Centro Unv*rsitário Santo Agostinho
www*.fsanet.com.*r/revista
Rev. FSA, Tere*i*a, *. *6, n. 3, art. 15, p. 283-295, *a*./ju*. 2019
ISSN Impre*so: 1806-63*6 ISSN *letrônico: 2317-2983
http://dx.doi.org/10.1281*/2019.16.*.15
Adolescências e Violências: A*o *nfracion*l D*smist**icado
Adolesc**ce and Viole*ce: Demystif*ed
Am*n*a Furtado *ascarenhas L**tosa *ima
Douto*ado *m Polí*i*as Públ*cas pela Universida*e F*deral do Piauí
A***stente So*ial do Tribunal *e Justiça *o Estado do M*ranhão
E-mail: ama*da*mlustosa@gmail.*om
Lúcia C*is*ina dos S**tos Ros*
Do*tora em Serv*ç* *ocial pe*a Universidade F*d*ral do Rio *e Janeiro
Pr*fessora Titular d* Dep*rtamento de S*rvi*o S*cial *a Univers*da*e *ederal do *iau*
E-mail: luciacs*osa@gmail.com
Endereço: Amanda F*rtado Mascaren*a* L*s*os*
Edit*r-Ch**e: Dr. Tonny Kerley *e *lenc*r
Lima
Rodr*gues
Rua **r*nel Pedro Mata, s/n, centro, *EP 655*0-*00,
Chapad**h*-MA, B*asil.
Art*go recebid* *m 14/11/20*8. Últim*
versão
re*ebid* em 03/12/20*8. Aprova*o em 04/*2/2018.
End**eço: Lúcia *ristina dos Sa*tos *o*a
Universidade Fede*a* do Piau*, Centro ** Ciênc*as
Avaliado pelo sist*ma Tri**e Review: Desk Review a)
Hum*nas e Let*as, Departamento de Servi*o Soci*l.
*elo Edito*-Chefe; e b) D*ubl* B*ind *eview
Campus *ninga, CEP: 64049-550, Te*esina-PI. B*asi*.
(a*aliaç*o cega por dois avali*dores da ár*a).
R**isão: Gr*matic*l, Norm*t*va e d* Formatação
A. F. M. L. L*ma, L. *. S. Rosa
284
RESUM*
A pesquisa faz pa*t* *a
t*se de dout*ramento sob*e a p*oteção soci*l produzid* pelos
familiares de adolesc*nt*s e* conflito com a lei na cidade d* Chapa*inh*-Ma. É uma
pesquisa quali-qua*titativa r*ali*ada com o i*tuito de mapear o
número de pro*essos des**
matéria a tramitar nesta
cida*e ** in*ervalo d* *no d* 20*3 ** ano de 201*, com vi*tas a
tra*er evidênci*s *as repr*sentações materiais e si*b*l*cas envolvi*as no ato infrac*o**l.
*o**lui-se, inicia*mente, que a prátic* do *to in*raciona* é reflexo *as dive*sas expressões da
questão social, como **cessidades imp*stas pela sociedade midi*t*ca, expre*sões da ex*r*m*
pobreza, exclusão e preconcei*os que os *d*lescentes vivencia* e que tê* m*ntido altos
índices na co*arc* de Chapadi*ha.
*alavras-Ch*ve: Ato infr*cional. *i*lê**ia. D*r*i**s.
ABSTR*CT
T*i* *ese*rch *s *art o* the d*ctoral the*i* *hat dis*usses *he soci** p*otection p*oduced by the
relatives o* adolescents who committed an infr*ction in the city of Chapadi*ha-Ma. It aims to
show a quantitativ* resea*ch carried out with th* intentio* of m*pping *h* numb*r of
processes of this m**ter *e processe* in the forum o* this to
city in the interval of researc*
*emarcated, from th* year 2013 to the year *017, wi*h a view to
bring ev*dence of
t he
material and symb*lic rep*ese*tations involved in th* infrac*ion. It is co*cluded ini*iall* that
*he pra*tice of the infraction *s a reflection of th* di*erse express*ons of the social que*tion,
such as *eeds imposed b* the media
soci*ty, expressions of s**ial abandonm*nt as extreme
*overty, exclusion
and *r*judic*s *hat
adolescents expe*ience and *hat has maintaine* hig*
i**ices in the coun*y of Ch*padinha.
K*y words: *iolent Act. Violence. Ri*ht*.
R*v. FS*, Teresina, *. 16, n. 3, art. 15, p. 283-2*5, m*i./jun. *019
www4.fsa*et.*om.br/*evista
A*ol*scências e Viol**cias: Ato **fracional Des*i*tificado
2*5
1 I*TR**UÇÃO
Inicialmen*e *onvém ressaltar que a noç*o de violênc*a é complexa, a*resenta*do
diferen*es
*ign*ficad*s e é, por princ*pio, am*ígua. Desta forma,
nã* exis*e u*a ún*ca
percepçã*
do que s*ja vi*l*ncia, mas mul*i*li*i*ade d* atos viol*ntos, cuja* signif*cações
de*em ser analisadas a par*ir das norm*s, das con*ições e dos contextos s**iais, varian*o nos
per*odos históricos (ABRAMOVAY, 2002).
