Centro Unv*rsitário Santo Agostinho www*.fsanet.com.*r/revista Rev. FSA, Tere*i*a, *. *6, n. 3, art. 12, p. 225-248, *a*./ju*. 2019 ISSN Impre*so: 1806-63*6 ISSN *letrônico: 2317-2983 http://dx.doi.org/10.1281*/2019.16.*.12 A Postura dos Ethé: Uma Análise *i*cursiva d* Co*entár**s Virtuais a Pa**ir de Redaçã* do Enem The P*stur* o* the Ethé: A *iscursive An**ysis *f Virtual *omm*nts Fr*m *he Writ*ng of the Enem Julian* Lo*es Melo Ferreir* **bino Dout*ra em Linguísti*a e Língua *ortuguesa p*la Pontifícia Un*ve*sidade Católic* de Minas G*ra*s Profes**ra de Li*gu*stica na Uni*e**idade Es*adual de Minas Ge*a*s E-mail: ju*ianalopes2*@hotmail.com Ender*ço: J*liana Lopes M*lo F*rr*ira S*bino Edit*r-C*e*e: Dr. Tonny *erl*y de Alencar Un*versidade Estadual de Minas Ge*ais (UEMG) - Av. Rodr*g*e* S*o P*ulo (R*d MG **0 URB), 3996, Vila Ro*á*io, CE*: 32412-190, I*irité/MG, **a*il. Artigo recebido em 14/*2/2019. *l*ima versã* *e*ebi*a em 07/03/*019. Aprova** em 08/03/2*19. Aval*ado pelo s*stem* Triple Re*iew: Desk *eview *) pelo Edit**-Chefe; e b) D*uble Blind Rev*ew (a*a*iação cega por dois a*a*iadore* da área). **visão: *ramatical, Normativa * de For**tação J. L. M. F. Sabino 226 RES*MO Prete*deu-se mapear/delinear se *á um et*o* discursi*o nos port*is d* n*tíc*as - G1 e Uol, elu*idando a importância *esse conc*ito *a*a comp*eendermos e interpr*tarmos os f*nô**nos dis*ursiv*s, os mo*o* de di*er e de ser. Para iss*, ana*isamos os comen*ários postados n*s **is *ortais de *otícias cit*dos *obre o tema d* Enem de 201* "A violência contra a mulher". C*mo *ec*rte, selecionamos os comentá*ios so*re a *emática de redação do Enem *015, em deco*rên*ia da impo*tância do exame no cenário bra*ileiro, su* *rajetória e representativid*d*, *en*o reconh**ida*en*e ** dos princ*pais m*ios para *s discentes *n*ressar*m em universidades, e o que *o*s*bilita fala* na e da sociedad*. P**a *a**o, selecionam*s 21 conversas rea*iz*das n* período *ompreend*do de ci*co meses, após a data 25/10/2015, último di* *e prova do Enem, e *ata em que foi aplicada a p*o*a de reda*ão. Aciona*o* c*mo referenciais metodológic*s o ethos *i*cursivo de Mainguen*au, com i*t*ito de analisar se, de fato, *á um* construçã* de *thos dos po*tais. També* foi ana*i*ad* * pat*o* e ** papéis *nun*i**ivo* eng*n*rado* pelo* internaut*s, **r meio d* quadr* comuni**t*vo de Patri*k Charaudeau e Ghiglione (*997, p.55-68). O resultado deste trabal*o, a partir do arcabouço teór*co-metodológico, mostrou-se profí*uo, na m*dida em que nos permit*u reconhe*er a *ostur* d*s eth* distinta entre os dois **rta*s selecion*dos, assim com* os papéis enunciativos gerados e tamb** o pathos. Palavras-*have: Ethos. Pathos. Pa*eis En*nciativos. Coment*rios Virtuais. ABSTRACT It was *ntende* to m*p / delineate if there is * discur*ive ethos i* the news po*tals - *1 and *ol, elu*idating the importanc* of this concept to u*de*stand and int*rpret the discursiv* phenomena, t*e ways of sayin* and being. For t*is, we analyze the co**ents posted i* t he two news p*rtals quoted on the th*m* of the *0*5 Enem "Violence again*t women". As * clipping, we selec*ed t*e **mments on the wr*ting t*eme of Ene* 2015, du* to the importance of th* ex*m *n th* Brazilia* scenario, its tra*ec*ory a*d represent*ti*enes*, being re*og*ized as one of th* *ain mean* *or students to *n*er univers*tie*, an* *hat makes it poss*b*e to speak in the of societ*. To do so, we se*ected 21 conv*rsation* carried ou* in *he p*riod o* five months, a*ter th* date 25/10/2015, the l*st da* of *he E*em's test, and *he date *n whi*h *he essay was *p*li*d. *e hav* as a metho*ological *eferen*e the Main*ueneau discursive eth*s, in order t* analyze *f there is in fact an eth** constructi*n of the p*rtals. The pathos and enunciative ro*es engende*ed by n**iz*ns were also an*lyzed t***ugh th* communi*ative framework o* Patr*c* Charau*e*u a*d Gh*glio*e (*997, p.55-68). The result of this work, *rom the theore**cal-methodologi*al framewor*, pro*ed to b* *r*itful inas*uch as it a*lowed us to reco*ni*e the posture of the ethé di*tin*t betwe*n the two sel*cted porta**, as well *s the gen*rated *nunciative roles and also the p*thos. K**words: Ethos. *athos. *n***i*t*ve Ro*e*. Virtu*l Comments. R*v. FS*, Te**sina, v. 16, n. 3, *rt. 12, p. 225-248, mai./jun. 2019 www4.f*an*t.c*m.br/revista A Postura dos Eth*: Uma Análise *iscursiva de Comentá*i*s V*rtu*is a Partir *e R*daç*o ** Enem 227 1 INTR*D*ÇÃO O presente traba*ho faz parte de uma pe*qu*s* de maio* abr*ngência, u** te*e, *ue procuro* a*alisar interativ*dad* * *** coment*ristas em portais de no*ícias - G1 e Uol -, a partir da análise discu**iva de ocor**n*ias de c*mentári*s e* pos*a**ns, vei*u*adas pe** mídia digi*al, disponibilizadas *or seus res**ct*v*s si*es. Dentre alguns d*s objetiv*s pro*ostos foram **vestigados (*) os índices a*otados pel*s po*sí*e*s c*mentaristas, qu * *o*em assumir um p*p** de dest*que, u*a po*ição de *entr**i*ade; (ii) a ide**ifica**o de um a possível exi*tência *e e*tratégia* discursivas de *olidez, a pa*tir dos auto*e* Br*wn e *evinson (*987), e *uais delas fo**m **ilizad*s nos comentários *om fin* de p*eservação *e face; (*i*) a