Centro Unv*rsitário Santo Agostinho www*.fsanet.com.*r/revista Rev. FSA, Tere*i*a, *. *6, n. 3, art. 15, p. 283-295, *a*./ju*. 2019 ISSN Impre*so: 1806-63*6 ISSN *letrônico: 2317-2983 http://dx.doi.org/10.1281*/2019.16.*.15 Adolescências e Violências: A*o *nfracion*l D*smist**icado Adolesc**ce and Viole*ce: Demystif*ed Am*n*a Furtado *ascarenhas L**tosa *ima Douto*ado *m Polí*i*as Públ*cas pela Universida*e F*deral do Piauí A***stente So*ial do Tribunal *e Justiça *o Estado do M*ranhão E-mail: ama*da*mlustosa@gmail.*om Lúcia C*is*ina dos S**tos Ros* Do*tora em Serv*ç* *ocial pe*a Universidade F*d*ral do Rio *e Janeiro Pr*fessora Titular d* Dep*rtamento de S*rvi*o S*cial *a Univers*da*e *ederal do *iau* E-mail: luciacs*osa@gmail.com Endereço: Amanda F*rtado Mascaren*a* L*s*os* Edit*r-Ch**e: Dr. Tonny Kerley *e *lenc*r Lima Rodr*gues Rua **r*nel Pedro Mata, s/n, centro, *EP 655*0-*00, Chapad**h*-MA, B*asil. Art*go recebid* *m 14/11/20*8. Últim* versão re*ebid* em 03/12/20*8. Aprova*o em 04/*2/2018. End**eço: Lúcia *ristina dos Sa*tos *o*a Universidade Fede*a* do Piau*, Centro ** Ciênc*as Avaliado pelo sist*ma Tri**e Review: Desk Review a) Hum*nas e Let*as, Departamento de Servi*o Soci*l. *elo Edito*-Chefe; e b) D*ubl* B*ind *eview Campus *ninga, CEP: 64049-550, Te*esina-PI. B*asi*. (a*aliaç*o cega por dois avali*dores da ár*a). R**isão: Gr*matic*l, Norm*t*va e d* Formatação A. F. M. L. L*ma, L. *. S. Rosa 284 RESUM* A pesquisa faz pa*t* *a t*se de dout*ramento sob*e a p*oteção soci*l produzid* pelos familiares de adolesc*nt*s e* conflito com a lei na cidade d* Chapa*inh*-Ma. É uma pesquisa quali-qua*titativa r*ali*ada com o i*tuito de mapear o número de pro*essos des** matéria a tramitar nesta cida*e ** in*ervalo d* *no d* 20*3 ** ano de 201*, com vi*tas a tra*er evidênci*s *as repr*sentações materiais e si*b*l*cas envolvi*as no ato infrac*o**l. *o**lui-se, inicia*mente, que a prátic* do *to in*raciona* é reflexo *as dive*sas expressões da questão social, como **cessidades imp*stas pela sociedade midi*t*ca, expre*sões da ex*r*m* pobreza, exclusão e preconcei*os que os *d*lescentes vivencia* e que tê* m*ntido altos índices na co*arc* de Chapadi*ha. *alavras-Ch*ve: Ato infr*cional. *i*lê**ia. D*r*i**s. ABSTR*CT T*i* *ese*rch *s *art o* the d*ctoral the*i* *hat dis*usses *he soci** p*otection p*oduced by the relatives o* adolescents who committed an infr*ction in the city of Chapadi*ha-Ma. It aims to show a quantitativ* resea*ch carried out with th* intentio* of m*pping *h* numb*r of processes of this m**ter *e processe* in the forum o* this to city in the interval of researc* *emarcated, from th* year 2013 to the year *017, wi*h a view to bring ev*dence of t he material and symb*lic rep*ese*tations involved in th* infrac*ion. It is co*cluded ini*iall* that *he pra*tice of the infraction *s a reflection of th* di*erse express*ons of the social que*tion, such as *eeds imposed b* the media soci*ty, expressions of s**ial abandonm*nt as extreme *overty, exclusion and *r*judic*s *hat adolescents expe*ience and *hat has maintaine* hig* i**ices in the coun*y of Ch*padinha. K*y words: *iolent Act. Violence. Ri*ht*. R*v. FS*, Teresina, *. 16, n. 3, art. 15, p. 283-2*5, m*i./jun. *019 www4.fsa*et.*om.br/*evista A*ol*scências e Viol**cias: Ato **fracional Des*i*tificado 2*5 1 I*TR**UÇÃO Inicialmen*e *onvém ressaltar que a noç*o de violênc*a é complexa, a*resenta*do diferen*es *ign*ficad*s e é, por princ*pio, am*ígua. Desta forma, nã* exis*e u*a ún*ca percepçã* do que s*ja vi*l*ncia, mas mul*i*li*i*ade d* atos viol*ntos, cuja* signif*cações de*em ser analisadas a par*ir das norm*s, das con*ições e dos contextos s**iais, varian*o nos per*odos históricos (ABRAMOVAY, 2002). As r*percussõe* das pr**ic*s de violência *lertam ***a a gra*idade de*te problema socia*. Dito *s*o, a viol*n*ia *o co*text* s*cial mundial apresenta, na atual*dade, as marcas ** uma sociedade ex*ludente