As r*percussõe* das pr**ic*s de
violência *lertam ***a a gra*idade de*te problema
socia*. Dito *s*o, a viol*n*ia *o co*text* s*cial mundial apresenta, na atual*dade, as marcas **
uma sociedade ex*ludente e de*igu*l que, n* *r* do capital*smo globa*izado, tem se mos*ra*o
incapaz de incluir as cla*ses *ociais *enos favore*idas, do pon** de vist* econômi*o, em
co*dições de acesso aos bens e riqu*za pro**zidos socia*mente. *m***a, *u*ntit*t*vamen*e os
adolesc*nte*1 e**olvidos co* a violência, sobretudo no espaç*
ur*an*, constituam um
número reduzi*o em relação * população total de ad*l*sc*nte*, os aspecto* qu*lit*t**os do
fenômeno *s*umem posto de urgênc*a. A utilização polít*co-*d*ológic* da v*olência
é
**id*n*iada nas ou*r*s expressões da vi*lên***, * *ambém, é *tilizada ideologicam*nte para as
disputas em torno da maiori**de penal.
So**e * violên*ia envol*en*o ad*l**cente* é *reciso **r claro que * tema é um ponto
crític* de saturaç**
qu* e*vol*e contradições e, d*sta forma, * tamb*m condensaç** de
múltipla* determinaç*es. É
necess*rio *ns*r*-lo *uma análise con**n*ural, posto que, *o**
explic* Tras*i (20*6), está i*scri** n* contexto d* *ultur*, *as transformações c*da vez m*is
*ápidas
da* tecnologias,
da* construçõ*s científic*s, *e n*vos *adrões d* conv*vência, da
fra**l**ade dos *aços amorosos, do e*agero *o co*sumo e insa*isfaç*o *er**nent*, de outras
éticas, de pr*duç*o de novas biog*a*ias * desc**hecidos mo*os de s** cria**a, adoles*e*te *
a*ultos.
O contato perm*nente com famíli** d* adol*sc*nte* au*ores de ato i*fr*ci*nal, at*avé*
** exercíc*o laboral d* Ana*ista Judiciária - cargo: Assistente Social do tr*buna* de Justiça do
Maranhão, em esp*cial numa Vara que res*onde por atos cometid*s pela in*ância na Comarca
d* Ch**adinha, *v*denci*u a situ*ção de "de*es*e*o" *as fa*ílias qu* não *a*em o q*e fazer
1 Em pesqu*sa bibliográf*ca e d* *erió**c*s ve**ficou-s* a *xistên*ia de diversas no*en*lat*ra* refe*en*es aos adolescentes
em situação *e co**l*to com a lei; cont*d*, a categor** eleita, com vista* ao menor pre*ulgamento e pre**ízo à in*eg*i*ade d*
ser em f*rm*ç*o, funda*entada na doutrin* da prot**ão inte**al, é o *ermo adole*c*nte em si*uação de co*flito com * le*.
Além de re*umir a si*uaçã* d* f*to ocorr*da, não esta*elec* manifestação de entendiment* com vistas a *on*tru*ão d* uma
análi*e quan*itat*va do fenômeno, respeita a condição *e *ransformaçã* e, por isso, o movim*nto do **r, des*a forma, não
nega * viv*ncia e **nduz à reflexão, ac*ita*do a con**ção históri*a. Assim, par* referir-se ao a*t*r de ato infr*cio*a*, *sta
pesq*isa elege o termo a*olescente, *m con*on*nci* com o entendi*ent* *ega* aplicado no Bra*il, e em r*spei*o à con*i**o
de ser em aprendizado e formação que a nome*clatura s*gere.
Rev. *SA, Te*esina PI, v. *6, *. 3, ar*. 15, p. 03-29, m*i./jun. 20*9 w*w4.fs**et.c*m.br/revista
*. F. M. L. L*ma, *. *. S. Rosa
*8*
ou a quem r*co*rer
diante da situação de prática de ato infra**o*al por seu* m*mbro*.
Revelando uma
preo*upante situa*ão so*i*l de **s*roteção. A quest**
de *nálise é:
q**m
*
de*p*otegido *e fa*o? *u
qu*m são? *á que o ad*lesce*te é um membro da famíl*a,
e
compartilh* de suas n*cessidades, s*u cotidia*o e suas e*periên**as.
É preciso sup*rar * tradicion*l dicotomia que s*grega a popu*ação e**re vítimas e
algozes. A violência na adolescência ora os **m com* vít*mas (*ue sofrem atos de violência),
o*a como *ioladores (que praticam atos de viol*nci*), de*tro *e um *asto esp*ctro de análise.
C**o pes***sadore* e estudiosos, ** de*esa dos dire*tos humanos * de uma cultura d* paz, é
preciso
es*larecer qu* o ato *iolento em si n*o pode ser *edu*ido a
condiç*es
comport*mentais pois, an*es, refle*e um *onjunto de circunst*ncias h*st**ic*s, econô*ic*s
e
políticas *ue i*fluenciam com inte**idade as formações s*ci*is.
