Fraturas Craniofaciais Decorrentes de Acidentes de Trânsito em Teresina-PI / Craniofacial Fractures Arising From Traffic Accidents in Teresina-PI
Resumo
O objetivo da pesquisa é analisar os principais tipos de fraturas craniofaciais e medicamentos utilizados no pós-operatório pelo cirurgião bucomaxilofacial. Trata-se de uma pesquisa do tipo aplicada, quantitativa e descritiva, realizada em um Hospital referência em atendimento de urgência em Teresina-PI. Foram coletadas informações dos prontuários de pacientes que sofreram fraturas craniofaciais causadas por acidentes de moto e carro, no ano de 2016 e excluídos prontuários ilegíveis ou sem as variáveis do estudo. Observou-se que o sexo masculino foi o mais acometido pelas fraturas craniofaciais (92,9%) e a motocicleta o veículo mais utilizado no momento dos acidentes (92,9%). A região mais acometida foi a do COZM (42,8%), seguida do osso frontal (14,3%). Constatou-se que todos os pacientes fizeram uso de analgésico, antibiótico, anti-inflamatório, antipirético, antagonista de H2, aferição de sinais vitais (SSVV), cuidados gerais (CCGG) e bochecho com clorexidina após o trauma. Apenas um acidentado (7,1%) tomou antipsicótico. A fratura craniofacial mais frequente foi a do COZM, não havendo correlação entre o veículo utilizado no momento do acidente e o tipo de fratura. No tratamento pós-operatório, o uso de analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios, antipiréticos, antagonista de H2, SSVV, CCGG e bochecho com clorexidina sempre esteve presente entre os medicamentos e cuidados paliativos prescritos pelo cirurgião bucomaxilofacial.
Palavras-chave: Medicamentos. Acidentes. Cirurgia.
ABSTRACT
The aim of the research is to analyze the main types of craniofacial fractures and medications used in the postoperative period by the maxillofacial surgeon. It is a research of the applied type, quantitative and descriptive, performed in a reference Hospital in urgent care in Teresina-PI. Data were collected from the medical records of patients who suffered craniofacial fractures caused by motorcycle and car accidents in 2016 and excluded illegible medical records or without study variables. It was observed that males were the most affected by craniofacial fractures (92.9%) and motorcycle was the most used vehicle at the time of accidents (92.9%). The most affected region was COZM (42.8%), followed by frontal bone (14.3%). It was found that all patients used analgesic, antibiotic, anti-inflammatory, antipyretic, H2 antagonist, vital signs (SSVV), general care (CCGG) and chlorhexidine mouthwash after trauma. Only 1 injured (7.1%) took antipsychotic. The most frequent craniofacial fracture was the COZM, with no correlation between the vehicle used at the moment of the accident and the type of fracture. In the postoperative treatment, the use of analgesic, antibiotic, anti-inflammatory, antipyretic, H2 antagonist, SSVV, CCGG and chlorhexidine mouthwash was always present among the medications and palliative care prescribed by the bucomaxillofacial surgeon.
Keywords: Drugs. Accidents. Surgery.
Palavras-chave
Referências
ABHINAV, R. P. et al. The patterns and etiology of maxillofacial trauma in South India. Ann Maxillofac Surg, v. 9, p. 7-114. 2019.
AGUDELO-SUARÉZ, A. A. et al. Epidemiología de las fracturas maxilofaciales por accidente de tráfico en Medellín (Colombia). GacSanit, v. 29, n. 1, p. 30–35. 2015.
ANDRADE, N. M. Craniofacial trauma in older adults victims of road traffic accidents: a cross-sectional study. Rio de Janeiro Dental Journal, v. 3, n. 3. 2018.
BAGAN, J. V. et al. Mitoxantrone as a contributing factor in medication-related osteonecrosis of the jaws. Int J Oral Maxillofac Surg. 2015.
BAK, M. et al. Contemporary reconstruction of the mandible. Oral Oncol, v. 46, n. 2, p. 6-71. 2010.
BASSANEZI, B. S. B.; OLIVEIRA, F. A. G. Analgesia PósOperatória. Ver Col Bras Cir, v. 33, n. 2, p. 116-22. 2006.
BOUAOUN, L.; HADDAK, M. M.; AMOROS, E. Road crash fatality rates in France: A comparison of road user types, taking account of travel practices. Accid Anal Prev, v. 75, p. 25-217. 2015.
BRASIL. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas: relatório executivo. Brasília: IPEA, ANTP. 2006.