a**lise *os comentários dos in*ern*utas a partir d*s *oda*idad** alocutiva* que se**em pa** o locuto* i*pl*c*r o seu interlocutor *o ato de enunciaç**; (i*) e a co*pr*ens*o d* processo co*st*tu*ivo di*lóg*** das rela*ões entre o* com*ntaristas. No entanto, po r questões de delimita*ão, fa*emos um recorte situacional *ara este estudo, eluci*aremos e os papéis dos *nternau*as e como são engen*ra**s, por me*o *o quad*o comun*cativo d* Pa*r*c* Char*udeau e G*igl*o*e (199*, p.55-68). Considera*do que os papéi* assu**dos p**o* int**nautas *o*em se re*acionar à constr*çã* da i*ag*m, tam*ém *nalisar-se-á, comparativamente, s* há u** p*stura dos ethé d*s*inta entr* *s dois portais se*ecionados - G* e Uol. Para tanto, **ionamo* co*o *efer*ncial t*ór*c*-metodo*ógico os estudos s*bre o et**s de Rut* *moss* e de Domini*u* Maingue*eau. Uma de n*ssas inqu*et*ções dess* estudo f*i ref*e*i* sobre um* provável c*nstr*ção do ethos dos portais de not*cias seleci*na*os p*ra a *esquisa, a *magem *e si c*nstruída no e pelo discurso. Assim, p*r*orremos o cam*nho das estratég*as uti**zada* por esses sujei*os q*e proc**am chamar a atençã* de a*guma fo**a, na tentati*a de constr*ir uma face pos*t*va ou negati*a, a d*p**der de se*s comentários. Uti*izou-se um a*cabo*ço *eór*co situado no *omí**o da *nálise do Discu*so fran*esa, h*ja vis*a **e tal abordagem nos proporcionaria instru*entos que *e ajusta*iam p*ra que ati*g*sse*os os obje*ivos pr*te*dido*. * ten*ativa foi de *usca* co**reend*r * sujeito p*r t*ás dos comentários, por meio de uma prática soc**l *ituada e c*n*reta, *ranscendendo a mer* descrição e i*terp*e*açã* *a *onfiguração li**uí*tica assu**d* pe*o *exto. Des*a fo*m*, nos *ebru*amos, pri*cipal*ente, na Teoria Semiol*nguística de C*araudea*, além de Domin*que Maing*eneau, qu* discut* * noção de ethos d*scu*sivo, e outr*s estudiosos da l*ngua que, ao l*ngo do **abalho, foram considerados pertinentes para atender à **ssa p*opo*ta d* estudo. Ao observar mais aten*ament* o corpus, surgiu uma inquietação: exi*te u* et*os R*v. FS*, Teresin* PI, v. 16, n. 3, art. 12, p2**-248, m**./*un. 2019 *ww4.fsanet.co*.*r/r*vista J. L. M. F. S*bino 228 (ima*ens de si) dos por*ais de notícias *elecionad*s par* esse estudo? Se *im, há uma d*fer*nça existen*e entre ele*? Diante dessa in*uietaçã*, a no*sa hipótese para est* estudo *oi * *e q*e os com*nt*ristas, em boa *art* das vezes, podem não **var em consideração *s a*pectos de polidez lingu*stica *u os de ét*ca, *endo que estes *ão *iolados em função de um espaço co*struí*o pa*a *erar **lêmic*s, *om *taques uns a** outros. Assim, o coment*ri*ta possivelmente não *e*onstra qualquer preo**p*ç*o com a sua **agem. O* prováveis fak*s p*dem cont*ibuir, e mui*o, haj* vista que a chance de serem identificados é praticamen*e n*la. Qu*nto ao* o*jetivos, *re*endeu-se: a) Analisa* quais p**éis dos internau*a* podem *er observado* nessas int*raçõe* e como sã* engendrados, por m*io d* q*ad*o comunicat*v* de Patri*k Charaudeau e Ghigli*ne (1997, p.55-68). b) Analisar, *om*ara*iv*mente, se há *ma postur* dos e*hé distinta entre os d*is p*rtais selecionado* - G1 * Uol. Na ten*at*va de analisar se, de fato, há *ma con*trução de ethos dos portais, consid*ramos três pri*c*pi*s discutidos por *ai*guenaeau, * se*uir: (i) o ethos é c*nstr**d* *or meio do discurso; (ii) o etho* é essencialmen*e um processo interativo de inf*uê*cia; (iii) o *thos é "um comportamento socialm*nte ava*iad*, que não **de s*r apreen*i*o fora d* um* sit*ação de com*nicaçã* p*ec*sa, i*tegrada ela mesm* numa determina*a conjuntura sócio- histór*c*" (MAI*GUENEA*, 200*, p.17). N*ste estu*o não for*m *ontemplados todos os 152 coment*ri*s *a pe*quisa de tese, em *unção de dois *ot*v*s: p*ime*ro, e* *un*ão das lim*taç*es que existem para * elaboração de um artigo; **gundo, os m*smos nem sempr* são ***to difer*nt*s em termos de estru*ura. Ass*m, para evit*r re*eti*õe* e não es*ende* demais a análise d*stacaremos alguns d*s comen*ários, *1 comentários, exempl*ficando as categorias elenc*das no apo*te teórico metodo*ógico. Vale co*sid*rar *ue, n* medida em q** formos tecend* sobre o referencial teó*ico- metodo**gic*, algumas *iscussões * re*ultado* serão a*ontadas. Essa opção s* deu em função de *ão se p*r**r d*scu*são i**ciada e já elucid*ndo * *artir do corpus resultado da a ir o inv*stigação obtida. A s*guir, discut*r-se-á sobre *s papéis enun*i*tivos enc*ntra**s em no*s* corpu*, a partir de Charaudeau e *h*g****e (199*, p.55-68). Rev. FSA, Teres*na, v. 16, n. *, ar*. 12, p. 225-248, mai./jun. 2*19 ww*4.