O contexto de vida é el*mento *rimordi*l p*ra a análise do* mo*os de ser se e
comportar das socie*ades, e* esp*c*al do* *doles*e*te*, consideran**-se a sua condição
pecu*ia* de ser em desenvolvim*n*o e susceptível às inf**ê*c*as de toda **dem.
As *udanças obser*áv*is nos pa*rões de con*uta e *e relações humanas estão
imbricadas com os novos
valor*s
d* soci*lizaç*o *as novas *er*ções em que se prio*iza
a
in**pendência, a auto*o*ia, ou s*ja, uma altera*ão signifi*ativa *as funçõ*s
parentais e no
in*erc*m*io *ntre geraçõ*s *om seus e*eitos sobre as atribu*ções tradicionais da pr*te*ão
s*ci*l, do contro*e e da auto*idad* dos mais velhos sobre *s ma*s novos. Nessa persp*ct*va,
config*ra*-se paradoxos: os
adolescen*es edu*ados para a autonomia não
podem exe*cê-la
porque o m*n*o s*cial não
o autori*a;
o*, o mundo ec*nô*ico e da cultur* trat**
o
**olescente como um agente
so*ial autônomo, is*o é, como um consumidor (tanto
de b*ns
*ateriai* como culturais) sem condições re*is para *sto,
*o contr**io d* situaçã* d*
depend*nc*a qu* se encontr* (TRASSI, *0*6), d*ntr* tantas outras ru*turas e contrad*ções.
O parco conhecimento *o*re q*em é o ad*les*ente *a contem*oraneid*d* e,
particularmente, o adolescent* em
*i*uaç*o de conflito co* lei2,reafirm* co*t*ib*içã*
a
a
d**ta *esquisa. P*is, n*o se conhece a reper*ussão dos ideais cultur**s nele pro*etados, os
efei*os d* **ptura co* os *alores da história * da trad*ção social*ent* con*tr*ídos, as *arca*
psíquicas das
viv*ncias neste ambient* social *m que m*itas faces da violênc*a vão
adquirindo invisibili*ade e suas *xpressões mais cr*éis vão se nat*ral*zan*o.
2 A *omenclatu** autor de ato in*racional no singular é u*a escolha e* *rio*izar o su*eito que vi*en*ia/vive*ciou a p*ática
do ato infraci*nal, com vistas i*entif*c*-*o c*mo u* suje**o com uma históri* de v**a que iniciou uma experiência de a
vio*ação de direitos, nã* é intenção d*ste trabal*o nesta fase a *ç*o reitera*a dos **os pra*i*ados o* as especificidades de a*o*
i****cion*is, nem das medidas s*cioedu*at*vas cabíveis.
Rev. FS*, Tere*i*a, v. 16, n. 3, art. 15, p. 283-295, mai./*un. *019 www4.*sa**t.co*.br/revista
Adolescênci*s e Vi*l*ncias: Ato Infraciona* Desmi*tifi*ado
287
A dis*u*sã* *obre * tem* é também uma tentativa de contribuir p*ra de*mistificar
o
*doles*ente em situaç** de *onflito com a
l*i e suas relaçõe* sociais/familiares, posto
q*e
exi**e uma representação social d*f*sa, m*s cons*stente, que criminaliza * adolesce*te
que
prática ato i**racional e *tribui a estes sujeitos a responsabi*idade pelos índices cresc*ntes da
criminalidade, p*lo aumento da insegura*ça púb*ica, pelo clim* d* m*** soc*al. A*sim, faz-s*
necessário reestabelecer a
realidade dos fatos, *ro*lematizar a questão, co*pr*endendo
a
conjuntura social * *ultura* * **a* o adol*s*ent* encontra-se i**erido.
2 RE*ERENCI*L TEÓRI*O
2.* De Que Adolesc*ncia Estamos Falando?
O
p*blico *e a*olescentes em si*uação
de *u*nerab*lidade, aliada à* turbulentas
condições socioeconôm*cas d* muit*s país*s la*ino-america*os ocasi*na *ma grande tensão
ent*e estes sujeitos, que agra*a di**tamente os p*oce*sos d* in*e*r*ção *o*ial e, em algum*s
situações, i**lusiv*, é ca**z de fomenta* índices d* violência. Em co*sequên*ia, del*neiam-se
cenários críticos, *i**ceis de se*em enf*entados *or um* ú*ica política social, ou por um *ni**
*nte público, em funçã* de seu efeito parcia*, q*e não alt*ra subs*ancia*m**te *s condiç*es de
vi*a dos envolvi*os, co** * o caso b*asileiro.