e de*igu*l que, n* *r* do capital*smo globa*izado, tem se mos*ra*o incapaz de incluir as cla*ses *ociais *enos favore*idas, do pon** de vist* econômi*o, em co*dições de acesso aos bens e riqu*za pro**zidos socia*mente. *m***a, *u*ntit*t*vamen*e os adolesc*nte*1 e**olvidos co* a violência, sobretudo no espaç* ur*an*, constituam um número reduzi*o em relação * população total de ad*l*sc*nte*, os aspecto* qu*lit*t**os do fenômeno *s*umem posto de urgênc*a. A utilização polít*co-*d*ológic* da v*olência é **id*n*iada nas ou*r*s expressões da vi*lên***, * *ambém, é *tilizada ideologicam*nte para as disputas em torno da maiori**de penal. So**e * violên*ia envol*en*o ad*l**cente* é *reciso **r claro que * tema é um ponto crític* de saturaç** qu* e*vol*e contradições e, d*sta forma, * tamb*m condensaç** de múltipla* determinaç*es. É necess*rio *ns*r*-lo *uma análise con**n*ural, posto que, *o** explic* Tras*i (20*6), está i*scri** n* contexto d* *ultur*, *as transformações c*da vez m*is *ápidas da* tecnologias, da* construçõ*s científic*s, *e n*vos *adrões d* conv*vência, da fra**l**ade dos *aços amorosos, do e*agero *o co*sumo e insa*isfaç*o *er**nent*, de outras éticas, de pr*duç*o de novas biog*a*ias * desc**hecidos mo*os de s** cria**a, adoles*e*te * a*ultos. O contato perm*nente com famíli** d* adol*sc*nte* au*ores de ato i*fr*ci*nal, at*avé* ** exercíc*o laboral d* Ana*ista Judiciária - cargo: Assistente Social do tr*buna* de Justiça do Maranhão, em esp*cial numa Vara que res*onde por atos cometid*s pela in*ância na Comarca d* Ch**adinha, *v*denci*u a situ*ção de "de*es*e*o" *as fa*ílias qu* não *a*em o q*e fazer 1 Em pesqu*sa bibliográf*ca e d* *erió**c*s ve**ficou-s* a *xistên*ia de diversas no*en*lat*ra* refe*en*es aos adolescentes em situação *e co**l*to com a lei; cont*d*, a categor** eleita, com vista* ao menor pre*ulgamento e pre**ízo à in*eg*i*ade d* ser em f*rm*ç*o, funda*entada na doutrin* da prot**ão inte**al, é o *ermo adole*c*nte em si*uação de co*flito com * le*. Além de re*umir a si*uaçã* d* f*to ocorr*da, não esta*elec* manifestação de entendiment* com vistas a *on*tru*ão d* uma análi*e quan*itat*va do fenômeno, respeita a condição *e *ransformaçã* e, por isso, o movim*nto do **r, des*a forma, não nega * viv*ncia e **nduz à reflexão, ac*ita*do a con**ção históri*a. Assim, par* referir-se ao a*t*r de ato infr*cio*a*, *sta pesq*isa elege o termo a*olescente, *m con*on*nci* com o entendi*ent* *ega* aplicado no Bra*il, e em r*spei*o à con*i**o de ser em aprendizado e formação que a nome*clatura s*gere. Rev. *SA, Te*esina PI, v. *6, *. 3, ar*. 15, p. 03-29, m*i./jun. 20*9 w*w4.fs**et.c*m.br/revista *. F. M. L. L*ma, *. *. S. Rosa *8* ou a quem r*co*rer diante da situação de prática de ato infra**o*al por seu* m*mbro*. Revelando uma preo*upante situa*ão so*i*l de **s*roteção. A quest** de *nálise é: q**m * de*p*otegido *e fa*o? *u qu*m são? *á que o ad*lesce*te é um membro da famíl*a, e compartilh* de suas n*cessidades, s*u cotidia*o e suas e*periên**as. É preciso sup*rar * tradicion*l dicotomia que s*grega a popu*ação e**re vítimas e algozes. A violência na adolescência ora os **m com* vít*mas (*ue sofrem atos de violência), o*a como *ioladores (que praticam atos de viol*nci*), de*tro *e um *asto esp*ctro de análise. C**o pes***sadore* e estudiosos, ** de*esa dos dire*tos humanos * de uma cultura d* paz, é preciso es*larecer qu* o ato *iolento em si n*o pode ser *edu*ido a condiç*es comport*mentais pois, an*es, refle*e um *onjunto de circunst*ncias h*st**ic*s, econô*ic*s e políticas *ue i*fluenciam com inte**idade as formações s*ci*is. O contexto de vida é el*mento *rimordi*l p*ra a análise do* mo*os de ser se e comportar das socie*ades, e* esp*c*al do* *doles*e*te*, consideran**-se a sua condição pecu*ia* de ser em desenvolvim*n*o e susceptível às inf**ê*c*as de toda **dem. As *udanças obser*áv*is nos pa*rões de con*uta e *e relações humanas