Não Adesão ao Tratamento não Medicamentoso da Hipertensão Arterial Sistêmica / Not Adhering to Non-Drug Treatment of Systemic Hypertension

Katiuscia Galavotti Macete, Grasiely Faccin Borges

Resumo


A não adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica é a mais importante causa de insucesso das terapêuticas, causando aumento da morbidade e mortalidade. O estudo tem como objetivo verificar como os fatores estão associados à não adesão ao tratamento não medicamentoso da hipertensão arterial sistêmica. Para a revisão integrativa, foi realizado levantamento bibliográfico de artigos científicos nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), no Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e no Google acadêmico. Os termos aplicados na busca dos artigos foram: Hipertensão, Tratamento Não Medicamentoso, Não Farmacológico, Tratamento Hipertensão Arterial e Estilo de Vida, Adesão e Tratamento. Foram selecionados 24 artigos, dez artigos citaram “controle do peso e da dieta”, seis “controle do tabagismo”, cinco “consumo de álcool”, doze “prática da atividade física”, três “mudança no estilo de vida”, dois abordaram “controle do estresse” e sete “conhecimento sobre doença/tratamento”. Os principais fatores associados foram: baixa escolaridade, desigualdades sociais, baixo poder aquisitivo, não aceitação da mudança de hábito, doença assintomática, falta de compromisso com tratamento, falta de instrução da doença crônica e seguimento do regime terapêutico. O indivíduo deve ser protagonista em todo processo para a tomada de decisões. Acredita-se num processo de educação em saúde, capaz de conduzir a pessoa hipertensa à adesão às condutas de controle da HAS através de estratégias com foco nos fatores modificáveis.

 

Palavras-chave: Hipertensão Arterial. Tratamento não Medicamentoso. Estilo de Vida.

 

ABSTRACT

 

Non-adherence to treatment of systemic arterial hypertension is the most important cause of treatment failure, increased morbidity and mortality. The study aims to verify how the associated factors associate non-adherence to non-drug treatment of systemic arterial hypertension. For an integrative review, a bibliographic survey of scientific articles was performed in the Virtual Health Library (VHL), Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS), no Online Scientific Electronic Library (SciELO), and no Google databases. Academic. The terms applied in the search for articles were: Hypertension, Non-Medication, Non-Pharmacological Treatment, Hypertension and Lifestyle Treatment, Adherence and Treatment. Twenty-four articles were selected, ten articles cited “weight and diet control”, six “smoking control”, five “alcohol consumption”, twelve “physical activity practice”, three “lifestyle change”, two addressed “Stress Control” and seven “knowledge about illness/treatment”. The main associated factors were: low education, social inequalities, low purchasing power, non-acceptance of change of habit, asymptomatic disease, lack of commitment to treatment, lack of education of chronic disease and application of the therapeutic regimen. The individual must be the protagonist of the whole decision making process. Believe in a process of health education, capable of leading a hypertensive person to adopt a hypertension control through strategies focusing on modifiable factors.

 

Keywords: Arterial Hypertension. Non-medicated treatment. Lifestyle.


Palavras-chave


Hipertensão Arterial; Tratamento Não Medicamentoso; Estilo de Vida.

Texto completo:

PDF RAR XML

Referências


ARRUDA, D. C. J et al. Fatores associados à não adesão medicamentosa entre idosos de um ambulatório filantrópico do Espírito Santo. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 18, n. 2, p. 327-337, 2015.

BARBOSA, R. G. B; LIMA, N. K. C. Índices de adesão ao tratamento anti-hipertensivo no Brasil e mundo. Revista Brasileira de Hipertensão, v. 13, n. 1, p. 35-8, 2006.

BARBOSA, R. B; BARCELÓ, A; MACHADO, C. A. Campanha nacional de detecção de casos suspeitos de diabetes mellitus no Brasil: relatório preliminar. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 10, p. 324-327, 2001.