*sanet.com.br/revista A Pos*ur* dos Ethé: *ma **áli*e Discursiva de Comentá*ios V*r*uais a Partir de Redaç*o do En*m 229 * REFERENCIA* T*ÓR**O 2.1 P*PÉI* DISCURSIVOS Os papéis sociais refere*-se ao *tatus dos int*rlocu*ores. A cada sit**çã*, conforme as ne*essidades de co*unicação, os comunicantes a*sume* *iferentes papéis que, por mei* d* rec*nheci*ento social, são legitim*dos. Chara*deau e Ghiglione (19**, p. 55-68) elen*aram alguns papéis desempenhados pe*os sujeitos na gestão do de*ate. Em nosso corpus foi p*ssível identificar um *apel d* maior import*n*i*, * *e pr*voc*dor. Do pa*el de provocador, o que podemos extrair para a noss* an*lise é o seu papel ativo, *ue *uscita ou modera as tensões. E**boramo* ***r* papel * p*rti* da observaçã* *e nosso co*pus, e da *inâmic* do *ênero selecio*ado: o Aconselhador/Auxi*iador * aq*ele que fornece c*nselho, o*i*ntaçã*, ajuda. A seguir, e*plicitaremos esses dois papéis obse*vado* nos c*mentá*ios. (*) O provocado*: C - 07 - Libe*ta*io12 - resposta a mfel*pe-souza Que o tema serviu *pen** para gerar c*nfl*tos e *iv*l*d*des *n*re as pessoas.. *sso eu ja não t**ho mai* duv**a!! É o famoso c*so do nós c*ntra eles! Ningu*m apóia * viole*cia contra a mulher aqui.. Exi*t* *redomíni* disto *a socied*de br*s*leira geral? Sim ou não? Isso qu* ge** *olemica.. No comentár*o acima, o locutor des*m*enha um p*pel ati*o, leva *e** in*erlocut*res a se *terem à quest*o em d***te, que é * violência contra a *ulher. O r*curso das retic*ncias *p** o enunciado "Ning*em apó*a * violencia cont*a a mulh*r aqui..." pod* indicar um pensam*nto inacabado, omitindo um p*nsamento que poderia ter si*o comentado, mas *eixa de *er nest* mom*nto, no caso, a vi*lênc*a *ontra a m*lher, constatada nos c*m*ntário*. Dess* fo*ma, o locutor inte*rompe um pensament* de for*a que o se* in*erlocutor possa suben*ender o q*e pod*r*a ser enu*ciado. *ssi*, o locutor modera possí*e*s c*nflitos a *arti* dessa *missão. O provocador tamb*m i*tenta moder*r *s con*litos g*ra*os n*s comentários ao co*duzir a discussão * ser seguida, pa*a que haja desvio *os rumos das co*v*rsas que o provo*aram rivali*ade* entre os co*enta**stas. Assim, o locutor prov*ca, mas tamb*m tent* *tenu*r as intervenç*es mais agress*vas dos participantes. Rev. FSA, Ter*sina PI, v. 16, n. 3, ar*. 12, p225-248, mai./jun. 2019 www4.fsanet.com.br/revi**a J. L. *. *. Sabino 230 (ii) O Aconsel*ad**/Auxi*iador: C - 124 - Fernanda Lima - resposta a Fernando Lacerda Fernando se vc *ão *s*ive* zuando..tomara * s*m...estou su*ond* qcvc com uma mente triste dessa..só *oder ter visto e crescido num l*r tota*m*n*e infeliz..o*de * violência contra s*a mãe existi*...*nde o mac*i*mo do pai er* o foc* *a sua casa. ..espero q nã*. ..v* acharia justo sua mãe sof*er v*olencia nas mãos de seu pai??? *endo *m vista *s comen*ários agressivos às mulheres por parte de Fernando Lacerda, a comenta*ista acima se passa *or uma e*pé*ie de g*i*. * lo*uto* se coloca no lugar de seu interloc*tor, p*ocurando e*ten*ê-l*, a*e como profissional que se de*ica * o*ie*tá-lo **m u* problema que *alve* *ossa te* tido em c*sa, * da vio*ência de seu pai contra * m**. A partir da pergu*ta a* final, o loc*tor faz o interlocutor se *ol*ca* no lugar das mulheres v*olentada*, assim como * que se nota na própria derivaçã* da pa*avra a*ons*lhador: acons**har + impl*caç*o de dor. 3 RESUL*ADOS E DISCUSSÕ*S 3.1 Uma breve *iscuss*o em torn* *o ethos e d* pathos: da retórica a*isto*él*c* às mo*er*as perspectivas t*óricas **emos *xplana* *obre a integraç*o d* eth*s e *o pat*os, h*ja v*sta que es*as n*ções estão imb*ica*as tanto na ret*ri*a clássica, quan*o nas mais *odernas pers*e*tivas dos estu*os discursivos, e qu* segun*o Charaudeau: O c*mentador sabe que pr**isa ser *redí**l, mas sabe t*mbém *ue n*nhuma *nálise ou a*gum*nta*ão terá impacto se nã* d*spe*tar * *nter*ss* do c*nsumidor d* inf*rmaçã* * se não *ocar sua afe*ivida*e. Ass*m, * *ornalista, preso ***re o m*rtelo (cre**bilidade) e * bigorna (captação), t*nderá * pr*f*rir mod*s ** raciocín*o que julg*rá simples * motivadores. (CHARAUDEAU, 200*, p. 181) P*demos not** em nos*o c*rpus que os comenta*ista* tent*m passar uma i*ag*m de credibilidad*, citando autores (c**siderados renomad*s por ele*) e dado*, no i nt ui t * de fornecer inf*rmação, associa**s à produção da *moçã* n* *nte*l*c**or p*la a*** discursiva dos c*mentários. C - 124 - Fernand* *ima - resposta a F*rnando Lacer*a Fernand* se vc nã* estiver zua*do..tomara q sim...estou supo*do qcvc com um* *ente triste dessa..só po*er ter visto e crescido nu* lar **talmen*e infeliz..onde a viol*ncia contra sua mãe exis*ia...onde o machis*o do *ai era o *oco da sua casa. ..e*p**o q não. ..vc ach*ria justo sua mãe sofr*r violencia nas mãos de seu pai??? Rev. FSA, Teresina, v. 1*, n. *, art. 12, p. 225-248, m*i./jun. 2019 www*.*s*ne*.com.b*/*evista A Postura dos E*hé: *ma Análise Discursiva de C*ment*rios Virtua*s a Part*r *e Redação do Enem 231 No coment*ri* anterior, rep*od*z*do acima, p*demos observ** o path** c*mo recurso ut*lizado para incitar a emo*ã* atr*vés do **scurso. Por meio da descrição de *ma h*potét*ca si*uação **i*te, a da violência doméstica, o internau*a *rovoca um *athos *e *ompaixã*. U* dos meios *inguístico* empregad*s para ess* descrição foi "lar tot*lme*** *nfeliz", d* modo que o adv*rbi* \to*almente\ amplifica a e*oção. A**im, o locutor se mostra ou fing* estar num estado emocion** de comp*ixão qu* *e*e*a transmitir, *eproduz*do pel*s *et*c*ncias, as **ais colaboram p*ra *esperta* a emoção. Há também a mobiliza*ão d*s pont*s *e i*terrogação em qu* l*cutor se mo*tra ou finge o **a emoçã*. O locuto* **opõe ao inter*o**tor ** mod*lo de emoção capa* de *esencadear *ma identifica*ão empática. Assim, o locuto* *o usar o *a*hos *e c*mpaixão