“Eu Tenho Um Sonho”: Os Atos De Fala Como Constituidores Do Ethos De Martin Luther King / "I Have A Dream": The Speech Acts Constructing The Martin Luther King’s Ethos
Abstract
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar a teoria dos atos de fala proposta por J. L. Austin na constituição do ethos projetado por Martin Luther King em seu célebre discurso, proferido em 28 de agosto de 1963. Elaboramos um panorama sobre os Atos de Fala, de modo a empreender uma classificação sobre os atos e sua intenção ao atingir o co-enunciador. Os atos de linguagem encontrados no corpus foram categorizados em atos ilocucionários, conforme sua repercussão na construção da imagem que o locutor assume (ethos). A partir da descrição das ações encontradas no discurso, compreende-se como é demonstrada a imagem pretendida pelo enunciador. Segundo a definição de ethos apresentada por Dominique Maingueneau, a partir da qual esse autor argumenta que os oradores revelam mais suas qualidades pelo modo de se expressar e pela entonação que constroem em suas enunciações do que pelo que dizem sobre si, foi possível concluirmos que o ethos pacifista e gregário de Martin Luther King legitima a conclamação que faz à população negra dos EUA da época, a de lutar por seus direitos como cidadãos de forma justa e ética.
Palavras-chave: Atos de fala; discurso; imagem; ethos; Martin Luther King.
ABSTRACT
This study aims to analyze the theory of speech acts proposed by J.L. Austin in the constitution of the ethos designed by Martin Luther King in his famous speech, delivered on August 28, 1963. Developed a panorama of the Speech Acts, so to undertake a classification of the acts and their intention to achieve the co - enunciator. The speech acts found in the corpus were categorized into illocutionary acts as its impact on building the image assumes that the speaker (ethos). From the description of the actions found in the discourse, it is understood as the enunciator demonstrates the desired image. According to the definition of ethos by Dominique Maingueneau, from which the author argues that speakers reveal more qualities by way of expressing and intonation by building in their utterances than what they say about themselves, it was possible to conclude that the pacifist and gregarious ethos of Martin Luther King's call legitimizes what makes the black population of the U.S. at the time, to fight for their rights as citizens in a fair and ethical manner.
Keywords: Speech acts; discourse; image; ethos; I Have a Dream.
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ISSN 1806-6356 (Print) and 2317-2983 (Electronic)