Aplicação de Metodologias Ágeis de Gerenciamento de Projetos em Startups Brasileiras / The Use of Agile Methodologies for Project Management in Brazilian Startups
Resumo
As metodologias ágeis têm sido utilizadas e consideradas como práticas viáveis para empresas de software desenvolverem suas soluções em situações de dinamicidade e incerteza. Estudos anteriores apresentam evidências da aplicação de metodologias ágeis em startups de software em diferentes partes do mundo, mas até o momento não houve um levantamento focado nos desafios gerenciais da implantação em startups de software no estado de São Paulo. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é de identificar, a partir da percepção de membros de equipes de desenvolvimento de software, quais os principais desafios para a utilização de metodologias ágeis, assim como suas respectivas práticas, na gestão de projetos de desenvolvimento de software em startups de software paulistas. A partir de uma pesquisa de natureza quantitativa, com levantamento de dados a partir de survey, este estudo apresenta as principais barreiras e os benefícios no uso de metodologias ágeis. Os resultados indicam que a resistência da organização à mudança, a falta de pessoas na equipe com experiência em metodologias ágeis e a falta de confiança na capacidade de expandir/escalar metodologias ágeis são os maiores desafios para a adoção de tais práticas. O estudo contribui para a teoria e prática ao levantar as práticas e desafios, destacando que apenas a aplicação das metodologias ágeis não é suficiente, é preciso uma consideração significativa dos desafios de implantação. O texto conclui destacando as limitações de pesquisa e apontando direcionamento para estudos futuros.
Palavras-chave: Metodologias Ágeis. Gerenciamento de Projetos. Pesquisa Quantitativa Survey. Startups.
ABSTRACT
The agile methodologies have been employed and considered viable practices for software firms to develop their solutions in dynamic and uncertain situations. Previous studies provide evidence of the application of agile methodologies in software startups around the world, but there has not been a focused survey on the managerial challenges of implementing agile methodologies in software startups in the state of São Paulo. Therefore, this research aims to identify, based on the perception of software development team members, the main challenges in using agile methodologies and their respective practices in managing software development projects in São Paulo's software startups. Through a quantitative research approach with data collected through a survey, this study presents the primary barriers and benefits of using agile methodologies. The results indicate that organizational resistance to change, a lack of individuals on the team with experience in Agile methodologies, and a lack of confidence in the ability to expand/scale Agile methodologies are the major challenges to the adoption of such practices. The study contributes to theory and practice by uncovering practices and challenges, emphasizing that the application of agile methodologies alone is not sufficient; there needs to be significant consideration of implementation challenges. The text concludes by highlighting research limitations and suggesting directions for future studies.
Keywords: Agile Methodologies. Project Management. Quantitative Research. Survey. Startups.
Referências
ABSTARTUPS. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE STARTUPS. 2017. Disponível em: https://abstartups.com.br/sobre-a-abstartups/.
AKIF, R.; MAJEED, H. Issues and challenges in Scrum implementation. International Journal of Scientific & Engineering Research, v. 3, n. 8, p. 1-4, 2012.
AL-KHATIB, Ayman Wael; AL-GHANEM, Eyad Mustafa. Radical innovation, incremental innovation, and competitive advantage, the moderating role of technological intensity: evidence from the manufacturing sector in Jordan. European Business Review, v. 34, n. 3, p. 344-369, 2022.
ANDERSON, D. Kanban: Successful Evolutionary Change for your Technology Business. Blue Hole Press, 2010.
BARRANQUEIROS, A. H. A. et al. Perfil das startups brasileiras quanto à adoção de metodologias ágeis no desenvolvimento de software: um estudo sobre Lean Startup e Scrum. 2016. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Lavras.
BECK, K. et al. Manifesto for agile software development. 2001.
BECK, K. Extreme Pogramming explained: Embrace change. Addison-Wesley Professional, 2000.
BERGER, C.; EKLUND, U. Expectations and Challenges from Scaling Agile in Mechatronics-Driven Companies–A Comparative Case Study. In: International Conference on Agile Software Development. Springer, Cham, 2015. p. 15-26.
BOEHM, B.; TURNER, R. Management challenges to implementing agile processes in traditional development organizations. IEEE software, v. 22, n. 5, p. 30-39, 2005.
CANTAMESSA, Marco et al. Startups’ roads to failure. Sustainability, v. 10, n. 7, p. 2346, 2018.
COHEN, D.; LINDVALL, M.; COSTA, P. Agile software development. DACS SOAR Report, v. 11, 2003.
COLEMAN, G.; O’CONNOR R. An investigation into software development process formation in software start-ups, Journal of Enterprise Information Management, v. 21, n. 6, p. 633–648, 2008.
COOPER, D. R.; SCHINDLER, P. S. Métodos de Pesquisa em Administração. 12ª Edição. McGraw Hill Brasil, 2016.
