetti; Pardales; Damico (2001), Cook-Gumperz (1991), McLaughlin; DeVoogd (2004) , Costa (2003), Marcuschi (2007) discuss critical literacy and orality; and Freire (1996) stress the issue of teacher knowledge; among others, that dialogue recognizing the limits and overcoming dificults, supporting the observation that matters in practice. It rests on the relationship between orality and literacy, as articulated social practices, which assume preponderant roles in sociocultural construction of different dialects of the language and literacy levels and variables. The activities took place in alternating moments involving children between seven and ten years of age, who were conquered to become integrated into the activities proposed. Given the expected results and those achieved, it is possible to point out that there are alarming imbalances between the displayed reading in school and reading what is proposed for the project activities, which thus raises the urgency of investment openings reading spaces increasingly more diversified, in which the act of reading is presented as a possibility to develop the criticality of the subject in its relation to the context in which it is inserted and allow the exercise of citizenship in the full sense.

Keywords: Reading. Orality and Literacy Events. Areas Out of School.


Texto completo:

PDF

Referências


ATKINSON, R. L et al. Introdução à psicologia de Hilgard. 13. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

BALDI, E. Leitura nas séries iniciais: uma proposta para formação de leitores de literatura. Porto Alegre: Projeto, 2009.

BOJUNGA, L. A troca. In: BOJUNGA, L. Um encontro. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2010.

CERVETTI, G.; PARDALES, M. J.; DAMICO, J. S. A tale of differences: comparing the traditions, perspectives and educational goals of critical reading and critical literacy. Reading Online, v. 4, n. 9, 2001. Disponível em: < http://www.readingonline.org/articles/art_index.asp?HREF=articles/cervetti/index.html >. Acesso em: 20/01/2013.

COOK-GUMPERZ, J. Literacy and schooling: na unchanging equation? In: COOK-GUMPERZ, Jenny. The social construction of literacy. Cambridge: Cambridge University Press, 1986, p. 16-44. (Tradução: A construção Social da Alfabetização. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991).

COSTA, C. S. S. M. Variação/diversidade linguística, oralidade e letramento: discussões e propostas alternativas para o ensino de língua materna. In: Anais do SIELP. Volume 2, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2012. ISSN 2237-8758. Disponível em:< www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/pt/arquivos/sielp2012/1438.pdf >. Acesso em: 13/05/2013.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 16. ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

KLEIMAN, A. Oficina de leitura. Campinas: Pontes, 1993.

KLEIMAN, A. Preciso “ensinar” o letramento? Não basta ensinar a ler e escrever? Ministério da Educação: Cefiel, IEL, Unicamp, 2005. Disponível em: < http://www.iel.unicamp.br/cefiel/alfaletras/biblioteca_professor/arquivos/5710.pdf>. Acesso em: 21/10/2013.

LOPES, I. A. Cenas de letramentos sociais. Recife: Programa de Pós-Graduação em letras da UFPE, 2006.

MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2007.

MARTINS, M. S. C. Oralidade, escrita e papéis sociais na infância. Campinas: Mercado de Letras, 2008.

MATOS, F. L. Leitura em sala de aula. Monografia. Curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em Administração Escolar. Rio de Janeiro, 2001. Disponível em:< www.portaladm.adm.br/Metodologia/4.pdf‎ ‎ >. Acesso em: 26/09/2013.

PEREIRA, A. K. In: Secretaria de Educação Básica. Biblioteca na escola. Brasília: MEC/SEF, 2006. Coleção Formação de Leitores, v. 2.

McLAUGHLIN, M.; DeVOOGD, G. L. Critical literacy: Enhancing students’ comprehension of text. New York: Scholastic, 2004.

SARAIVA, J. A. Literatura e Alfabetização: do plano do choro ao plano da ação. Porto Alegre: Artmed, 2001.

SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

VARGAS, S. Leitura: uma aprendizagem de prazer. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Ficheiro:Cc-by-nc-nd icon.svg

Atribuição (BY): Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, conquanto que deem créditos devidos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
Não Comercial (NC): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais
Sem Derivações (ND): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar apenas cópias exatas da obra, não podendo criar derivações da mesma.

 


ISSN 1806-6356 (Impresso) e 2317-2983 (Eletrônico)