Constituição Do Campo-Objeto De Estudo Da Ciência Da Informação: As Condições Do Novo Regime De Informação / The Constitution Of The Field-Object Of Study Of The Information Science: The Conditions Of The New Information System

Luzia Góes Camboim, Edivanio Duarte de Souza, Maria das Graças Targino

Resumo


RESUMO

 

Os modelos informacionais observados nas sociedades, que contemplam atores, organizações, ações e políticas de informação, são influenciados pelos regimes de informação vigentes. O presente trabalho objetiva empreender reflexão acerca da influência do atual regime de informação, marcado pela presença de novos atores como mercado e setor produtivo, sobre a constituição do campo-objeto de estudo da Ciência da Informação, traduzido em especial pelos objetos e delimitações presentes nas pesquisas da área. Tal influência pode ser observada a partir de revisão de literatura que indica o surgimento, a partir desse novo regime, de outro modelo de produção científica, mais pragmático e relacionado a interesses comerciais e empresariais. Para isso, empreendeu-se pesquisa exploratória de cunho bibliográfico, observando-se que, embora se tenha identificado um anseio da área em adaptar suas pesquisas às demandas de novo regime, muitos autores defendem que nem todos os esforços devem ser dirigidos a pesquisas com finalidades práticas, devendo haver espaço para aquelas que visem à consolidação do arcabouço teórico-epistemológico da área.

 

Palavras-chave: Campo-objeto de estudo. Ciência da Informação. Regime de Informação.

 

ABSTRACT

 

The informational models observed in the societies, which include actors, organizations, actions and information policies are influenced by current information systems.  This paper aims to undertake reflection on the influence of the current information system, marked by the presence of new actors as market and production sector, on the constitution of the object field of study of Information Science, translated especially for objects and boundaries present in the researches of the area. Such influence can be observed in the literature review that indicates the emergence, from this new system, of another scientific production model, more pragmatic and related to commercial and business interests. For this, it was undertaken an exploratory and bibliographical research. At that moment, it was identified a tendency in the area in order to adapt their research to the demands of the new system. But, in the other hand, many authors argue that not all efforts should be directed to research with practical purposes. It should have space for researches which intend to consolidate the theoretical and epistemological framework of the area.

 

Keywords: Study field-object. Information Science. Information system.


Texto completo:

PDF RAR XML

Referências


REFERÊNCIAS

ASSMANN, H. A metamorfose do aprender na sociedade da informação. Ciência da Informação, v. 29, n. 2, 2000. Disponível em: . Acesso em: 14 maio 2015.

BACHELARD, G. A formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

BARRETO, A. A condição da informação. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 67-74, 2002.

_________. Perspectivas em Ciência da Informação. Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, v.21, n.2, p. 155-166, 1997.

_________. A questão da informação. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 8, n. 4, out. / dez. 1994.

BORKO, H. Information Science: what’s it? American Documentation, [S. l.], v. 19, n. 1, p. 3-5, Jan. 1968.

BOURDIEU, P. O campo científico. In: ORTIZ, R. (Org.). Pierre Bourdieu: sociologia. São Paulo: Ática, 1983. p. 122-155.

BROOKES, B. C. The foundations of information science. Journal of Information Science, Toronto, v. 2, n. 3 / 4, p. 125-133, 1980.

CAPURRO, R. Epistemologia e Ciência da Informação. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 5., 2003, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação, 2003. Disponível em: . Acesso em: 14 maio 2015.

CASTELLS, M. A sociedade em rede. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. v. 1.

DOMINGUES, I. Formas de racionalidade e estratégias discursivas nas Ciências Humanas na contemporaneidade. In: _________. Epistemologia das Ciências Humanas. São Paulo: Loyola, 2004.

FLORIDI, L. On defining library and information Science as applied philosophy of information. Social Epistemology, [S. l.], v. 16, n.1, p. 37-49, 2002. Disponível em: . Acesso em: 14 maio 2015.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. 8. ed. São Paulo: Loyola, 2005a.

_________. A verdade e as formas jurídicas. 3. ed. Rio de Janeiro: NAU, 2005b.

FOUREZ, G. A construção das ciências: introdução à filosofia e à ética das ciências. São Paulo: UNESP, 1995.

FREIRE, G. H. de A.; SILVA, J. L. C. A configuração do campo da Ciência da Informação: marcas de uma identidade. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 22, número especial, p. 161-174, 2012. Disponível em: . Acesso em: 14 maio 2015.

FROHMANN, B. Taking information policy beyond information science: applying the actor network theory. In: ANNUAL CONFERENCE OF THE CANADIAN ASSOCIATION FOR INFORMATION SCIENCE / ASSOCIATION CANADIENNE DES SCIENCES DE L’INFORMATION, 23., 1995. Edmonton. Electronic Proceedings… 14 f. Disponível em: < http:// www.fims.uwo.ca/people/faculty/frohmann/actor.htm>. Acesso em: 20 jan. 2015.

GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M. N. Escopo e abrangência da Ciência da Informação e a pós-graduação na área: anotações para uma reflexão. Transinformação, Campinas, v.15, n.1, p.31-43, 2003.

_________. Metodologia de pesquisa no campo da Ciência da Informação. DataGramaZero: Revista de Ciência da Informação, v. 1, n. 6, out. 2000. Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2014.

_________. Novos cenários políticos para a informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 31, n. 1, p. 27-40, 2002.

_________. O objeto de estudo da Ciência da Informação: paradoxos e desafios. Ciência da Informação, Brasília, v. 19, n. 2, p. 117-122, jul. / dez. 1990.

KOBASHI, N. Y.; TÁLAMO, M. F. G. M. Informação: fenômeno e objeto de estudo da sociedade contemporânea. Transinformação, Campinas, v. 15, edição especial, p. 7-21, set. / dez. 2003.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2007.

LENOIR, T. A disciplina da natureza e a natureza das disciplinas. Instituindo a ciência: a produção cultural das disciplinas científicas. São Leopoldo: USININOS, 2004. p. 62-98.

MARCIANO, J. L. P. Abordagens epistemológicas à Ciência da Informação: fenomenologia e hermenêutica. Transinformação, Campinas, v. 18, n. 3, p. 181-190, set. / dez. 2006.

MARCONDES, D. O argumento do conhecimento do criador como argumento cético. Sképsis, [S. l.], ano 1, n. 2, p. 37-60, 2007.

MARTELETO, R. M. A pesquisa em Ciência da Informação no Brasil: marcos institucionais, cenários e perspectivas. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 14, número especial, p. 19-40, 2009.

ODDONE, N. O IBBD e a informação científica: uma perspectiva histórica para a Ciência da Informação no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v. 35, n. 1, p. 45-56, jan. / abr. 2006.

SARACEVIC, T. Ciência da Informação: origens, evolução e relações. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 41-62, jan. / jun. 1996.

SOUZA, E. D. A epistemologia interdisciplinar na Ciência da Informação: dos indícios aos efeitos de sentido na consolidação do campo disciplinar. Belo Horizonte, 2011. 346 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011.

_________. A institucionalização da Ciência da Informação no Brasil: elementos disciplinares do campo científico. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 22, número especial, p. 49-64, 2012.




DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2015.12.4.4

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Ficheiro:Cc-by-nc-nd icon.svg

Atribuição (BY): Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, conquanto que deem créditos devidos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
Não Comercial (NC): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais
Sem Derivações (ND): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar apenas cópias exatas da obra, não podendo criar derivações da mesma.

 


ISSN 1806-6356 (Impresso) e 2317-2983 (Eletrônico)