mobiliza o interloc*tor em favor da seguinte tese: não * j*sto mulhe* a sofrer vi*lência nas mão* do homem. Ess* *xplanação se fa* necessária dado *o l*ço ex*stente entre o ethos e o pathos *a*a o sujeito do discurso, bem como para um* abord*gem coesa do di*c**so. Ademais, o mo*o d* exter**r *s emoções, *e sentir (*athos) se fa* revela* *a co*s*rução dos mod*s de *iz*r e de ser (ethos), port**to, como dimensões * constituintes d* discurso. Ari*tótele* em *etórica elu*ida t*mbém sobre o Logo*, co*o sendo um dos constituintes *ara a pe*suasão das pessoas, atrelado ao uso dos argume*to*. Em*ora importante, não o utilizamos nesta pesq*isa para qu* fosse p**sível nos concentrar no et*os * no pathos. Pass*m*s às d*sc*ssões teó*icas em *orno dessas d*a* noções: o e**os e o *athos. 3.2 O e*hos Aristó*e*es, em R*tór*ca, elenca três ti*os de prova* técnicas pa*a co*vencer, percebidas em um discurso, "umas re*ide* no carácter moral do orador; outras, no modo co*o se dispõ* o*vinte; ou*r*s, no próp*io o e discurs*, pelo que es** demonst*a *u par*ce demonstra*" (ARISTÓTELES, *998, p. 49). A *rimeira delas é elucidada p*r ele como o result*do d* um* confiança fornecid* pelo di*cu*so, * et*os: "Persuade-se pelo carácter *u*nd* o discur*o é proferido de tal man*ira *ue d*i*a a impressão *e o *rador se* digno d* *é [e que] é, p*r*m, necessári* que esta confiança se** resultado d* discurso e não *e um a o*ini*o prévia sobre o carácter d* o*ador" (A*IST*TELES, 1998, p. 49). *ode*os compreend*r o eth** ret*r*** como *ma c*n*truç*o do discurso, de fo*ma que * vitória do ato de persuadir não se vincula à h*nest*da*e do orador, mas s*m à impr*ssão Re*. FSA, *er*sina PI, v. 16, n. 3, art. 12, p*25-248, *ai./jun. 2019 www4.fsanet.com.br/revista J. L. *. F. Sabino 232 ocasionada pelo se* disc**so. A prova técnica seguinte "mod* como se dispõe o ouvinte", leva-os a sentir as emoções p*r meio do discu*so, o pa*hos. * a ter**ir* pro** técnica *stá atrel*da ao raciocínio, deriva do que é construído por meio do pró*rio raciocín**, o log*s. Modernament*, Maingueneau (1997) postula que os d*scurs** possuem um *om qu* reque* * corp* do enunciador, não e*piricamente, *as o que insurge do discurso, e c***orme o autor "**tá necessariamente assoc*a*o a um c*ráter e a *ma *orporalidade" (MAINGUEN*AU, 1997, p. 46-47). Esse corpo se susten*a em ester*ótip** culturais, e per*eiam as mais diversas produções, *omo afirma *aingueneau (2005) "es*es estereótipo* cu**urais circula* nos registros mais di*ersos *a pro*ução s*miótica de uma coletivi*a*e: livros de moral, teat*o, pintura, escultura, cinema, pu*li*idade" (MAING*ENEAU, 2*05, p. 72). Em se tratando *os **tereótip*s, L*sardo-Dias (*010) em *eu artigo que integra o liv*o *mo*ões no *is*urso, pos t ul * que "é uma voz insti**ída *o*etivament* por *eio da qual o *ocutor se esconde e se *rot*ge, assume par* si o di*e* quando lhe convém e at*ibu* ao outro quando se sentir amea*ado" (L*SA*DO-DIAS, 2*10, p. 102), para *ue assim possa *e r*sgu*rdar diant* de *m* amea*a, e que evidencia a natureza i*te*sub*etiv* n* relaçã* do comunica*te com o se* dito, com * d* outro, bem c**o com o context* da comunicação. Por *eio desses *ste**ótipos culturais, podemo* visuali**r a consti*u*çã* de um et*o*, bem *omo o seu outro l*do, o anti-ethos. Para esse estudo, fomos e* bus*a de um ethos dos coment***sta* que, p*ovavelmente, po*e*ía*os encontrar um anti-ethos. Para Maingueneau (2*0*), essa relação avessa é que se *poia a congr*gaçã* do e*hos, de forma que haja uma p*rcepç*o do s*jeito co*o inte*rante de "um* com**idad* imagin*r*a d*s *ue ade*em a u* mesm* discurso" (MAINGUENEAU, **05, p. 73). *s*im, o ethos se a*resenta *omo uma repu*ação, uma av*liação social, ou seja, um co*ceito d* um p*blico em *elaçã* a a*guém, ou vi*e-versa, e que pas*a a ideia de credibili*ade. A *artir d* Maingueneau, no *apítulo oito dedicado ao *thos, em **u liv*o An*lise de textos de **municação, ele cita Roland Bart*es, a fi* d* salientar uma caracter**tica essenci*l do ethos: São traços de caráter que o orador *eve mostra* *o auditório (po*co **porta sua sincer*dade) para caus*r *oa *mp**ss*o: são *s ar*s qu* assume *o se a**esentar.[...] O *r*do* enuncia uma in*or*açã*, e ao mesmo tem*o diz: eu sou isto, eu não sou *quilo (BARTH*S, 1970 *pud MAINGUE*E*U, 2004, p. *8). Rev. FSA, Teresina, *. 1*, n. 3, art. 12, p. 225-248, mai./*u*. 2019 ww*4.fsanet.c*m.br/revis*a A Po**ura *os *thé: *m* *nálise Discursiv* de Comentários Vi*tuais a Parti* de Reda*ão do Enem 2** Em termos pragmáticos, Mai*guen*au (20*4, p. 98), b*sead* em Ducrot, discute s*b*e a construçã* *e represen*aç*o do outro, o et*os: N*o *e tr**a das a*irmações elogiosas que o orador *ode fazer sob*e sua p*ó*r*a pessoa no cont*údo ** se* discurso, afirmações que, contra*iamente, podem ch*car o ouvinte, ma* *a apar*ncia que lhe *on*erem o ritmo, a e*tona*ão, calo*osa ou severa, a es*ol*a das palavras, *os ar**men*os... [...] É na qu*lidade de *onte ** enu*ciação que ele s* vê revestido d* *eterminad*s características que, por açã* refle*a, t*rnam *ssa enunci*ção *ceitável ou *ão. (DUCROT, 19*7, apud MAINGUENEA*, 2004, p. 89). *ssa ap*rê**ia do ser pode ser *er**bida *ambém a partir ** Amossy (2005): T*do ato de tomar a palav*a impl*ca a cons*rução de uma *magem de s*. Para tant*, não é necess*rio q*e o *ocut*r faça s*u au**-ret*a*o, d*talhe sua* qua*idades nem me*mo que fale explicitamente de si. Seu esti*o, sua* competências linguísticas e *nci***pédicas, suas *renças implícitas são suficientes para construir uma repr*sentação de *ua pe*soa. A*s*m, d*liberadament* ou não, o loc*tor ef**ua em s*u disc*rso u*a apresentação de si. (AMOSS*, 2005, *. 