No Brasil, * fenômen* da violência at*nge ta*b** a população adol*scent*, f*zendo-
os
ora
vít*mas
ora *rotagoni*tas de tal violênc*a. Dados do Mapa da Violência *010
-
Anatomia dos Homicídio* no Brasil revel*m que a t*xa de ho*icí*ios entre os jo*ens p*s*ou
de
30 p*r 100.000 jovens em 198* p*ra 50,1 n* ano 2*07. *o contrário, no re*tante da
população
(*xcluí*a
a popul*çã*
jovem) esta taxa perman*ceu rela*ivam*n*e consta*te,
inc*usi*e com leve queda: de 21,2 p*r *00.*00 habita*tes
p*ra 19,6 *o mesmo período.
Segundo o *el*tório, "Isso e*i*enci*, de form* cl*ra, q*e os avanços da viol*ncia homicida no
B*asil nas últim*s décadas tivera* como motor exc*u*ivo e excludent* a morte de jo*ens.
"
(*AISELFISZ, *010, p.**7).
A ideia
equivocada de
at*ibuir ao ad*lesce**e
a re*ponsabilidad* pelos fatores
*uantitativos e
qualitativos exa*erbados da crim*nalidade corresponde às propostas
de
soluçõ** que **tiram
dele sua caracte*ís**ca de *dolescente e o veem exclusivamente
como
criminosos. Revelam e alime*ta* a *epr*sentação soci*l *ue percor*e o m*ndo, à qual onde
se associa adolesc*ncia com violência, configura*do, com* a*i*ma Robert C*st*l (2005), as "
novas clas*es perigosa*" (*RASSI, 20*6).
*ev. FSA, Tere*ina P*, *. 16, n. 3, art. 15, p. 03-29, mai./*u*. 2019 www4.fsanet.com.br/re*ist*
A. F. M. L. Lima, L. C. S. Rosa
288
Ao me*cion*r Adole*cência*, fala-se em uma categoria fundante para o crescimento
populacional, e a*erta-se para a neces*idade d* aç*es soc*a**en*e en*ajadas no tocante a uma
resignifi*ação *os perfis d* vio*ad*r*s de direitos para conhecê-lo, *amb*m, *om* suje**o d*
direitos,
que *ivem, **tidian*mente, es*ec*almen*e no caso de famílias co* r**istros de
vulner*bil*dades, o des*fio da sobrevivência em u*a s*ci*dade desigual.
O termo a*olescent*, etimologi*amente vem do latim Adolescere, *ue si*nific*
cre*cer, brotar, fa**r-se gran*e, ad*itindo difere*ças no momento d* "despertar" pa*a esta
f*se da vid* *ntre pess*as de diferentes raç*s, cul*ur*s * gera*õe*. Trata-se de uma vis*o
desen**lvim*ntista **fundida no ensi*o
b*oló*ic* da vi*a qu*, not*damente, c*ass*fica
o
sujeito. *ara * ordenamento j*rí*ico brasileiro, *ste perío*o é delimitan*o *emporalmente,
*onsiderando-se ado*escen*e a pessoa entre *2 (doze) e 18 (dezoito) an** de idad*, conf**me
estabel*cido *o Ar*. 2º do E*A - Estatuto *a Cr*anç* e do Adolescente (Lei *º *069/*990).
* *urio*o q*e mu*tas vezes o* ter*os "ado**scênc*a" e "juventud*" são ti*os
co*o
**nônimos, ou enten***os
co*o fases qu* *e sobrepõe*. O Mini-dicionário
d* Língu*
Po*t*guesa, B*e** (2000, p.28) d*fine o ado*escente co*o "aquele que está na adolescê*cia,
jo*em". A Organ**ação M*nd*al da Saúde - OMS defi*e ado*esce*te como o indi*íd*o que
se encontra
e*tre os 10 (dez) e 20 (vi**e) anos de idade. Por s*a
vez, a Or*aniza*ão das
Naç*es Unidas - ONU de*ine juventude c**o a fase entre 1* (quin*e) * *4 (vi*t* e **atr*)
ano* ** idade - sendo que d*ixa em aberto a possibil**ade de diferent*s
nações defi*irem o
ter*o de out*a maneira.
Ho*e, existem pesquisadores *ue defendem a **se de que a adolescênci* deve ser
estendida até os *4 an**, porém e*istem discordância* quanto ao fato no meio ac*dêmico. Os
Cient*sta* austra*ianos, por exemp*o, **blicaram na *evista científica La*cet Child &
Adolescent Health, defendendo o
prolon*a*ento da idade do* adolescente*. *e *co*do co*
*les,
o fato de os jovens *st*rem optando por
estudarem *or ma*s tempo
e adi*ndo o
ca*a*ento e a maternidade/paternid*de, *odifica a
per*ep*ã*
das pesso*s
em relação a*
*nício ** v*da adulta. Já o*tra linha de reflexão afi*m* que * prolo**amento indevido da
adolescênc*a se*ia res*onsá*el por **a *nfantilização da fase adulta e uma des*a*orização *os
ens*n*mentos r*l*vantes de*ta fase da vi*a.