estão imbricadas com os novos valor*s d* soci*lizaç*o *as novas *er*ções em que se prio*iza a in**pendência, a auto*o*ia, ou s*ja, uma altera*ão signifi*ativa *as funçõ*s parentais e no in*erc*m*io *ntre geraçõ*s *om seus e*eitos sobre as atribu*ções tradicionais da pr*te*ão s*ci*l, do contro*e e da auto*idad* dos mais velhos sobre *s ma*s novos. Nessa persp*ct*va, config*ra*-se paradoxos: os adolescen*es edu*ados para a autonomia não podem exe*cê-la porque o m*n*o s*cial não o autori*a; o*, o mundo ec*nô*ico e da cultur* trat** o **olescente como um agente so*ial autônomo, is*o é, como um consumidor (tanto de b*ns *ateriai* como culturais) sem condições re*is para *sto, *o contr**io d* situaçã* d* depend*nc*a qu* se encontr* (TRASSI, *0*6), d*ntr* tantas outras ru*turas e contrad*ções. O parco conhecimento *o*re q*em é o ad*les*ente *a contem*oraneid*d* e, particularmente, o adolescent* em *i*uaç*o de conflito co* lei2,reafirm* co*t*ib*içã* a a d**ta *esquisa. P*is, n*o se conhece a reper*ussão dos ideais cultur**s nele pro*etados, os efei*os d* **ptura co* os *alores da história * da trad*ção social*ent* con*tr*ídos, as *arca* psíquicas das viv*ncias neste ambient* social *m que m*itas faces da violênc*a vão adquirindo invisibili*ade e suas *xpressões mais cr*éis vão se nat*ral*zan*o. 2 A *omenclatu** autor de ato in*racional no singular é u*a escolha e* *rio*izar o su*eito que vi*en*ia/vive*ciou a p*ática do ato infraci*nal, com vistas i*entif*c*-*o c*mo u* suje**o com uma históri* de v**a que iniciou uma experiência de a vio*ação de direitos, nã* é intenção d*ste trabal*o nesta fase a *ç*o reitera*a dos **os pra*i*ados o* as especificidades de a*o* i****cion*is, nem das medidas s*cioedu*at*vas cabíveis. Rev. FS*, Tere*i*a, v. 16, n. 3, art. 15, p. 283-295, mai./*un. *019 www4.*sa**t.co*.br/revista Adolescênci*s e Vi*l*ncias: Ato Infraciona* Desmi*tifi*ado 287 A dis*u*sã* *obre * tem* é também uma tentativa de contribuir p*ra de*mistificar o *doles*ente em situaç** de *onflito com a l*i e suas relaçõe* sociais/familiares, posto q*e exi**e uma representação social d*f*sa, m*s cons*stente, que criminaliza * adolesce*te que prática ato i**racional e *tribui a estes sujeitos a responsabi*idade pelos índices cresc*ntes da criminalidade, p*lo aumento da insegura*ça púb*ica, pelo clim* d* m*** soc*al. A*sim, faz-s* necessário reestabelecer a realidade dos fatos, *ro*lematizar a questão, co*pr*endendo a conjuntura social * *ultura* * **a* o adol*s*ent* encontra-se i**erido. 2 RE*ERENCI*L TEÓRI*O 2.* De Que Adolesc*ncia Estamos Falando? O p*blico *e a*olescentes em si*uação de *u*nerab*lidade, aliada à* turbulentas condições socioeconôm*cas d* muit*s país*s la*ino-america*os ocasi*na *ma grande tensão ent*e estes sujeitos, que agra*a di**tamente os p*oce*sos d* in*e*r*ção *o*ial e, em algum*s situações, i**lusiv*, é ca**z de fomenta* índices d* violência. Em co*sequên*ia, del*neiam-se cenários críticos, *i**ceis de se*em enf*entados *or um* ú*ica política social, ou por um *ni** *nte público, em funçã* de seu efeito parcia*, q*e não alt*ra subs*ancia*m**te *s condiç*es de vi*a dos envolvi*os, co** * o caso b*asileiro. No Brasil, * fenômen* da violência at*nge ta*b** a população adol*scent*, f*zendo- os ora vít*mas ora *rotagoni*tas de tal violênc*a. Dados do Mapa da Violência *010 - Anatomia dos Homicídio* no Brasil revel*m que a t*xa de ho*icí*ios entre os jo*ens p*s*ou de 30 p*r 100.000 jovens em 198* p*ra 50,1 n* ano 2*07. *o contrário, no re*tante da população (*xcluí*a a popul*çã* jovem) esta taxa perman*ceu rela*ivam*n*e consta*te, inc*usi*e com leve queda: de 21,2 p*r *00.*00 habita*tes p*ra 19,6 *o mesmo período. Segundo o *el*tório, "Isso e*i*enci*, de form* cl*ra, q*e os avanços da viol*ncia homicida no B*asil nas últim*s décadas tivera* como motor exc*u*ivo e excludent* a morte de jo*ens. " (*AISELFISZ, *010, p.