9). A image* *e si não se restringe a *m pro*edimento, n*o d*pende diretamente do* sujeitos env*lvi*os na *nteração. Como dis*e *arthes, são traços de c*ráte* que o orador *eve mostrar, e **verá incorporar uma image* *e si *ue poderá o* não *oncindi* com sua ima*em real. A noção *e *thos co*pr*ende não apena* a di*en*ã* pr*priamente *ocal - ento*aç*o, ri*mo, esc*lh* v*cabular -, como também o conjunto das de*er**naç*e* físicas e psíqui*as. A parti* do expo*to, o ethos se dá por uma imagem construída pel* interlocutor apoi*do em indícios que *az surgir o *i*dor (*o* termos de Maing**nea*), ou *eja, *quele que se c*nst*ói por m**o do dis**r*o e que veremos adiante a partir de algumas amostras d* *omentário* onli*e. C - 47 - Lo*ical Think - res*osta a Gua*ia*u48 **apiaçu4*, ter deze**eis vezes mais homens vítima *e violência signi*ica exatamente isso, *ue h*m*ns são ma*s vítimas de violência que a mu**e*. Vamos *os nú**ros. Há 3 mu*here* vitimas de viol***ia *or grup* de *00 mil *ulheres, e há 48 *omen* *itimas d* violencia por *rup* *e 10* m*l ho*ens. Isso significa, SIM, que homens *ão m*it* ma*s vítim** d* *i*lencia que mulhe*es. (,,,)Fonte: Mapa da V*o***c*a *o IBGE, o* seja, a e*tatística oficial *o governo. E é u*a p*na que você tenha caído no conto f*minista que diz que, e* termos de polit*c* co*tra a violênc*a, o que importa é o a*goz, e nao a ví*ima. na* importa q**m comete o crim*, i*port* a vi*ima. Rev. FSA, **r*sina PI, v. 16, n. *, art. 12, p225-*48, m*i./*un. *019 www4.f**net.com.*r/revist* J. L. *. F. Sabino 234 N* comentá*io a*ima, *-47, podem*s notar uma identificaçã* própria, em *ue há a menção *o s*posto "n*me", "sobrenome" o* "apeli*o" de se* in*er*ocuto*, Guapiaç**81, de for*a a se report*r diretamente a este. Iss* po*e ser obs*rvado *ogo ao *níc*o, quando C-*7 tr*nscreve ex*tam*nte p*r*e do *n**ci*do de *u**iaç*48, C-16, mas **m o *úmero polêmico deze*s*is em cai** alta, p*ra des**rtar a atenção deste. *ara ser mai* convincen*e, ele faz uso de d*dos, **nda os mesmos do comentário que levo* a e**a discussão, a do *BGE, e r*futa o qu* o outro diss* utilizando a fonte em cai** a*ta, seja co*o estratégia *e ênfase, seja c*mo est*atégia de imposição. * ator da *n*nci*ção, Logical Think, traz o *rgu*ento *e autori*ade "M*pa d* Viol*ncia do IBGE, ou se*a, a estatístic* ofic*al", como efeit* d* obj*tividade, par* ga*antir uma credi*ilida**, a**oridade. Ele também *az uso de palavras *ue ma*cam p*ecisão, proporcionand* um to* acabado ao discurso, co*o "exatamente" e o "s*m" *tilizado n* com*ntári* de s*u interl*cutor, Gua*iaçu48. Os recurso* permitem construir um e*hos d* o credibilidade, *ue quer ser definido *omo compete*t* e intel*ctua*. O coment*rio ex*enso e explic*tivo pr*duz um ef*ito de cooperação. *o ent*nto, es*a pretensa polid*z vem seguida p** sucessivas caixa* altas, que conferem um t*m irô*ico, *eforçada pelo sentimento de uma falsa piedade, "e é uma pena". Também f*i utili*ada a est*a*égia de impessoalizaçã* do *utro no *nuncia*o "E é um* p*na que v**ê tenha caído *o conto fe*i*ista que *iz que (...)". A opção p*r utilizar a expressão "* *on*o f*minista", faz ab**ndar a respons*bilida*e pe*o dito. C - *1 - silasfeitosa, antes des*gna*o por *e*nand* C*rr*nza Ué, mas vcs di*em que ninguém nasce mulh**.....ex*lica isso. *ntem o* for*uladores de qu*stões *olocar*m um* ques*ão da pedófi*a S*mone de Be*uv*ir dizen*o que nin*uém na*ce m*lher. E hoje v*m fa*ando *m *iolência contra mulher? Essa es*uerda revolucionári* é ma*uca. A partir do *omentário acima, podemos p*rc*ber a presença de inte*pelação com um terc*iro ausente, equiv*l*nte a uma form* ge*eralizada, \vc*\, qu*, a princípio, p*d* re*ela* u** es*ratégi* defe*siva por parte do locutor por n*o h*ver a iden*if*cação dos interloc***r**. Ness* c*so, pode*ia *er uma *stra*égia de prese**aç*o d* *ac* do outro, por r*sgua*da* os int*rlocutores que assu*iram a per*pectiva apres*ntada. No entanto, e*sa voz qu* no p*ime*ro 1 Comentário C-16, de Guapiaçu48: "Sant* ignorância batman.... Ter 16 vezes m*is ho*e*s vítimas de *rimes n*o sign*fica *ue a violên**a contra mulheres é me*or. Quando se fa*a violên*ia contra MULHER ou *iolência
contra HOMEM devem *er conta*i*i*ados apena* os c*imes *ometidos po*que a víti*a *ra mulher ou er a ho*em. Quando a co*ta é fe*ta desse jeito n*o se en*on*r* ta*tos **m**s vítimas de sua* mulheres, mas se *ncontr* sim muit*s **lheres vítimas de seus co*panheiros. Parece que se* racio*ín*o lógico está meio furado... (em tempo, como não dá para saber pe*o *eu apelid*, sou *ome*)" Rev. FS*, T*re*ina, v. 16, *. 3, art. 12, p. 225-248, mai./jun. 2*19 w*w4.fs**et.com.br/re*ista
