Coronelismo e Violência em: O Cavalo Fantasma da Estrada do Engenho Barbalho, de Jayme Griz / Coronelism and Violence in: The Ghost Horse of Estrada do Engenho Barbalho, by Jayme Griz

João Batista Pereira, Bruno Ramos de Freitas

Resumo


Este artigo objetiva analisar o conto O cavalo fantasma da estrada do Engenho Barbalho, de Jayme Griz, apoiado por pressupostos teóricos de Durval Muniz de Albuquerque (2013), Rejane Carvalho (1987) e André Luiz Galvão (2018). A partir de pesquisa bibliográfica, buscamos identificar o fenômeno do coronelismo no Nordeste e a violência que lhe é subjacente como categorias analíticas, marcas sociais da Zona da Mata Sul de Pernambuco, no século XIX. Como resultados, registros de violência no enredo foram identificados a partir da escravidão, contextualizada na visita do Imperador D. Pedro II ao Brasil, e no desalento expresso por Zé Cambinda em suas visitas ao maracatu de Pai Inácio. Em outro recorte, o universo da casa-grande demonstrou a violência presente nos diálogos e comportamento da mucama Teresa bem como na dependência dos retirantes ao senhor de engenho. Por fim, a violência se irmana ao coronelismo nas ações do Sr. Barbosa, que cerceia a liberdade e as formas de vida da filha, cujo ato a leva à morte. Ao considerar os vínculos entre literatura e sociedade, concluímos que o coronelismo no conto griziano espelha um tempo que não ficou no passado, haja vista as novas formas de domínio e de violência exercidas por latifundiários na atualidade.

 

Palavras-Chave: Jayme Griz. Coronelismo. Violência. Escravidão.

 

ABSTRACT

 

 This article aims to analyze the tale O cavalo fantasma da estrada do Engenho Barbalho, by Jayme Griz, supported by theoretical assumptions of Durval Muniz de Albuquerque (2013), Rejane Carvalho (1987) and André Luiz Galvão (2018). From bibliographic research, we seek to identify the phenomenon of coronelism in the Northeast and the violence that is underlying it as analytical categories, social marks of the Zona da Mata Sul of Pernambuco, in the 19th century. As results, records of violence in the plot were identified from slavery, contextualized in the visit of Emperor D. Pedro II to Brazil, and in the desolation expressed by Zé Cambinda on his visits to Pai Inácio’s maracatu. In another cut, the universe of the big house demonstrated the violence present in the dialogues and behavior of the maid Teresa, as well as in the dependence of the migrants on the mill owner. Finally, violence becomes akin to coronelism in the actions of Mr. Barbosa, who curtails the freedom and ways of life of his daughter, whose act leads her to death. When considering the links between literature and society, we conclude that coronelism in the griziano tale mirrors a time that did not remain in the past, given the new forms of domination and violence exercised by landowners today.

 

Key-words. Jayme Griz. Coronelism. Violence. Slavery.

 

 


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DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2024.21.6.10

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