BASTOS-BARBOSA, R. G et al. Adesão ao tratamento e controle da pressão arterial em idosos com hipertensão. Arq Bras Cardiol, v. 99, n. 1, p. 636-41, 2012.

BERTOLETTI, A. R et al. Diagnóstico de enfermagem falta de adesão em pacientes acompanhados pelo programa de hipertensão arterial. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, v. 13, n. 3, p. 623-631, 2012.

BONADIMAN, R. L; BONADIMAN, S. L; SILVA, D. A. Avaliação da adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso de pacientes hipertensos atendidos no PSF Guaritá, Itaperuna-RJ. Acta Biomedica Brasiliensia, v. 3, n. 1, p. 73-84, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde. Brasília, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2011: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

CAVALCANTE DOS SANTOS, J et al. Adesão do idoso ao tratamento para hipertensão arterial e intervenções de enfermagem. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, v. 13, n. 2, p. 343-353, 2012.

CHOBANIAN, A. V et al. The seventh report of the joint national committee on prevention, detection, evaluation, and treatment of high blood pressure: the JNC 7 report. Jama, v. 289, n. 19, p. 2560-2571, 2003.

COLETA, M. Fe. D. Crenças sobre comportamentos de saúde e adesão à prevenção e ao controle de doenças cardiovasculares. Mudanças-Psicologia da saúde, v. 18, n. 1-2, p. 69-78, 2010.

DEMONER, M. S; PAULA RAMOS, E. R; PEREIRA, E. R. Fatores associados à adesão ao tratamento anti-hipertensivo em unidade básica de saúde. Acta Paulista de Enfermagem, v. 25, n. 1, p. 27-34, 2012.

DE OLIVEIRA, C. J; MOREIRA, T. M. M. Caracterização do tratamento não-farmacológico de idosos portadores de hipertensão arterial. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, v. 11, n. 1, p. 76-85, 2010.

DE PÁDUA LIMA, H. et al. Adesão do usuário hipertenso ao tratamento e a interface com o saber sobre o agravo. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, v. 11, n. 2, p. 170-178, 2010.

DE SOUZA, J.A; FRANÇA, I. S. X. Prevalência de hipertensão arterial em pessoas com mobilidade física prejudicada: implicações para a enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 61, n. 6, p. 816-821, 2008.

DE SOUZA SERAFIM, T; SANTOS, J. E; PIERIN, A. M. G. Influência do conhecimento sobre o estilo de vida saudável no controle de pessoas hipertensas. Acta Paulista de Enfermagem, v. 23, n. 5, p. 658-664, 2010.

DOSSE, C et al. Fatores associados à não adesão dos pacientes ao tratamento de hipertensão arterial. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 17, n. 2, 2009.

DOURADO, C. S et al. Adesão ao tratamento de idosos com hipertensão em uma unidade básica de saúde de João Pessoa, Estado da Paraíba. Acta Scientiarum. Health Sciences, v. 33, n. 1, p. 9-18, 2011.

DUARTE, M. T. C et al. Motivos do abandono do seguimento médico no cuidado a portadores de hipertensão arterial: a perspectiva do sujeito. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p. 2603-2610, 2010.

FERREIRA, N. S. et al. Abordagem multiprofissional no cuidado à saúde de pacientes do programa HIPERDIA. 2014.

FERREIRA, S. R. S et al. Protocolo de hipertensão arterial sistêmica para a atenção primária em saúde. Porto Alegre: Grupo Hospitalar Conceição, 2009.

FIGUEIREDO, N. N; ASAKURA, L. Adesão ao tratamento anti-hipertensivo: dificuldades relatadas por indivíduos hipertensos. Acta Paulista de Enfermagem, v. 23, n. 6, p. 782-787, 2010.

GIROTTO, E et al. Adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico e fatores associados na atenção primária da hipertensão arterial. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 1763-1772, 2013.

GUEDES, M. V. C et al. Barreiras ao tratamento da hipertensão arterial. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 64, n. 6, p. 1038-1042, 2011.