* Pos*ura *os Ethé: Uma Aná*ise Discursiva de C*m*ntários Virtuais a Partir d* Redação do E*em 235 en*n**ado pa*ecia *iluir, faz-se revela*a qua**o o comen***ista sinali*a ex*licitament* quem seria vocês, tr*tando-os como os formulad*res de questões do E*e*. Assim, mesmo na tentativa *e preservar a im*gem, a*eaç* a face d*s que fazem part* do quadro de pessoas que fo**a* a *a*ca do Enem ao *izer \* **je ve* falando *m violê*cia co*tra m*lher?\. *s*o se *omp*ova porque a proposta é justamente * *a violência contra a mulh**. A crítica é reforçada com a pergunta retórica que produz um *f*ito *erlocucionário2 de provocaç*o. O locutor a*ribu* a si um *st**uto que * autoriz* a in*erp*lar o outro, *om* aquele que est* *companhando as *rovas do Enem, e espera uma reação. * locutor u*iliza a marca \vcs dizem\, * fim d* t***sferir a responsab*lidade p*lo dito c*mo se diss*ss* \não sou e* quem *isse\, preservan*o a sua imagem, ao constru*r um et*os defe*si*o. A*sim, há * inco*poraç*o do discurso alh*io por part* d* locutor. Este se pro**ta discursivamente, por meio de carát** pre*ominantem*nt* *bjetivado, pr*vocand* *m esvaziamento. Ao opinar, C-*1 ** utiliza d* recurso d* repetição "*i*em que ninguém nasce mulher" na tentati*a de reforçar, atribuir a v*z a ou*rem e dim***ir os *rejuízos que sua posição pod*rá ger*r à própria imagem. Nesse mesmo enunc*ado, podemos perceber * presenç* *e um termo que sinali*a a indeter*in*ção do sujeito - o dizem - que desponta com* u** estraté*ia de de*e** e, co*sequentem*nte, a *e preservação de sua imagem, a* assumir *ma **si*ão de i*certeza acerca do que diz. Des*e modo, locu**r s* utiliza *a inclusão de u*a voz d* fo*a,3 para qu* s*u ato de di*e* s* o distanci* o locutor em detriment* *e su* individualidade, na ten*at*va de prese**a* a su* *m*gem, u*a ve* que nã* é *le quem fala, mas uma voz *ue o atrave*sa, l*g*timando s*u diz*r. Ao utiliza* a express*o "os formula*or*s de questões", direcionando *ríticas * *les, a estratég*a *e impessoalização do o*vinte é u**lizada, haja vis*a que o agente \formuladores\ é selec*onado, ao i*vés da **plicita*ão dos n*mes q*e **mpõem o quadro de *esso*s qu * for*am a banca do* f*r*uladores de questõ*s. Assi*, * p*rtir do uso dessa estratégia, a responsabilidade em *elação ao d*to s*rá diluída, form* d* pol**ez *u* prote*e a imagem do locutor. 2 Por r*zões de delimitação do referen*ial te*rico-meto*o**g*co, *ã* u*ilizaremos neste estud* * teo*ia dos *tos de fa*a de Austin, *ompree*demos * importância d*ssa teoria, mas o trabalho *oderia s* esten*er
demasiadament* e poderíamos *orrer * r*sco de *erd** * foco. Dentre as *uas formas d* realizaçã* do locucionário, tem-*e a do per*ocucion*rio, que provoca um *feito no ouvinte, visand* inf*uenciar, por s* trat*r de uma aç*o e*tr*té*ica. Alguns efeitos perlocu*ionári*s podem ser *bservad*s ao longo de *osso corpus: * de intimidar, ameaçar, e *lguns poucos, o d* acon*elhar. 3 Ess* estratégia f*i cria*a por *ós em funçã* *a nece*sidade de a*álise de *os** corpus, *ois as vo*es são ass*midas pelo locu**r na tentativa de gan**r credibilidade em seu dito, e des*a for*a, sua fa*e negati*a, ou sej*, se* *errit*rio é preserv*d* de *lg**a ameaça, já que ele se e*co*de a part*r dessa v*z que apar*ce.
Rev. FSA, *eresina PI, v. 16, n. 3, art. 12, p225-248, mai./jun. 201* www4.fsa**t.com.br/revista
J. L. *. F. S*bino C - 100 - L*iz Reis o *ermo "Ma*hist*s não passarão" n*nca **i tão *ite*al * verd**eiro... heheheheheheeh. * - *01 - Vause eheheheheheh*eheheheh* 236
A **rtir *o comen**rio *-1004, a comentarista C-101 a**nas utiliza os ri*os "e*ehe*ehh*ehehehehehe" para mostrar uma possí*el concord**cia com o int*rlocu**r C-*00, *** efeito de i*ent*ficação com o comen*á*io deste, mas limitan**-se a*enas **s riso*, com um e*h*s nada reservado, já que repr**uz a*intosamente pelo riso o argumento **te*io* de deb*che. A*s*m, a **tratégia *e a*rov*ção pe*o o*tro é ativ*d* para q*e se p*ssa construir **a imagem v*lorizante *e si. O comen*arista C-100 s*prime a *enção direta a* in*erl*cutor a quem se reporta, *o caso, C-985, a* *e utilizar de u** *orma pluralizada - m*chistas -, * que considera**s ser uma e*t*a*é*ia de pr*s*rvação *a *magem *o loc*tor C-100, já que faz *so d* *orma i*direta como e*tratégia de polidez. A imagem d* locutor fica protegida *or*ue ele evita falar ex*licitam**te o n**e do comentar*sta machi*ta q*e ficar* fora do proce*so d* Enem *, *m*licitam*nte, *mped* o risco de algu*a agressão à imagem em potenc*al e *rese*va a si. C - *41 -Alessandro M*reira - res*osta a *uliana Jul*ana! Então v* *st* d*zend* que tara s*x*al n*o é co*sa séria? *e *c não s*be, o *ato da maioria das mulh*res gost*rem de apanhar, por m*itos espe*i*listas psicólog** é ju*tam*nte pelo fa*o de*as gos*arem mesmo de ser*m dominadas pelo "homem opresso*". No comentário C-14* estratégia de fazer a pergunta retórica foi util*zada. * locuto* utiliza a opi*iã* de especialistas, a *im de t*ansferir responsabil**ade p*lo dito a eles, a p*eservando sua *m*gem, est*belecendo um etho* a de*ensivo. Nesse sent*do, o loc*tor utiliza-se da estratégia de inc*uir uma voz de ***a, na tenta*iva *e se distanc*ar e manter uma prete*s* *mparci*lidad*, *ma vez qu* não é ele q*em di*, *as u*a voz que l*gi**ma o seu 4 O comentário *-100 d*aloga com um discurso *nterior. *m 2013 u* fat* lamentável ocorreu ** um* universidade, em que um professor agrediu uma aluna para impedi-l* de fazer uma pr*va. A partir disso, o movi*ento estud*ntil da univers*dad* se *anifestou c*ntra a conduta considerada machista, nomeada c*mo "opressores não passarão!". Daí em d**nte, surge movi**nto*, *om* a do Ene* "machistas não pa*sa*ão" pa**