CHCANOVIC, B. R. Factors influencing the incidence of maxillofacial fractures. Oral Maxillofac Surg, v. 16, p. 3-17. 2012.
CUNNINGHAM, L. L.; HAUG, R. H.; FORD, J. Firearm injuries to the maxillofacial region: an overview of current thoughts regarding demographics, pathophysiology, and management. J Oral Maxillofac Surg, v. 61, n. 8. 2003.
DEJEAN, J. S. et al. Analgesia preemptive em odontologia. Publ UEPG Biol Health Sci, v. 14, n. 2, p. 23-30. 2008.
DEOGRATIUS, B. K.; ISAAC, M. M.; FARRID, S. Epidemiology and management of maxillofacial fractures treated at Muhimbili National Hospital in Dar es Salaam, Tanzania, 1998–2003. International Dental Journal, v. 56, n. 3, p. 131–134. 2006.
DONGAS, P.; HALL, G. M. Mandibular fracture patterns in Tasmania, Australia. Aust Dent J, v. 47, p. 7-131. 2002.
DUCIONI, L. R. Conhecimento e conduta médica na prevenção à osteonecrose dos Bisfosfonatos. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2016.
ERDMANN, D. et al. A financial analysis of operative facial fracture management. Plast Reconstr Surg, v. 121, n. 4, p. 7-1323. 2008.
EROL, B.; TANRIKULU, R.; GÖRGÜN, B. Maxillofacial fractures. Analysis of demographic distribution and treatment in 2901 patients (25-year experience). J Craniomaxillofac Surg, v. 32, p. 13-308. 2004.
FATTAH, C. M. R. S. et al. Controle da dor pós-operatória em cirurgia bucal: revisão de literatura. Rev Odontol Araçatuba, v. 26, n. 2, p. 56-62. 2005.
GOH, B. T. et al. Mandibular reconstruction in adults: a review. Int J Oral Maxillofac Surg, v. 37, n. 7, p. 597-605. 2008.
GOKALP, M. A. et al. Evaluation of Severity Score in Patients with Lower Limb and Pelvic Fractures Injured in Motor Vehicle Front-Impact Collisions. Med Sci Monit, v. 22, p. 4692-4698. 2016.
HARRIS, M. Demographic features of patients with concomitant facial fractures and closed head injuries in Maricopa, Arizona. Oral And Maxillofacial Surgery, v. 125, n. 6. 2018.
HENG, K. et al. Moderate alcohol intake and motor vehicle crashes: the conflict between health advantage and at-risk use. Alcohol, v. 41, p. 4-451. 2006.
HOGG, N. J. V. et al. Epidemiology of maxillofacial injuries at trauma hospitals in Ontario, Canada, between 1992 and 1997. Journal of Trauma Injury Infection & Critical Care, v. 49, n. 3, p. 425–432. 2000.
HOLLIER, L.; GRANTCHAROVA, E. P.; KATTASH, M. Facial gunshot wounds: a 4-year experience. J Oral Maxillofac Surg, v. 59, n. 3, p. 82-277. 2001.
JIN, F.; CHUNG, F. Multimodal analgesia for postoperative pain control. J Clin Anesth, v. 13, n. 7, p. 524-39. 2001.
JUNG, H. et al. Retrospective clinical study of mandible fractures. J Korean Assoc Oral Maxillofac Surg, v. 40, p. 21-26. 2014.
KAMATH, R. A. D. et al. Maxillofacial Traumain Central Karnataka, India: An Outcome of 95 Cases in a Regional Trauma Care Centre. Craniomaxillofacial Trauma and Reconstruction, v. 5, n. 4, p. 197–204. 2012.
LAVERICK, S.; PATEL, N.; JONES, D. C. Maxillofacial trauma and the role of alcohol. Br J Oral Maxillofac Surg, v. 46, n. 7, p. 6-542. 2008.
LEE, K. H. Interpersonal violence and facial fractures. J Oral Maxillofac Surg, v. 67, p. 1878–1883. 2009.
LEITÃO, P. A. et al. Mortalidade por acidentes de trânsito, antes e após redução da velocidade média de veículos automotores na cidade de São Paulo, Brasil, no período de 2010 a 2016. Journal of Human Growth and Development, v. 19, n. 1, p. 83-92. 2019.
LELES, J. L. R. et al. Risk factors for maxillofacial injuries in a Brazilian emergency hospital sample. J Appl Oral Sci, v. 18, n. 1, p. 9-23. 2010.
MONCRIEFF, N. J.; QURESHI. C.; DEVA, A. K. A comparative costanalysis of maxillofacial trauma in Australia. J CraniofacSurg, v. 15, p. 91-686. 2004.