**7). A ideia equivocada de at*ibuir ao ad*lesce**e a re*ponsabilidad* pelos fatores *uantitativos e qualitativos exa*erbados da crim*nalidade corresponde às propostas de soluçõ** que **tiram dele sua caracte*ís**ca de *dolescente e o veem exclusivamente como criminosos. Revelam e alime*ta* a *epr*sentação soci*l *ue percor*e o m*ndo, à qual onde se associa adolesc*ncia com violência, configura*do, com* a*i*ma Robert C*st*l (2005), as " novas clas*es perigosa*" (*RASSI, 20*6). *ev. FSA, Tere*ina P*, *. 16, n. 3, art. 15, p. 03-29, mai./*u*. 2019 www4.fsanet.com.br/re*ist* A. F. M. L. Lima, L. C. S. Rosa 288 Ao me*cion*r Adole*cência*, fala-se em uma categoria fundante para o crescimento populacional, e a*erta-se para a neces*idade d* aç*es soc*a**en*e en*ajadas no tocante a uma resignifi*ação *os perfis d* vio*ad*r*s de direitos para conhecê-lo, *amb*m, *om* suje**o d* direitos, que *ivem, **tidian*mente, es*ec*almen*e no caso de famílias co* r**istros de vulner*bil*dades, o des*fio da sobrevivência em u*a s*ci*dade desigual. O termo a*olescent*, etimologi*amente vem do latim Adolescere, *ue si*nific* cre*cer, brotar, fa**r-se gran*e, ad*itindo difere*ças no momento d* "despertar" pa*a esta f*se da vid* *ntre pess*as de diferentes raç*s, cul*ur*s * gera*õe*. Trata-se de uma vis*o desen**lvim*ntista **fundida no ensi*o b*oló*ic* da vi*a qu*, not*damente, c*ass*fica o sujeito. *ara * ordenamento j*rí*ico brasileiro, *ste perío*o é delimitan*o *emporalmente, *onsiderando-se ado*escen*e a pessoa entre *2 (doze) e 18 (dezoito) an** de idad*, conf**me estabel*cido *o Ar*. 2º do E*A - Estatuto *a Cr*anç* e do Adolescente (Lei *º *069/*990). * *urio*o q*e mu*tas vezes o* ter*os "ado**scênc*a" e "juventud*" são ti*os co*o **nônimos, ou enten***os co*o fases qu* *e sobrepõe*. O Mini-dicionário d* Língu* Po*t*guesa, B*e** (2000, p.28) d*fine o ado*escente co*o "aquele que está na adolescê*cia, jo*em". A Organ**ação M*nd*al da Saúde - OMS defi*e ado*esce*te como o indi*íd*o que se encontra e*tre os 10 (dez) e 20 (vi**e) anos de idade. Por s*a vez, a Or*aniza*ão das Naç*es Unidas - ONU de*ine juventude c**o a fase entre 1* (quin*e) * *4 (vi*t* e **atr*) ano* ** idade - sendo que d*ixa em aberto a possibil**ade de diferent*s nações defi*irem o ter*o de out*a maneira. Ho*e, existem pesquisadores *ue defendem a **se de que a adolescênci* deve ser estendida até os *4 an**, porém e*istem discordância* quanto ao fato no meio ac*dêmico. Os Cient*sta* austra*ianos, por exemp*o, **blicaram na *evista científica La*cet Child & Adolescent Health, defendendo o prolon*a*ento da idade do* adolescente*. *e *co*do co* *les, o fato de os jovens *st*rem optando por estudarem *or ma*s tempo e adi*ndo o ca*a*ento e a maternidade/paternid*de, *odifica a per*ep*ã* das pesso*s em relação a* *nício ** v*da adulta. Já o*tra linha de reflexão afi*m* que * prolo**amento indevido da adolescênc*a se*ia res*onsá*el por **a *nfantilização da fase adulta e uma des*a*orização *os ens*n*mentos r*l*vantes de*ta fase da vi*a. Assim, fr*nte a esta *ultiplicidade de con*eit**, ** questio*amentos resu*tan*es *estas demarcações sã*: será a **olescência compreendida, ap*nas, como lapso temporal n* *xistên*ia huma**? E*s* demarcação e*fatizad* nas co*c*it*a*ões do si**ema jurídico br*si*eiro dá c*nta da complexidade e necess*dad*s de vi*a *es*es sujeitos? Esse*c*almente, no *mbiente judi**ário, qu*l a contr***ição de uma co*c**ção ** ado*escência para o t*âm*te Rev. FSA, Te*esina, v. 16, n. 3, ar*. 15, p. 283-295, mai./jun. 2019 www*.*sanet.c*m.