di*er que quem *e proced** de fo*ma m*c*i*ta n* el*boraç*o d* t*xto di*sertativo-argumentativo não irá *ealmente pa*sar, poi* uma ideolog*a machist* e que desrespeite os direito* hu*anos teria sua *ota *edu*i*a à **ro ou à an*la*ão. 5 Comen*ário C-9* de Aless*ndro Moreira "* mulher é * sexo fra*o". *ev. FSA, Teresi*a, v. 16, n. 3, art. 12, p. 2*5-248, m**./jun. 2019 ww*4.fsane*.com.br/revista
A Postura do* E*h*: Uma Aná*ise Discu*siva de Comentário* *ir*uais a *ar*i* de Redação do Ene* 23* dizer. *.* Iden*if*cações *rocadas A pa*tir ** observação de tod*s os 152 comen*ário* foi **ssível obse*var que h*u*e u*a troca d* id*n*ificaç*o de algu*s dos co*ent*ristas *o portal Uol, que se encontram list*dos *o quadro ab*ixo. O *ua*r* eviden*i* qu* dos 9* comen*aristas do portal Uol, 20 editaram seu perfil após um período *e *ete me*es após a *rimeira con*ulta das *ostagens, ocorrida no dia 25/03/**16. Quad*o 1 - alte*ação da ide***f*cação d*s comentari*tas ap*s um ano a data d* postagem *o comentário no porta* Uol O que e*a * que passou a ser Com foto S*m foto letr*/símb*lo/desenho/avat ar Fernan*o Car*anz* si*asfeitosa X L C Oberti luiz.oberti X Velho B*k mfelip* - *ou*a X Cabeça Grávid* Cabeç*-de-Bagre X R*berva* T*ylor wolfmagal X ### va* X Gua*iaçu48 a*eard* X Jo*y Thai Adriano**25 X *_Ca*tal*ce Wev*rton.*an*ali*e2 9 X *arth Satyr Satyr X old **dy cardosomhca X lq Vi*itant* X Vic*or Fontene**e VICTOR * Ver*t* *erit * Romanesc* a*a**ro X du*a joa** Dul*e X C*andrasekryas ch*ndraseka* X Frmg V*s*tante X *arl*s N. JOSE X *i* Dora Rogeri* * Fonte: Dad*s *a p*squ*sa. O fato de um número conside*á*el *e c*menta*istas do *ort*l Uol, 21,5%, ter troc*do a iden*ificaçã* no período de *ete m*se* da primeira post*gem, pode indicar u* *ão c*mprometimento com o que dis*er**, assu*indo um ethos menos compr*mis**do, e até mesmo fals*, supondo liberda*e para tecer su*s acusaçõe* e crít*cas, já **e não é pos*ível ter Rev. FSA, *ere*ina PI, v. 16, *. 3, ar*. *2, p2**-248, mai./jun. 2019 ww*4.fsane*.com.*r/revist* J. L. M. F. S*b*no 238 a****o a sua verdade*ra ident*dade. *m *os mais **lêmic*s coment*ristas do portal Uol foi alvo de desqualif*cação p*r um* da* *o*entaristas: C - 08 - Fir*i*a Daza - resposta a mfelipe-souza Velho Buk, com essa foto parecendo Diogo *aina*d*, v* só pode**a *esmo faz*r t*l c*m*n*ário... Os ele*entos linguísticos "só", advérbio de exclusão dos d*mais, "me*m*", advérbio com sentido de *xatamente e "t*l", qu* *u*ciona como *ron*me \esse\, refor**m ess* d*squalificação, s**a*a * comp*ração de "sua foto" c*m a do j*rnalista Dio*o Ma*nardi. Ap*s os set* meses de ob*ervaçã* das post*gens, o comentarista velho Buk *lter*u tanto a sua f*t* *uanto *ua identificaçã*, provavelmen*e, em função a das resposta* a se*s ditos de ataque. *e no *or*al da Uol *ouve a troca de n*mes nos 7 m*se* que *e seguira* de*de * primeira observação d* nos*o cor*us, no po*t*l G1, os nomes foram preserv*dos. Dos 9* co*enta*i*tas do portal Uo*, 10 postar*m avatares, let*as e d*senhos como um modo d* apresentação * de identifi*ação de *eus potenciais i*terloc*tore*, além dos *om*s fic*ícios ou não. O* **mais não pos*aram n*nhuma i*agem para s*u perfil. Em nenhum de*ses 9* come**ários do p*rtal *ol houve a postagem de fo*os. J* nos comen*á*ios do *ort*l *1, d*s 59 co*entaristas, 3 pos*a*am fotos. Um dos com*ntari*tas postou a imagem de um *nim*l, outro de *m avat*r, e os de*ais não pos*aram nada. *creditam*s que existe u* ethos diferenciado entre e*ses port*is, *ão apenas pel* fato de conter *otos no portal do G1 que podem até garantir certa *onfiabilidade dos coment*rios comparados aos do po*tal Uol, em que não consta n*nhuma foto. Con*i*eramos impo*t**te a identificação do *thos nes*es portais, porqu*, p*rti* *ele, há um * con*role sob*e o outro, "designa a i*agem de si que * lo*uto* *ons*r*i *m *** discurso par* *xerce* u*a influência s*bre seu *locu*ário" (CHARA*D*AU; **I*GUENEAU, 2*04, p. 220). O e*h*s *os co*enta*is*as pod* ser bas*ado n** ima*ens que os portais ** n*tí**as constroe* de *i, um **be* *révio que os int*rnautas já po*s*em *obre *s p*rta*s, e que poderá mu*ar o e*hos de*s*s *om*ntaristas a *epender do suporte midiátic*. Ass*m, podemos pens*r met*foricamente em um camaleão que s* trans*orma a de*en*er do meio. Amossy (2005) a*ir*a que a imagem que o en*nciador cons*rói de si mesmo no discu*so é for*a*a pela troca verbal, e *ssa imagem de*e*mina*á forma de a per*uadir s**s int*rl*cutores. A*si*, a ten*a*iva * de *esvelar o ethos *o* po**ais dest* *stu** a partir da Rev. *SA, Teres*na, *. *6, n. 3, art. *2, p. 225-*48, mai./*un. 2019 www4.fsanet.com.br/revista A Postura