MONTOVANI, J. C. et al. Etiologia e incidência de fraturas faciais em crianças e adultos. Braz J Otorhinolaryngol, v. 72, n. 2, p. 41-235. 2006.
MOURA, E. C. et al. Direção de veículos motorizados após consumo abusivo de bebidas alcoólicas, Brasil, 2006 a 2009. Rev Saúde Pública, v. 43, n. 5, p. 8914. 2009.
NAM, K.; PARK, I. S.; KIM, J. B. Retrograde clinical study of mandible bone fracture. Keimyung Med J, v. 25, p. 29-38. 2006.
Organização Mundial De Saúde. World Antibiotic Awareness Week, 2016. [acesso 2018 Dez 15]. Disponível em: http://www.who.int/campaigns/world-antibiotic-awareness-week/en/. Acesso em 28 de agosto de 2019.
PAES, J. V. et al. Retrospective study of prevalence of face fractures in southern Brazil. Indian J Dent Res, v. 23, p. 6-80. 2012.
PEISKER, A. et al. Cross-Sectional Study of four Serological Bone Turnover Makers for the Risk Assessment of Medication-Related Osteonecrosis od the Jaw. Journal of Craniofacial Surgery, v. 29, n. 2, p. 137-120. 2018.
PEIXOTO, R. F. et al. Controle da Dor Pós-Operatória em Cirurgia Oral: Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 15, n. 4, p. 465-470. 2011.
PIMENTA, C. A. M. et al. Controle da dor no pós-operatório. Rev Esc Enf USP, v. 35, n. 2, p. 180-3. 2001.
RANA, M. et al. Management of comminuted but continuous mandible defects after gunshot injuries. Injury, v. 45, n. 1, p. 11-206. 2014.
RIVERA-BARRIOS, A. E. et al. Craniofacial Fracture Patterns in All Terrain Vehicle Injuries. Annals of Plastic Surgery, v. 74, n. 4. 2015.
ROCHA, A. P. C. et al. Dor: Aspectos Atuais da Sensibilização Periférica e Central. Ver Bras Anestesiol, v. 57, n.1, p. 94-105. 2007.
SASKA, S. et al. Cloridrato de tramadol/paracetamol no controle da dor pós-operatória em cirurgias de terceiros molares inclusos. Ver Cir Traumatol Buco Maxilo-fac, v. 9, n. 4, p. 99-105. 2009.
SILVA, M. G. P.; SILVA, V. L.; LIMA, M. L. L. T. Lesões craniofaciais decorrentes de acidentes por motocicleta: uma revisão integrativa. Rev. CEFAC. v. 17, n. 5, p. 1689-1697. 2015.
TISCHER, V. O custo social e econômico dos acidentes de trânsito com pedestres e ciclistas: estudo de caso do estado de Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira de Gestão Urbana, v. 11. 2019.
TSE, K. M. et al. Investigation of the relationship between facial injuries and traumatic brain injuries using a realistic subject-specific finite element head model. Accid Anal Prev, v. 79, p. 13-32. 2015.
VAN DEN BERGH, B. et al. Aetiology and incidence of maxillofacial trauma in Amsterdam: a retrospective analysis of 579 patients. J Craniomaxillofac Surg, v. 40, p. 9-165. 2012.
WANG, H. et al. Epidemiologic Features of Traumatic Fractures in Children and Adolescents: A 9-Year Retrospective Study. BioMed Research International. 2019.
WANG, H. et al. Traumatic fractures resulting from collisions in children and adolescents. Medicine, p. 21-97. 2018.
WEIL, K. et al. Paracetamol para el alivio del dolor posterior a la extracción quirúrgica de la muela de juicio inferior. Cochrane DatabaseSystRev, n. 3. 2007.
World Health Organization. International guide for monitoring alcohol consumption and related harm. Geneva: WHO. 2000.
World Health Organization. World report on road traffic injury prevention. Geneva: WHO. 2004.
YILDIRGAN, K. et al. Mandibular Fractures Admitted to the Emergency Department: Data Analysis from a Swiss Level One Trauma Centre. Emergency Medicine International, p. 1-7. 2016.
ZHOU, H. et al. Dental trauma in patients with maxillofacial fractures. Dental Traumatology. 2012.
ZIX, J. A. et al. Incidence, aetiology and pattern of mandibular fractures in central Switzerland. Swiss Med Wkly, v. 141, p. 13207. 2011.
DOI: http://dx.doi.org/10.12819/rsf.2020.7.1.4
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Revista Saúde em Foco N° 1/2014