EGGERS, Fabian et al. Referral campaigns for software startups: The impact of network characteristics on product adoption. Journal of Business Research, v. 145, p. 309-324, 2022.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Plageder, 2009.
GIARDINO, C.; WANG, X.; ABRAHAMSSON, P. Why early-stage software startups fail: a behavioral framework. In: International Conference of Software Business. Springer, Cham, 2014. p. 27-41.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
GOMES, Leonardo Augusto et al. Design principles of hybrid approaches in new product development: a systematic literature review. R&D Management, v. 52, n. 1, p. 79-92, 2022.
HAIR, J. F.; BABIN, B.; MONEY, A. H.; SAMOUEL, P. Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman, 2005.
JÄRVINEN, J. et al. From agile software development to mercury business. In: International Conference of Software Business. Springer International Publishing, 2014. p. 58-71.
KAJKO-MATTSSON, M.; NIKITINA, N. From knowing nothing to knowing a little: Experiences gained from process improvement in a start-up company. In: Computer Science and Software Engineering, 2008 International Conference on IEEE, 2008. p. 617-621.
KRAŚNICKA, Teresa; GŁÓD, Wojciech; WRONKA-POŚPIECH, Martyna. Management innovation, pro-innovation organisational culture and enterprise performance: testing the mediation effect. Review of managerial science, v. 12, p. 737-769, 2018.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS, G. D. A.; THEÓPHILO, C. R. Metodologia da Investigação Cientifica. São Paulo: Atlas, 2009.
MELENCHION, Jose Ricardo et al. People development in startups. RAM. Revista de Administração Mackenzie, v. 24, p. eRAMG230116, 2023.
MELO, C. et al. Métodos ágeis no Brasil: estado da prática em times e organizações. In: Relatório Técnico RT-MAC-2012-03. Departamento de Ciência da Computação. IME-USP, 2012.
MORITZ, Alexandra; NAULIN, Tamara; LUTZ, Eva. Accelerators as drivers of coopetition among early-stage startups. Technovation, v. 111, p. 102378, 2022.
NERUR, S.; MAHAPATRA, R.; MANGALARAJ, G. Challenges of migrating to agile methodologies. Communications of the ACM, v. 48, n. 5, p. 72-78, 2005.
PATERNOSTER, N. et al. Software development in startup companies: A systematic mapping study. Information and Software Technology, v. 56, n. 10, p. 1200-1218, 2014.
RAMESH, B. et al. Can distributed software development be agile?. Communications of the ACM, v. 49, n. 10, p. 41-46, 2006.
RIES, E. The lean startup: How today's entrepreneurs use continuous innovation to create radically successful businesses. Crown Books, 2011.
ROBBINS, Peter; O'CONNOR, Gina Colarelli. The professionalization of innovation management: Evolution and implications. Journal of Product Innovation Management, 2023.
SALO, O.; ABRAHAMSSON, P. Agile methods in European embedded software development organisations: a survey on the actual use and usefulness of Extreme Programming and Scrum. IET software, v. 2, n. 1, p. 58-64, 2008
SARANGEE, Kumar et al. Agile transformation in dynamic, high-technology markets: Drivers, inhibitors, and execution. Industrial Marketing Management, v. 102, p. 24-34, 2022.
SCHIFFMAN, L. G.; KANUK, L. L. Comportamento do consumidor. 6 ed. LTC Editora. 2000.
SCHWABER, K. Scrum development process. In: Business object design and implementation. Springer London, 1997. p. 117-134.
SUTTON, S. M. The role of process in software start-up. IEEE Software, v. 17, n. 4, p. 33–39, 2000.
TRIPATHI, N. et al. Scaling Kanban for Software Development in a Multisite Organization: Challenges and Potential Solutions. In: International Conference on Agile Software Development. Springer, Cham, 2015. p. 178-190.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
VERGARA, S. C. Métodos de pesquisa em administração. Atlas, 2012.
VERSION ONE. The 11th Annual State of Agile Survey. Annual State of Agile Survey, 2017. Disponível em: http://stateofagile.versionone.com/. Acesso em 2017.
VERSION ONE. The 12th Annual State of Agile Survey. Annual State of Agile Survey, 2018. Disponível em: http://stateofagile.versionone.com/. Acesso em 2018.
ZORZETTI, Maximilian et al. Improving agile software development using user-centered design and lean startup. Information and Software Technology, v. 141, p. 106718, 2022.
DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2024.21.5.3
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Atribuição (BY): Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, conquanto que deem créditos devidos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
Não Comercial (NC): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais
Sem Derivações (ND): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar apenas cópias exatas da obra, não podendo criar derivações da mesma.
ISSN 1806-6356 (Impresso) e 2317-2983 (Eletrônico)