*r/re*is*a Adolescências e Violência*: Ato Infracional Desmistificad* 2*9 dos proc*ssos e enca*inhamentos de *ulgamentos * *eterminações d* medidas proteti*as *u soc*oeducativas? Por entender ser *o*plexa esta leitura, a pesquisa entende * reafi*ma as adolescê*c**s com base na ab*rd*gem só**o *istórica *rabalha*a por Ozell* (2003). Se* *onc*i*o não a reconh*ce c*mo *ma fase natural do d**envolvimento, mas *im como uma criaç*o histórica d* humani*ad*. "Um fato que p*ssou * fazer parte da cu*tu*a enquanto significado, isto *, um mome*to interpretado construído pelos e homens, um *er*od* construído historicamente" (OZELLA, 2003, p. 9). *sta concep*ão da ad**escência a considera dent*o d* contextos esp*c*fico* em *ue ela est*ja loca*izada: famili*r*s, educaci**ais, p*ofissiona*s, sexuais, é*n*cos, ec*nôm*cos, sociais, enfi*, histórico*. Trata-se da a*ole*cência como resultado de uma construção *oci*l, dependente das relações sociais estabele*idas dura*t* o proces*o *e social*zação, incluí*os aqui fat**es econô*i*os, so*iais, educaci*nais, polític*s, cultur*is, etc. Afirma, ainda, serem re*ucionistas as int*rpr*ta*ões da adolescência *om base *m m*nu*is *ue tratam sobre o desenvolvi*e*to *umano (co*o foi difundido nas áre*s ps*col*g*cas e médica, e*se*cialmen*e no seu **tudo aca*ê*ico) como uma *tapa- um recorte no tem**, uma fase mar*ada e delimita*a por c*rac*erísticas "típicas" da idad*; d* adole*cên*ia como um proc*sso *o desenvolvi*ento e ** tra*s***o par* a vi*a *dult*, e da adolescência *omo um* categoria que faz parte da natureza do homem. *errá* (19*7) propõe alguma* consid*rações *a di*eç*o de novas formas de l*dar co* as adolescências, a saber: superar as pro*ostas que ressaltam o caráter d* cris*, *ão representativo da maioria d*s adolescentes; estudar a adolescência interligad* às outras fase* da vid* com* um co**ín*o, e n**, necessa*iamente, i*terrompida de forma radical e, essencialmente, romper o ca*áter de passa**m crí*ica, que afirma *ma leitura negativa da adolescên*ia. Oze**a (2003) defe*de na *ua obr* *dole*cências Construíd*s: A visão da ps*cologia sócio-histórica a nec***idade de ref**mulação de visões institu*i*naliz*das sobr* a a*olescência, que a tratam *e forma naturalizada, universali*ada e pato*ogiz**a. Assim, Faz-se ne*essário abandonar a visão român*ica que vem *ermeando o estudo d* adolescência, c*mo **a fase caracte*izada por comportame*tos tí*icos *stere*tipados que não corresp*n*em aos fatos e ao adole*cente concreto que nos depara*os. *e na aparênc*a ele co*responde, isto pode c*ra**erizar um* pr*fecia auto*ealiz*dora que leva os jovens a se *o*po*tar de *et*rminadas ma*eiras para se adap**r às *x*ectativas *olo*adas pela so*iedade, expectativas *uit*s vezes produ*idas e *n*entivadas pelos próp*ios *rofissionais da Psicologia (O*ELLA, * 0 0 * , p . 3 9 ). Rev. F*A, Teresina P*, v. 16, n. 3, art. 15, p. 0*-29, *ai./j*n. 2019 www4.*sa*e*.com.b*/revista A. F. M. L. Lima, L. C. S. Rosa 29* So*re o *úbli*o *dolesc*nte, para alé* das garan*ias lega*s, *mporta com**eender que a vi*a do adolescente se *ncontra di*eta**nte ligada aos padrões ca*italist**, aos ideai* d* te* como ap*r*e se*uro à felicidad* e à autoafirmação. Ávidos por uma respo*ta a *sta inquietação que lh** *heg* a tod* o momento como o *p*lo *idiático e do prazer condicionado pelo possu*r, *stes, inclusive, podem encon*rar como saí*a à pr*tic* da violência, fazendo se p*r agre*idos *u agress*res ne*te process* (SOA**S; ASS*NÇÃO, 20*1). *st* t*do ref*rma a *eces*idade de uma concepção **pliad* d*s determinan*es da ado*escência, se*s contexto* e conjunturas. Tal cenário *presen*a-se *e grande *ragil*da*e, onde o ad*lescente se des*nvolve, mediante as op*rtun*dades q*e lhe são oferec*das. No descompasso fomen*ado pel** nece*sid*des materiais e a* *portunidades oferecidas pelo *stado, *o*iedade e mercado amplia*-*e as situaçõe* de vulnerabilidade social (ABRAMOWAY, 2002), * exigem-se, d** jovens e seus f*mi**ares, respostas p*ra as quais nem *e*pr* tê* *on*içõe* de e*con*rar. 3 RE*ULTA**S E DISCUS*Õ*S 3.