O Poder das Imagens e das Narrativas Visuais: Geopolítica da Crise no Canal de Suez/Mar Vermelho / The Power of Images and Visual Narratives: Geopolitics of the Suez Canal/Red Sea Crisis
Resumen
Este artigo analisa o papel dos infográficos como mediadores cognitivos e políticos na cobertura da crise do Mar Vermelho/Canal de Suez (janeiro de 2024). Partindo de aportes teóricos de Mondzain (2016), Rodrigues e Oliveira (2019) e Bobato e Fraga (2016), investiga-se como essas representações visuais operam como dispositivos de seleção e silenciamento, instituindo regimes de visibilidade que legitimam determinadas narrativas geopolíticas. Por meio de uma análise semiótico-cartográfica comparativa, examinam-se dois infográficos-chave: um da Reuters, focado em eficiência logística, e outro do Brasil de Fato, que amplia a escala geopolítica do conflito. Os resultados demonstram que elementos como paletas cromáticas, hierarquias visuais e enquadramentos espaciais não apenas comunicam dados, mas performam realidades, naturalizando métricas de risco e mobilizando afetos. Conclui-se que os infográficos são artefatos epistêmicos ativos, cuja leitura crítica exige desvelar as escolhas que orientam o que é mostrado (e ocultado) nas disputas pelo espaço marítimo global.
Palavras-chave: Infográficos. Geopolítica. Canal de Suez. Semiótica Visual. Regimes de Visibilidade.
ABSTRACT
This article examines the role of infographics as cognitive and political mediators in coverage of the Red Sea/Suez Canal crisis (January 2024). Drawing on the theoretical contributions of Mondzain (2016), Rodrigues and Oliveira (2019), and Bobato and Fraga (2016), it investigates how these visual representations function as devices of selection and silencing, establishing regimes of visibility that legitimize specific geopolitical narratives. Through a comparative semiotic-cartographic analysis, two key infographics are analyzed: one from Reuters, centered on logistical efficiency, and another from Brasil de Fato, which broadens the conflict’s geopolitical scale. The findings show that elements such as color palettes, visual hierarchies, and spatial framings not only communicate data but also perform realities, naturalizing risk metrics and mobilizing affect. The study concludes that infographics are active epistemic artifacts whose critical reading requires unveiling the choices that guide what is shown—and what is concealed—in disputes over global maritime space.
Keywords: Infographics. Geopolitics. Suez Canal. Visual Semiotics. Regimes of Visibility.
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DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2025.22.8.7
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