Assim, fr*nte a esta *ultiplicidade de con*eit**, ** questio*amentos resu*tan*es *estas
demarcações sã*: será a **olescência compreendida,
ap*nas, como lapso temporal n*
*xistên*ia huma**? E*s* demarcação e*fatizad* nas co*c*it*a*ões do si**ema jurídico
br*si*eiro dá
c*nta da complexidade e necess*dad*s de vi*a *es*es sujeitos? Esse*c*almente,
no *mbiente judi**ário, qu*l a contr***ição de uma co*c**ção ** ado*escência para o t*âm*te
Rev. FSA, Te*esina, v. 16, n. 3, ar*. 15, p. 283-295, mai./jun. 2019 www*.*sanet.c*m.*r/re*is*a
Adolescências e Violência*: Ato Infracional Desmistificad*
2*9
dos proc*ssos e enca*inhamentos de *ulgamentos * *eterminações d* medidas proteti*as *u
soc*oeducativas?
Por entender ser *o*plexa esta leitura, a pesquisa entende * reafi*ma as adolescê*c**s
com base na ab*rd*gem só**o *istórica *rabalha*a por Ozell* (2003). Se* *onc*i*o não
a
reconh*ce c*mo *ma fase natural do d**envolvimento, mas *im como uma criaç*o histórica
d* humani*ad*. "Um fato que p*ssou * fazer parte da cu*tu*a enquanto significado, isto *, um
mome*to interpretado construído pelos e
homens, um *er*od* construído historicamente"
(OZELLA, 2003, p. 9).
*sta concep*ão da ad**escência a considera dent*o d* contextos esp*c*fico* em *ue
ela est*ja loca*izada: famili*r*s, educaci**ais, p*ofissiona*s, sexuais, é*n*cos, ec*nôm*cos,
sociais, enfi*, histórico*. Trata-se da a*ole*cência como resultado de uma construção *oci*l,
dependente das relações sociais estabele*idas dura*t* o proces*o *e social*zação, incluí*os
aqui fat**es econô*i*os, so*iais, educaci*nais, polític*s, cultur*is, etc. Afirma, ainda, serem
re*ucionistas as int*rpr*ta*ões da adolescência *om base *m m*nu*is *ue tratam sobre
o
desenvolvi*e*to *umano (co*o foi difundido nas áre*s ps*col*g*cas e médica,
e*se*cialmen*e no seu **tudo aca*ê*ico) como uma *tapa- um recorte no tem**, uma fase
mar*ada e delimita*a por
c*rac*erísticas "típicas"
da idad*; d* adole*cên*ia como
um
proc*sso *o desenvolvi*ento e ** tra*s***o par* a vi*a *dult*, e da adolescência *omo um*
categoria que faz parte da natureza do homem.
*errá* (19*7) propõe alguma* consid*rações *a di*eç*o de novas formas de l*dar co*
as adolescências, a saber: superar as pro*ostas que ressaltam o
caráter d* cris*, *ão
representativo da maioria d*s adolescentes; estudar a adolescência interligad* às outras fase*
da vid* com* um co**ín*o,
e n**, necessa*iamente, i*terrompida de forma radical
e,
essencialmente, romper o ca*áter de passa**m
crí*ica, que afirma *ma leitura
negativa da
adolescên*ia.
Oze**a (2003) defe*de na *ua obr* *dole*cências Construíd*s: A visão da ps*cologia
sócio-histórica a nec***idade de ref**mulação de visões institu*i*naliz*das sobr*
a
a*olescência, que a tratam *e forma naturalizada, universali*ada e pato*ogiz**a. Assim,
Faz-se ne*essário abandonar a visão român*ica que vem *ermeando o estudo d*
adolescência, c*mo **a fase caracte*izada
por comportame*tos tí*icos
*stere*tipados que não corresp*n*em aos fatos e ao adole*cente concreto que nos
depara*os. *e na aparênc*a ele co*responde, isto pode c*ra**erizar um* pr*fecia
auto*ealiz*dora que leva os jovens a se *o*po*tar de *et*rminadas ma*eiras para se
adap**r às *x*ectativas *olo*adas pela so*iedade, expectativas *uit*s vezes
produ*idas e *n*entivadas pelos próp*ios *rofissionais da Psicologia (O*ELLA,
* 0 0 * , p . 3 9 ).
Rev. F*A, Teresina P*, v. 16, n. 3, art. 15, p. 0*-29, *ai./j*n. 2019 www4.*sa*e*.com.b*/revista
A. F. M. L. Lima, L. C. S. Rosa
29*
So*re o *úbli*o *dolesc*nte, para alé* das garan*ias lega*s, *mporta com**eender
que a vi*a do adolescente se *ncontra di*eta**nte ligada aos padrões ca*italist**, aos ideai*
d* te*
como ap*r*e se*uro à felicidad* e à autoafirmação. Ávidos por uma respo*ta a
*sta
inquietação que lh** *heg* a tod* o momento como o *p*lo *idiático e do prazer
condicionado pelo possu*r, *stes, inclusive, podem encon*rar como saí*a
à pr*tic* da
violência, fazendo se p*r
agre*idos
*u agress*res ne*te process* (SOA**S; ASS*NÇÃO,
20*1). *st* t*do ref*rma a *eces*idade de uma concepção **pliad* d*s
determinan*es da
ado*escência, se*s contexto* e conjunturas.