* Quem são os Ado*es*ent*s em Situação *e Conflito com a Lei em Cha*adinha? Chap*dinha * um municípi* b*asilei*o do estado do Mara*h*o. Localizada na regi*o *este do *aranhão e *a Microrr*gião ** Cha*ad*nha, * c**ade tem uma popula*ão estimada em 78.3*8 habitantes (*egundo *ados do IBG*/*016) e uma área territorial *e 3.24*,385 k*². O Fór*m Min*stro Edson Vidigal * a *ede do poder j**iciário na *om*rca de Chapad*nha, *r*ado **la Lei *º. 1225/1954. Possui dois juízes re*ponsáveis pe*o func*o*a*ento dos trâmit*s ju**ci*is. Sobre a matéria de atos infrac*onais a responsa*ilidade é da Seg**da Var* da Comarca. A *ar* responsável p*la ma*éria co*ta com uma equipe *om*osta, dentre ou*ros, p** com*ssária d* infância * juve**ude, *ssistente soci*l e juíza com co**etência es*ecífica para a abordagem das d*manda* co*cern*ntes ao ato *nfr*cional. Um av*nço, conside*ando-se que a grand* maioria *as com*rc** localizadas no i*te**or do* estados não co**am com profis*ionais especializad*s para * trato de *emandas esp*cíficas c*mo estas. D*sta forma, no *aso M*ra*hens*, verifi*a-se **e ap*n*s a* comarcas *e po*te intermedi*rio, nem todas, e juntamente com a capital, s*o con*empladas com equipe especial*zad*. **apadinha pos*ui uma notória atuação judicial; conforme dados do sistema T*emis da just*ça a m*dia d* p*oc*ssos em tramit*ção na Vara * de 6.00* *roces*os/ano. *or tr*s anos Rev. FSA, Teresina, v. 16, *. 3, art. *5, p. 283-29*, *ai./jun. 2019 www4.fsane*.com.b*/revista Ad*le*cências e Violências: *to Infracion*l De*mist*ficado 291 a comar*a *em sendo destaque por *ting*r as metas de *rodutividad* *o Conselho Nacional de Jus**ça- C*J. Apesar do *uce*so em pro*utividade *a Vara, é destaq*e * demand* in*essante de ato* inf*ac*o*ai* na cidade, a *eiteraçã* de *nfr*ções e * ac*m*lo de insatisfações da sociedade de f*rm* *era*, d* família e dos pró*rios adol*scente* que praticaram ato infracional. Para desmis*ificar a concreta s*tuação dos adoles*entes em co*f*ito *o* a lei em Chapadi**a, re*li*ou-s* uma pesquisa *uan*i-quali**tiva. As **c*icas de pesquisa adotadas foram: a observação, a análi** de conteúd* dos d*dos ins*itucionais so*re os caso* re*eri**s, a análi*e docume**al dos processos referentes * matéria de ato inf*acional e a análise d*s da*o* no siste*a THEMIS da Justiça do Estado d* *a*anhão. *m seg**da, o trata*ento *os dados ocorre* **m a *istema*iz*ção do* números obtid*s que **ssibili*am reflexões s*bre * *eal*d*de s*cial de vulnerabilidades destes *dol*sc*nt*s. O cres**n** í*dice de processo* de adolescentes *u* **m*t*ram ato *nfraci*nal na comarca de Ch*padinha, como *vi*enciado na tabela abaixo, somado * situação de violênc*a que a populaçã* e*fr*nta cotidian*mente (como notici*do diariame*te em b*ogs, sites * *mprensa local) *p*ntam * rel*vância soc**l *este estudo. *ois, precis* é de*m*st*ficar o cl**hê. E, poi*, culpabi*iz*ção de indiví*uos em pr*l de *ma s*tuação d* desproteção social, esse*cialmente *e indivíduos *m c*ndição *special de des*nvolv*mento. * es*ud* das de*andas co* *istas à c*nstrução de *m perfil do adolescente *ue *ratica a*o infr*ciona* em C*apadinha *vid*ncia que ce*ca d* 95% do* c*sos *ã* *o s*xo ma*c**ino, *penas 5% co**es*ondem a mulheres. Não *e *erifica * *xistê*cia de **tras condições de gê*ero como de*andantes. O*servou-se que 75 % *os c**os recebidos abandonaram por escol*a p**pria a frequênc*a esco*ar, sem co*cluir, seque*, o ensino fundamental. Os c**o* de evasão *scolar chama*am a atenção po* serem *companhados de evas*o de pro*e*os d* vida, são relatos de adol*sce*tes q*e não exe*cem a*ivi*ade l*borativa, nem edu*ativa e que rel*tam n*o ter comprom*s*os d*rante o dia, ma* qu* expressam o des*jo de s**t**em-se incluídos na s*ciedade em que con*ivem, *spec*almente no acesso aos b*ns e p*ogramas sociais. Em 100% *os casos são oriu*d*s de famíli*s de *aixa r*nda, *ue se aut*denomina* de pobres e que viv*m como beneficiários de *rogr*mas sociais do go*erno, como Bolsa o Fam*lia, ou conta* c*m a rend* de al*um benef*ciári* ou aposentad* no domi*ílio. As f*mílias atendidas *esid*m em gr*nde maioria na ci*ade, mas possue* *omicílio na zona r*ral do município onde s*us ge*ito*es, em suma, os pais, desenvolvem atividades rurais, como plantação e *olheit* para man*t*nção das despensas domé*ti*as com R*v. FSA, Te*esina *I, *. 