GOMES, A et al. Adesão ao tratamento clínico ambulatorial da hipertensão arterial sistêmica. Acta Paulista de Enfermagem, v. 27, n. 3, p. 266-272, 2014.

HAYNES, R. B. et al. Interventions for helping patients to follow prescriptions for medications. Cochrane database of systematic reviews, n. 2, 2002.

LIMA, T. M; MEINERS, M. M. M. A; SOLER, O. Perfil de adesão ao tratamento de pacientes hipertensos atendidos na Unidade Municipal de Saúde de Fátima, em Belém, Pará, Amazônia, Brasil. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 1, n. 2, p. 113-120, 2010.

LIN, J. S. et al. Behavioral counseling to promote a healthy lifestyle for cardiovascular disease prevention in persons with cardiovascular risk factors: an updated systematic evidence review for the US Preventive Services Task Force. 2014.

LIPP, M. E. N. Controle do estresse e hipertensão arterial sistêmica. Revista brasileira de hipertensão, v. 14, n. 2, p. 89-93, 2007.

MACHADO, J. C et al. Análise de três estratégias de educação em saúde para portadores de hipertensão arterial. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, p. 611-620, 2016.

MALACHIAS, M. V. B et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Nefrologia. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol, v. 107, n. 3, Supl. 3, setem 2016.

MASCARENHAS, C. H. M; OLIVEIRA, M. M. L; SOUZA, M. S. Adesão ao tratamento no grupo de hipertensos do bairro Joaquim Romão-Jequié/BA. Rev Saúde Com, v. 2, n. 1, p. 10-38, 2006.

MASSA, K. H. C. et al. Prática de atividade física em quatro domínios em idosos com hipertensão arterial referida no Município de São Paulo: estudo de base populacional. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 17, n. 1, p. 7-13, 2012.

MEDINA, F. L et al. Atividade física: impacto sobre a pressão arterial. Rev Bras Hipertens, v. 17, n. 2, p. 103-6, 2010.

MENDES, Eugênio Vilaça. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. 2012.

OLIVEIRA, G. M. et al. Diretrizes em Hipertensão Arterial para Cuidados Primários nos Países de Língua Portuguesa. Arq Bras Cardiol, v. 109, n. 5, p. 389-96, 2017.

RAYMUNDO, A. C. N; PIERIN, A. M. G. Adesão ao tratamento de hipertensos em um programa de gestão de doenças crônicas: estudo longitudinal retrospectivo. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 48, n. 5, p. 811-819, 2014.

REZENDE, F. A. C et al. Índice de massa corporal e circunferência abdominal: associação com fatores de risco cardiovascular. Arq Bras Cardiol, v. 87, n. 6, p. 728-34, 2006.

ROCHA, M. L; BORGES, J. W; MARTINS, M. F. S. Adesão ao tratamento da hipertensão arterial entre usuários da estratégia saúde da família em um município do Piauí. Revista de APS, v. 20, n. 1, 2017.

SANTA-HELENA, E. T; NEMES, M. I. B; ELUF NETO, J. Fatores associados à não-adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cadernos de Saúde Pública, v. 26, p. 2389-2398, 2010.

SCALA, L. C. et al. Epidemiologia da hipertensão arterial sistêmica. Moreira SM, Paola AV; Sociedade Brasileira de Cardiologia. Livro Texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 2ª. ed. São Paulo: Manole, p. 780-5, 2015.

SOARES, M. M et al. "Tô sentindo nada": percepções de pacientes idosos sobre o tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 23, p. 227-242, 2013.

TAVARES, D. M. S et al. Qualidade de vida e adesão ao tratamento farmacológico entre idosos hipertensos. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 69, n. 1, p. 134-141, 2016.

WEBER, D; OLIVEIRA, K. R; COLET, C. F. Adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso de hipertensos em Unidade Básica de Saúde. Rev. bras. hipertens, v. 21, n. 2, p. 114-121, 2014.




DOI: http://dx.doi.org/10.12819/rsf.2020.7.1.8

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Revista Saúde em Foco N° 1/2014