Tal cenário *presen*a-se *e grande *ragil*da*e, onde o ad*lescente se
des*nvolve,
mediante as op*rtun*dades
q*e
lhe são oferec*das. No descompasso fomen*ado pel**
nece*sid*des materiais e a* *portunidades oferecidas pelo *stado, *o*iedade e mercado
amplia*-*e as situaçõe* de vulnerabilidade social (ABRAMOWAY, 2002), * exigem-se, d**
jovens e seus f*mi**ares, respostas p*ra as quais nem *e*pr* tê* *on*içõe* de e*con*rar.
3 RE*ULTA**S E DISCUS*Õ*S
3.* Quem são os Ado*es*ent*s em Situação *e Conflito com a Lei em Cha*adinha?
Chap*dinha * um municípi* b*asilei*o do estado do Mara*h*o. Localizada na regi*o
*este do *aranhão e *a Microrr*gião ** Cha*ad*nha, * c**ade tem uma popula*ão estimada
em 78.3*8 habitantes (*egundo *ados do IBG*/*016) e uma área territorial *e 3.24*,385 k*².
O Fór*m Min*stro Edson Vidigal * a *ede do poder j**iciário na *om*rca de
Chapad*nha,
*r*ado **la Lei
*º. 1225/1954. Possui dois juízes re*ponsáveis
pe*o
func*o*a*ento dos trâmit*s ju**ci*is. Sobre a matéria de atos infrac*onais a responsa*ilidade
é da Seg**da Var* da Comarca.
A *ar* responsável p*la ma*éria co*ta com uma equipe *om*osta, dentre
ou*ros, p**
com*ssária d* infância * juve**ude, *ssistente soci*l e juíza com co**etência es*ecífica para
a abordagem das d*manda* co*cern*ntes ao ato *nfr*cional. Um av*nço, conside*ando-se que
a grand* maioria *as
com*rc**
localizadas
no i*te**or do* estados não co**am com
profis*ionais especializad*s para * trato de *emandas esp*cíficas c*mo estas. D*sta forma, no
*aso M*ra*hens*, verifi*a-se **e ap*n*s
a* comarcas *e po*te intermedi*rio, nem todas, e
juntamente com a capital, s*o con*empladas com equipe especial*zad*.
**apadinha pos*ui uma notória atuação judicial; conforme dados do sistema T*emis
da just*ça a m*dia d* p*oc*ssos em tramit*ção na Vara * de 6.00* *roces*os/ano. *or tr*s anos
Rev. FSA, Teresina, v. 16, *. 3, art. *5, p. 283-29*, *ai./jun. 2019 www4.fsane*.com.b*/revista
Ad*le*cências e Violências: *to Infracion*l De*mist*ficado
291
a comar*a *em sendo destaque por *ting*r as metas de *rodutividad* *o Conselho Nacional
de Jus**ça- C*J.
Apesar do *uce*so em pro*utividade *a Vara, é destaq*e * demand* in*essante de ato*
inf*ac*o*ai* na cidade, a *eiteraçã* de *nfr*ções e * ac*m*lo de insatisfações da sociedade de
f*rm* *era*, d* família e dos pró*rios adol*scente* que praticaram ato infracional.
Para desmis*ificar a concreta s*tuação dos
adoles*entes em co*f*ito *o* a lei
em
Chapadi**a, re*li*ou-s* uma pesquisa *uan*i-quali**tiva. As
**c*icas de pesquisa
adotadas
foram: a observação, a análi** de conteúd* dos d*dos ins*itucionais so*re os caso* re*eri**s, a
análi*e docume**al dos processos referentes * matéria de ato inf*acional e a análise d*s da*o*
no siste*a THEMIS da Justiça do Estado d* *a*anhão. *m seg**da, o trata*ento *os dados
ocorre* **m a *istema*iz*ção
do* números obtid*s que **ssibili*am reflexões s*bre
*
*eal*d*de s*cial de vulnerabilidades destes *dol*sc*nt*s.
O cres**n**
í*dice de processo* de adolescentes *u* **m*t*ram
ato *nfraci*nal na
comarca de Ch*padinha, como *vi*enciado na tabela abaixo, somado * situação de violênc*a
que a populaçã* e*fr*nta cotidian*mente (como notici*do diariame*te
em b*ogs, sites *
*mprensa local) *p*ntam * rel*vância soc**l *este estudo. *ois, precis* é
de*m*st*ficar o
cl**hê. E, poi*, culpabi*iz*ção de indiví*uos em pr*l de *ma s*tuação d*
desproteção social,
esse*cialmente *e indivíduos *m c*ndição *special de des*nvolv*mento.