16, n. 3, ar*. *5, p. 03-29, mai./ju*. 2019 www4.*s*net.com.b*/revista A. F. M. L. L*ma, L. C. S. Rosa 292 aliment**ão. * na*ureza da ativi**de é de sobrevi*ência, e *roc*s de pro*ução são realizadas entr* os p*res. T*b*la I - D*m*ns*rativo das dema*das e de sua importância n**ér*ca no Fóru* de Cha*adi*ha - MA AÇÃO/ANO 2*13 201* 2015 20*6 20*7 ADO*ÃO 13 16 7 14 5 *DO*ÃO COM DES*IT*IÇÃO DO P*DER FAMI*IAR 5 6 * 1 3 G*ARDA 15 27 40 *6 19 *TO IN*R*CIONAL 35 72 58 72 48 TUTELA 0 1 2 0 * TUTELA E CURATELA (Nom*açã*) 12 18 5 5 5 TUTEL* E CURATELA (remoção e dispe*sa) * 2 3 9 5 INTERDIÇÃO 17 32 *6 39 32 HABILITAÇÃO *ARA ADOÇÃO 0 0 0 2 0 T*T*LA COM DESTIT*IÇ*O DO PODER FAM*LI*R 1 0 0 1 0 Fonte: *a*el* con*t**íd* pela pe*quis*dora, com base nos relatórios d* pr*dutivida*e d*sponibilizados pe** *i**ema T*e*is para *er*ficaç*o do C*nselho Nacio**l d* Ju**iç*- CNJ na comarc* de Ch*pa*inha -M*. Rev. FSA, Teresina, v. 16, *. 3, art. 15, p. 2*3-295, mai./jun. 20*9 www4.fsanet.com.b*/revista *dol*scê*cias e Violências: Ato Infracional Des*istificado 293 Através dos dado* mens*r*dos é possív*l infer*r que, e*tre a* ações clas**ficadas como de famíl*a, numericamen*e o ato in*racional tem evidê*cia como quantitativo super*or, segui*o *e*os process*s de *nter*ição e, em ter*eiro luga*, e*tão as ações de gua*da. Contudo, é p*eciso *ma análise crít*ca par* in*e*ir *ue o* *l**ados números si*bolizam a exist*ncia de *utras vi*l**cias ocultas a análises p*eliminares do objeto. Ne*te sen*id*, Zaluar (2002) destaca que, apesar da enorme desigualdade ex*s*ente no pa*s, em *nál*se com*a*at*va, são p*ucos os adolescentes qu* se e*vere**m pela carr*ira c*imi*osa. *sso exige que t*nham um atendiment* e*pecial que considere o cont*xto social m*is próxi*o ** suas a*ões, t*ndo eles maior ou me*or co**role sob** *stas. Esta pe*spe*tiva contri*ui para a problemat*zação sobre os índices ap*ntados, os noticiár*o*, a evidência ao adolescen*e autor de ato in*raci*nal. *uais as *ecessidades su*jacentes à prática destes **o*? Q*a*s as respons*bili***es en*olvidas? *uem é es*e adol*scen*e? E, es*e*cia*men*e, estes adolescentes resumem a rea**dade brasileira? Em quais **rcunstâncias ou contextos compreendem-se estas ações? Zal*a* (200*) esclarece que não se trata de o*tar pelos pr*ceit*s defi*id** pelo ne*liberal*smo, *nde *s escolhas *co*rem num ambien**, independentem*nte de restrições sociais e de há*itos e asp*rações exteriores aos *ndiv*d***. Trata-se de tornar c*mplexa a *nálise d*s context*s s*ciais ma*s amp*os e mais locais *ara entendermos os moti*os pel*s quais, *ad* ve* um núm*ro ma*or de a*olescentes (de to*os os estra*o* sociais) comete inf**ções, o que nem significa a adoção de um* "*arr*ira crimin*sa", ** de um perfil "v*olento * *em limites", mas de comporta*e**os com bas* na violên*ia. Afinal, c*m* sintetiza Misse (2006): A crescente disj*nção entre escola e merca*o de t*abalho, o* **ixos *alários há três décadas conv*vendo *om um estímulo ao consumo antes nuca *isto (mais do que o próp*io desem**ego) e a crise de autor*dade na fam*li* (particularmente na família urbana po*r*) *azem do c*mércio *e **oga* e de mercad*rias *olíticas não apenas um negóc*o atraen*e, m** um *stilo *e vida sedutor, ainda que efêm*ro. Muitos j**en* que entr*vistei prefer*m morr*r a*tes dos 25 *n*s, com esse *s*i*o de vida, a v*ver 60 como parias e hum**had*s. Como fazê-los entender *ue *stão errad**? (M*SSE, **0*, p. 114). *sse* eleme*t*s descritos são de fund*mental rel*vân*i*, pois são f*tos s*ciais defin*dores par* a realidade *oc*al estudada. Rev. FSA, Teresin* PI, v. 16, n. 3, **t. 15, p. 03-29, mai./j*n. *019 www4.fsanet.com.br/r*vista A. F. *. *. Lima, L. C. S. Rosa 29* 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Entende-se *ue procur*r desv**dar a rea*idade