dos Ethé: Uma Anál*se *isc***iva de *omentários Virtua*s * *arti* d* R*dação d* Ene* 239 troc* comunicativa entre eles. *o *o*ta* G1, os nomes *parentam não ser fict**ios, *á *ue el*s são *onstit*ídos p*r nomes comuns, exceto algu*s *asos, qu* apar*cem com nom*s na*a co*ven*ionais, como "F*x M*lde*", "Brazilei*o", "Faloa*er*ade" e "Lord". No en*anto, no portal d* Uol, as identi**des, em sua mai*ria, são representadas por nomes nada convencionai*, *razem um e t om de agressão, a c*meça* po* essas ide*tificações: "Bla*femo Mesmo", "U*apessoacomc*rebro", "Botonegro" e "Velho Buk". V*jamos um *xemp*o de comentário deste ú*timo. A partir d**, podemos p*ess**or o encami**amento das interaç*es. C - 13 - mfeli*e-sou*a, ant*s des*gnado por Vel*o *u* "Soc*eda*e Patriarcal". E*querd*lha detect*d, Listamos, a s*guir, al*umas informaçõ*s sobr* * termo de uso6 dos portais d* *ot*cias G1 * Uo*, as qua*s consideramos como p*râmetros que deveriam p*uta* a int*ração d*s comentaristas, o que, tod*vi*, p*r*ce não representar garantias sufic*ente* c*ntra fal*os pe*fis. Diferentemente *o porta* Uol, para o cadastro no *o*ta* *1 é solic*tado o número *o celular para as**ciá-lo uma conta pe**o*l. A mensagem a que aparece é a seguinte: "P*r questão d* segurança, pre*isamos que você *al*de um númer* de celul*r no se* cadastr*. C**fir*e seu número abaix* e en*iaremos um códi** via SMS". Após o envio do códi*o re***ido po* S*S, o internauta irá d*gitá-l*, clica* em continuar e começar a utilizar como usuário a conta do portal. Acredi**mos que a validaçã* d* um número d* celular para o c*da*tro *od* contribuir *ara um con*role maio* dos usuári*s. A se*uir, procuramos *estacar mais três aspectos que diferencia* os *ort*is G1 e Uol entre si, * par**r do* termos de uso, t*is co*o: (i) a diferencia*ão de c*ráter entre os dois port**s em r*lação *s informa*ões p*ra o cad*stro; (ii) a maneira utiliz**a para *xplicitar a proibiç*o de con*eúdo, * (iii) o ní*el de comprometimento do portal p*ra com as informações p*sta*as. Qu*dro 2 - Compa*ação e*tre os portais G1 e Uol *obre as condiçõe* *ara * **uário usufruir dos serviços dos port*is G1 Uol (i) Cará*er de opção *obre *s informações para * cadastr*: "a Globo.com *e*gun*a seu *ome, (i) Caráter de im*os*ção so*re as informações par* o cadas*ro: "O US*ÁR*O info*mará ao UOL todo* o* 6 Os te*mos de us* dos po*tais de notíci*s G1 e Uol **con*ram-se nos sites dos po*tais.
Rev. FSA, Tere*ina PI, v. 16, *. *, art. 1*, p225-24*, *ai./j*n. 20*9 www4.fsan**.com.br/r*vista
J. L. *. *. Sabin* 240 en**reço de e-m*il e outras in*ormações *esso**s. Quanto mai* i*f*rmaç*es c*rretas você fornec*r, melhor será a per*onalização da s*a experiência". dados necessários para seu ca*a*tramento, comprometen*o-*e a fornecer informações verdadeira*, corr*t**, atu*i* e *om*le*as *obre si mesmo, no momen*o *o s* u cad*stramento, responsabilizando-se civi* e c*iminalmente por estas informaçõe*. 3.1.1. O USU**IO deverá for**cer e mante* s*mente d*dos verdad*iro*" (ii) Forma mai* direta/o*jeti** sobre a pro*bição *e conteú*os: "é v*da*o a es*es, as*inantes e/o* usuário* * escol*a de express*es mal*o*ntes, injuriosas" (ii) F*rm* mais de*alhad*/menos objeti*a *obre a proibição ** co*t*údos: "nã* ut*l*zar tais *erviços para transmi*ir/divulgar mat**i*l il**a*, dif*matór*o, que vi**e a privacidade de terce*ros, ou que sej* ab*sivo, ameaçador, obsceno, pr*judicial, *ul*ar obsceno, i*ju*ios*, ou de qu*lquer *utra forma censuráve*; não *ran*mitir e/*u div*lgar qualq*er ma**rial n*o inser*r mate*ial p*r*ográfico, *ro*seiro, r*cista o* ofensivo (...)" (iii) Maior responsabilida*e *o p**t*l para *om as in*ormações *ostadas no portal: "Nenhuma transmissão *e dados na In*e*n*t é 1*0% segura. S*ndo assi*, *mbora a Globo.com sempre faça o p*ssível pa*a p*oteger su*s informações pes*oa*s, *ão * possível ga*an**r * segurança de to*as as info*mações qu* você venha a nos for*e*er. É uma d**isã* pessoa* a util*za*ã* *o ser*iço nessas condições". (Gri** nos*o) (iii) Menor responsa*i*id*de do port*l para com a* i*formações postadas no po*tal: "O co*teúdo publicado por assinantes ou *isita*tes nos produtos intera*i*os n*o é revisado ou f*scalizado pelo UO*". (Grifo nos * o) "Não se **sponsabili*a pel*s o*iniões e coment*rios dos titulares, *s*ários *u visitantes do UOL Mais. * conteúdo de *ada video, texto, i*a*e*, áudio ou **mentário é d* única e exclusiva res*onsabilidad* civ*l e pena* do autor *a mensage*. As i*for*a*ões con*id*s nas mens*gens não são c*nfe*idas ou de qu*lq*er forma *n*os*adas pelo U*L". (Grifo nos*o) *onte: Análise da autora a p*rtir d*s in*orma*ões que constam nos por**i* G1 e UOL Os comentári*s *o p*rt*l Uol são mais longos *s do *ortal G1 são mais curtos, e *b*etivos. 3.4 O path*s *esde a *ntiguidade, o pathos era associado ao *stado d* âni*o, ao sentimento, aos hum**e* * às *moções. Determinados v**ábulo* atre*ados às *aixõ*s são *plic*dos como s*nônimos, e Plan*in (2003) apresenta cada um d*l*s relacionado à det*rminada ciência: Rev. *SA, Tere*ina, v. 1*, n. 3, ar*. 12, *. 225-248, m*i./j*n. *019 www4.fs*ne*.c*m.br/revis*a

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