* es*ud* das de*andas co* *istas à c*nstrução de *m perfil
do adolescente *ue
*ratica a*o infr*ciona* em C*apadinha *vid*ncia que ce*ca d* 95%
do* c*sos *ã* *o s*xo
ma*c**ino, *penas 5% co**es*ondem a mulheres. Não *e *erifica * *xistê*cia de **tras
condições de gê*ero como de*andantes. O*servou-se
que 75 % *os c**os recebidos
abandonaram por escol*a p**pria a frequênc*a esco*ar, sem co*cluir, seque*, o ensino
fundamental. Os c**o* de evasão *scolar chama*am a atenção po* serem *companhados de
evas*o de pro*e*os d* vida, são relatos de adol*sce*tes q*e não exe*cem a*ivi*ade l*borativa,
nem edu*ativa e que rel*tam n*o ter comprom*s*os d*rante o dia, ma* qu* expressam o des*jo
de s**t**em-se incluídos na s*ciedade em que con*ivem, *spec*almente no acesso aos b*ns e
p*ogramas sociais.
Em 100% *os casos são oriu*d*s de famíli*s de *aixa r*nda, *ue se aut*denomina*
de pobres e que viv*m como beneficiários de *rogr*mas sociais
do go*erno, como Bolsa o
Fam*lia, ou conta* c*m a rend* de al*um benef*ciári* ou aposentad* no domi*ílio.
As f*mílias atendidas *esid*m
em
gr*nde maioria
na ci*ade, mas
possue* *omicílio
na zona r*ral do município onde s*us ge*ito*es,
em
suma, os pais, desenvolvem atividades
rurais, como plantação e *olheit*
para man*t*nção das
despensas domé*ti*as com
R*v. FSA, Te*esina *I, *. 16, n. 3, ar*. *5, p. 03-29, mai./ju*. 2019
www4.*s*net.com.b*/revista
A. F. M. L. L*ma, L. C. S. Rosa
292
aliment**ão. * na*ureza da ativi**de é de sobrevi*ência, e *roc*s de pro*ução são realizadas
entr* os p*res.
T*b*la I - D*m*ns*rativo das dema*das e de sua importância n**ér*ca no Fóru* de
Cha*adi*ha - MA
AÇÃO/ANO
2*13
201*
2015
20*6
20*7
ADO*ÃO
13
16
7
14
5
*DO*ÃO COM DES*IT*IÇÃO DO P*DER FAMI*IAR
5
6
*
1
3
G*ARDA
15
27
40
*6
19
*TO IN*R*CIONAL
35
72
58
72
48
TUTELA
0
1
2
0
*
TUTELA E CURATELA (Nom*açã*)
12
18
5
5
5
TUTEL* E CURATELA (remoção e dispe*sa)
*
2
3
9
5
INTERDIÇÃO
17
32
*6
39
32
HABILITAÇÃO *ARA ADOÇÃO
0
0
0
2
0
T*T*LA COM DESTIT*IÇ*O DO PODER FAM*LI*R
1
0
0
1
0
Fonte: *a*el* con*t**íd* pela pe*quis*dora, com base nos relatórios d* pr*dutivida*e d*sponibilizados pe**
*i**ema T*e*is para *er*ficaç*o do C*nselho Nacio**l d* Ju**iç*- CNJ na comarc* de Ch*pa*inha -M*.
Rev. FSA, Teresina, v. 16, *. 3, art. 15, p. 2*3-295, mai./jun. 20*9
www4.fsanet.com.b*/revista
*dol*scê*cias e Violências: Ato Infracional Des*istificado
293
Através dos dado* mens*r*dos é possív*l infer*r que, e*tre a* ações clas**ficadas
como de famíl*a, numericamen*e o ato in*racional tem evidê*cia como quantitativo super*or,
segui*o *e*os process*s de *nter*ição e, em ter*eiro luga*, e*tão as ações de gua*da.
Contudo, é p*eciso *ma análise crít*ca par* in*e*ir *ue o* *l**ados números
si*bolizam a exist*ncia de *utras vi*l**cias ocultas a análises p*eliminares do objeto. Ne*te
sen*id*, Zaluar (2002) destaca que, apesar da enorme desigualdade
ex*s*ente no pa*s, em
*nál*se com*a*at*va, são p*ucos os adolescentes qu* se e*vere**m pela carr*ira c*imi*osa.
*sso exige que t*nham um atendiment* e*pecial que considere o cont*xto social m*is próxi*o
** suas a*ões, t*ndo eles maior ou me*or co**role sob** *stas. Esta pe*spe*tiva contri*ui para
a problemat*zação sobre os índices ap*ntados, os noticiár*o*, a evidência ao adolescen*e autor
de ato in*raci*nal. *uais
as *ecessidades su*jacentes à prática destes **o*? Q*a*s as
respons*bili***es en*olvidas? *uem é es*e adol*scen*e? E, es*e*cia*men*e, estes
adolescentes resumem
a rea**dade brasileira? Em quais **rcunstâncias ou contextos
compreendem-se estas ações?