s*cial *u**titativamente é *unda*ent*l pa*a conhecer a* d*m*ndas que se destaca* no fór** e *raz representatividade das atuais demandas socia*s que emerg*m no *udiciário. A int*n*ão d**te *s*udo é f*rnecer subsídios para que *s diversas instâncias da socie*ade ci*il e do apa*e**o *ov*r*a*ental aprofundem sua le**ura *e uma r*alidade *ue, como os p*óprios *ados e*idenciam, é alt*mente preocupante e não s* encontr* apena* em debates teóric*s, mas na convi*ência *o *spaço *ami***r e comunitári* de forma amp*ificada. Há *e se estimular o fort*lecimen*o da prot*ção social e da def*sa dos direitos humanos. *est* sentido, a fam*lia é *ma instit*iç*o q*e a*ua na proteção social há tem*os, entr*tanto, as ci*cunstân*ias e influê*cias da cont*mporaneidade requere* uma apreensão d*s dem*ndas atuai*. Urge uma anál*se crí*ica d* situação v**encia*a pela soci*dade e fa*íl** com o ob*etivo co*um de inst*urar um diálogo **ndamentado em estud** mais densos, a fim de decifrar uma *eali*ade com*lexa e qu* requer *lt**ações *o cotidiano s*c*al * ta**ém jurisdicional, na p*rs*ectiva d* mudar o s*atus quo, d* mera repr*dução de respostas que se mostram inócuas, *autadas ** mera repressão e j*di*ialização. * preciso *ompree*der a* necessidades d*s ad**esce*tes *ut*res d* *to infracional, ao inv** de responsabilizar a f*mília pel* "frac**so ed*cacion**". Con*ém reforçar que o "problema **ucacional" é soci*l, um *omp*omi*so do Estado, da família e da sociedad*, conjuntam**te, e que, nas c*rcuns**nc*as ***ais a famíl*a re*ponde para além da s*a *apacidade de oferta* *rot*ção s**ial. RE*ERÊNCI*S *BRAMOVAY, M. et al. Juventude, v**lên*ia e vulnerabilidade social na Amé**ca *at*na: des*fios *a*a p**íticas pú*li*as. B*asíli*: UN*SCO, BID, 20*2 *RASIL.*ei Fe*eral nº 8069, de ** de julho d* 1990. Dispõ* sobre o Est*tuto da Crian*a e Do Ad*lescente. 1. ed. S*o P*ulo: *nstituto Paulo Freire, *008. BUENO, S. M**idicionário d* **ngua portuguesa - Ed*ção revi*ta e atual. São P**lo: FTD, 200*. C*S*E*S, R. Les m*t*morpho*e* de La q*esti*n sociale: une chro*iqu* *u sala*iat. Paris: Fay*rd, 2000. Rev. FSA, Teresina, v. 16, n. 3, *rt. 15, p. 283-295, mai./jun. 201* ww*4.fsanet.com.br/revis*a Adoles**ncia* * Violências: A*o Infraci*nal *esmist*ficado 295 HE*RÁN, *. I. M. Cu**d* hablamo* de a*oles*encia, hablamo* todos de los mismo? Anais.. do VI* Con*ress* INFAD- O*iedo,29-30 de mai*:125-32,199*. MISSE, *. Crime e vio*ência no Br**il *o*temp*râneo: Est*d*s de *ocio*ogia do c*i*e e da v*olê*cia urbana. Rio de Janei*o: Lumen J*ris Editora, 2006. OZ*LLA, S. Adol*s*ências construí**s: a v*são *a psicolog*a só*io-his*órica-São Paulo: C*rtez,2003. SOARES, F. L.; ASSUNÇÃO, T.M.* de S. R.A Violência n* Contexto do Adolescente Autor de Ato Infraciona* e Sua *nálise *ob a Perspect*va *e Gênero. Anais.. do II *impós*o Gênero e Políticas Pú**icas. *SSN 2177-8248Un*versidade Est*d*al de Lo*drina ,2011. TRASSI, *. L. Ad*lescência violên*ia: desp*rdício de vidas. 1. ed. São Paulo: Corte*, 2006. ZALUAR, A. *. **olência: q*est*o social ou i*stitucional? IN Inse*u**nça Púb*ica - Re**exões so*re a crimi*alid**e e a *iolência *rb**a. Org. Nilson Vieira Ol*veir*. São Paulo: Nova Alexan*ria, 2002. *AISELF*SZ, J. *. Mapa da Violência 20** - An*tomia dos Homicídios no Brasil. São Paulo: Instituto Sangari, 2010. *omo Referenci*r este Artigo, conforme *BNT: LIMA, A. F. *. L; ROSA, L. C. S. Adole*cên*ia* e Violência*: Ato Infracional Desmistificado. Rev. FSA, Teres*na, v.16, n.3, art. 15, p. 283-295, mai/jun. 2019. **ntribuição do* *uto**s A. *. M. L. Lima *. C. S. Rosa 1) concepç*o e *lane**me*to. X X 2) anál*se e inte**reta*ão d*s *a*os. X * 3) e*abora*ão *o *ascun*o ou na revisão crítica do conteúd*. X X 4) partici*ação na *provação da *ersão fin*l do manuscrito. X X Rev. FSA, Ter*si*a PI, v. 16, n. 3, art. 1*, p. 03-*9, ma*./j*n. 2**9 www4.fs*ne*.com.br/rev*sta

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