Zal*a* (200*) esclarece que não se trata de o*tar pelos pr*ceit*s defi*id**
pelo
ne*liberal*smo, *nde *s
escolhas *co*rem num ambien**, independentem*nte de restrições
sociais e de
há*itos e asp*rações exteriores aos *ndiv*d***. Trata-se de tornar
c*mplexa
a
*nálise d*s context*s
s*ciais ma*s
amp*os e mais locais *ara entendermos os moti*os pel*s
quais, *ad* ve* um núm*ro ma*or de a*olescentes (de to*os os
estra*o* sociais) comete
inf**ções, o que nem significa a adoção de
um* "*arr*ira crimin*sa", **
de um perfil
"v*olento * *em limites", mas de comporta*e**os com bas* na violên*ia.
Afinal, c*m* sintetiza Misse (2006):
A crescente disj*nção entre escola e merca*o de t*abalho, o* **ixos *alários há três
décadas conv*vendo *om um estímulo ao consumo antes nuca *isto (mais do que o
próp*io desem**ego) e a crise de autor*dade na fam*li* (particularmente na família
urbana po*r*) *azem do c*mércio *e **oga* e de mercad*rias *olíticas não apenas
um negóc*o atraen*e, m** um *stilo *e vida sedutor, ainda que efêm*ro. Muitos
j**en* que entr*vistei prefer*m morr*r a*tes dos 25 *n*s, com esse *s*i*o de vida, a
v*ver 60 como
parias e hum**had*s. Como fazê-los entender *ue *stão errad**?
(M*SSE, **0*, p. 114).
*sse*
eleme*t*s
descritos são de fund*mental rel*vân*i*, pois são f*tos s*ciais
defin*dores par* a realidade *oc*al estudada.
Rev. FSA, Teresin* PI, v. 16, n. 3, **t. 15, p. 03-29, mai./j*n. *019
www4.fsanet.com.br/r*vista
A. F. *. *. Lima, L. C. S. Rosa
29*
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entende-se *ue procur*r desv**dar a rea*idade s*cial *u**titativamente é
*unda*ent*l pa*a conhecer a* d*m*ndas que se destaca* no fór** e *raz representatividade
das atuais demandas socia*s que emerg*m no *udiciário. A int*n*ão d**te *s*udo é f*rnecer
subsídios para que *s diversas instâncias da socie*ade ci*il e
do apa*e**o *ov*r*a*ental
aprofundem sua le**ura *e uma r*alidade
*ue, como os p*óprios *ados
e*idenciam,
é
alt*mente preocupante e não s* encontr* apena* em debates teóric*s, mas na convi*ência *o
*spaço *ami***r e comunitári* de forma amp*ificada.
Há *e se estimular o fort*lecimen*o da prot*ção social e da def*sa dos direitos
humanos. *est* sentido, a fam*lia é *ma instit*iç*o q*e a*ua na proteção social há tem*os,
entr*tanto, as ci*cunstân*ias e influê*cias da cont*mporaneidade requere* uma apreensão d*s
dem*ndas atuai*. Urge uma anál*se crí*ica d* situação
v**encia*a pela soci*dade e fa*íl**
com o ob*etivo co*um de inst*urar um diálogo **ndamentado em estud** mais densos, a fim
de decifrar uma *eali*ade com*lexa e qu* requer *lt**ações *o
cotidiano s*c*al *
ta**ém
jurisdicional, na p*rs*ectiva d* mudar o s*atus quo, d* mera repr*dução de respostas que se
mostram inócuas, *autadas ** mera repressão e j*di*ialização. *
preciso *ompree*der a*
necessidades d*s ad**esce*tes *ut*res d* *to infracional, ao inv** de responsabilizar a f*mília
pel* "frac**so ed*cacion**". Con*ém reforçar que o "problema **ucacional" é soci*l, um
*omp*omi*so do Estado, da família e da sociedad*, conjuntam**te, e que, nas c*rcuns**nc*as
***ais a famíl*a re*ponde para além da s*a *apacidade de oferta* *rot*ção s**ial.
RE*ERÊNCI*S
*BRAMOVAY, M. et al. Juventude, v**lên*ia e vulnerabilidade social na Amé**ca
*at*na: des*fios *a*a p**íticas pú*li*as. B*asíli*: UN*SCO, BID, 20*2
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Adoles**ncia* * Violências: A*o Infraci*nal *esmist*ficado
295
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Paulo: Instituto Sangari, 2010.
*omo Referenci*r este Artigo, conforme *BNT:
LIMA, A. F. *. L; ROSA, L. C. S. Adole*cên*ia* e Violência*: Ato Infracional Desmistificado. Rev.
FSA, Teres*na, v.16, n.3, art. 15, p. 283-295, mai/jun. 2019.
**ntribuição do* *uto**s
A. *. M. L. Lima
*. C. S. Rosa
1) concepç*o e *lane**me*to.
X
X
2) anál*se e inte**reta*ão d*s *a*os.
X
*
3) e*abora*ão *o *ascun*o ou na revisão crítica do conteúd*.
X
X
4) partici*ação na *provação da *ersão fin*l do manuscrito.
X
X
Rev. FSA, Ter*si*a PI, v. 16, n. 3, art. 1*, p. 03-*9, ma*./j*n. 2**9
www4.fs*ne*.com.br/rev*sta
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