Trabalho, Gênero e Prostituição: Reflexões Sobre as Dimensões Obscuras do Trabalho de Mulheres Prostitutas / Work, Gender and Prostitution: Reflections on the Dimensions of the Work of Women Prostitutes
Resumen
O objetivo deste ensaio teórico é discutir as interfaces entre trabalho, gênero e prostituição, refletindo sobre as dimensões obscuras do trabalho de mulheres prostitutas. Inicialmente, debate-se sobre o trabalho e suas dimensões de positividade e negatividade. Posteriormente, converge-se a discussão para o debate sobre gênero, sexualidade e prostituição, apresentando os dilemas dessa ocupação e categorizando a prostituição como um trabalho não aceito socialmente. Sendo assim, o presente ensaio contribui para a compreensão do trabalho de mulheres prostitutas, demonstrando que se trata de uma profissão periférica que busca se consolidar na sociedade, mesmo diante do preconceito vivenciado em seu exercício.
Palavras Chave: Trabalho. Gênero. Prostituição.
ABSTRACT
The objective of this theoretical essay is to discuss the interfaces between work, gender and prostitution, reflecting on the obscure dimensions of the work of female prostitutes. Initially, it debates about the work and its dimensions of positivity and negativity. Subsequently, the discussion converges on the debate on gender, sexuality and prostitution, presenting the dilemmas of this occupation and categorizing prostitution as a work not accepted socially. Thus, the present essay contributes to the understanding of the work of female prostitutes, demonstrating that it is a peripheral profession that seeks to consolidate in society, even in the face of the prejudice experienced in its exercise.
Key Words: Work. Gender. Prostitucion.
Referencias
ALBERTON, D. M.; PICCININI, V.C. O sentido do trabalho em agências de publicidade. In: ENANPAD – Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, XXXIII, 2009, São Paulo (Anais...) XXXIII ENANPAD, São Paulo, 2009.
ALBORNOZ, S. O que é trabalho? São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994.
ALVAREZ, G; RODRIGUES, M. T. Prostitutas cidadãs: movimentos sociais e políticas de saúde na área da saúde (HIV/Aids). Revista de Ciências Sociais, v. 32, n. ½, p. 53-68, 2001.
ANTUNES, R. A dialética do trabalho: Escritos de Marx e Engels. São Paulo: Expressão Popular, 2004.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6ª reimp. São Paulo-SP: Boitempo editorial, 2003.
ARANGUREN, M. N. Mirada Nueva – Problemas Viejos. In: Mujeres y Sociedad: Nuevos Enfoques Teóricos y metodológicos. (org. Lola. G. Luna). Primeira Edição; Promociones e Publicaciones Universitarias, S.A. Barcelona, 1991.
ARAUJO, E. A arte da sedução: sexualidade feminina na Colônia. Disponível em http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/. Acesso em 17/04/2012.
ASSIS, D. T. F.; MACEDO, K. B. Psicodinâmica do trabalho dos músicos de uma banda de blues. Revista Psicologia e Sociedade, v. 20, p. 117-124, 2008.
BRAGA, J.M.F. Prostituição e moral: evangelização libertadora versus pecado social. In: NGELO, A. et al. A prostituição em debate. São Paulo: Paulinas, 1982.
BURR, V. Gender and social psychology. London: Routledge, 1995.
CODO, W.; MENEZES, I. V.; TAVARES, M.; LIMA, M. E. A.; DINIZ, G. O trabalho enlouquece? Um encontro entre a clínica e o trabalho. Petropolis, RJ: Vozes, 2004.
COSTA, D. B.; SILVA, E. F.; NASCIMENTO, J. U. O trabalho das profissionais do sexo em Campina Grande: a batalha da vida. Disponível em http://www.abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAPSO/141.%20o%20trabalho%20das%20profissionais%20do%20sexo%20em%20campina%20grande.pdf. Acesso em 24/03/2012.
DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. Trad. Ana Isabel Paraguay e Lúcia Leal Ferreira. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 1992.
________. Subjetividade, trabalho e ação. Revista Produção, v. 14, n. 3, p. 27- 34, 2004.
DEL PRIORE, M. História do amor no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2006.
DIOGO, M. F.; MAHEIRIE, K. Alguns sentidos atribuídos ao trabalho doméstico por serventes de limpeza. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cpst/v11n2/a09v11n2.pdf. Acesso em 10/04/2012.
ENRIQUEZ, E. Perda do trabalho, Perda da Identidade. In.: NABUCO, M. R.; CARVALHO NETO, A. (orgs.). Relações de Trabalho Contemporâneas. Belo Horizonte: IRT da PUC de MG, 1999.
FERREIRA FILHO, B. R. Zona de batalha: os sentidos da prostituição. Disponível em www.profiscientia.ifmt.edu.br/index.php?option=com. Acesso em 25/03/2012.
FIGUEIREDO, L. Mulheres nas Minas Gerais. In: História das Mulheres no Brasil. (Org. ) DEL Priore, M. Ed. Contexto e Editora Fundação UNESP. São Paulo, 2001.
FRANÇA, G.V.de. Prostituição: um enfoque político-social. Femina, Rio de Janeiro, v. 22, n.2, p. 145-148, fev. 1994.
FREUD, S. Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental [1911]. In: Edição standard brasileira das Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Vol. XIV. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1974.
GODELIER, M. Trabalho. In: Modo de produção, desenvolvimento e subdesenvolvimento. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, v.7, 1986.
GUIMAR ES, K; HAMANN, E. M. Comercializando fantasias: a representação social da prostituição de lemas da profissão e a construção da cidadania. Revista Estudos Feministas, v.13, p. 525-544, 2005.
HIRATA, H. A precarização e a divisão internacional e sexual do trabalho. Sociologias, Porto Alegre, ano 11, n. 21, jan./jun. p. 24-41. 2009.
LEITE, G. Filha, Mãe, Avó e Puta: a história de uma mulher que decidiu ser prostituta. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
MAIA, M. B.; CHACHAM, A. S.; LOPES, A. F. C. Profissionais do sexo e saúde. Jornal da Rede Feminista de Saúde, n. 25, p. 13-17, 2002.
MENDES, A. M. B. Psicodinâmica do Trabalho: teoria, método, pesquisas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007.
MENDES, A. M.; TAMAYO, A. Valores organizacionais e prazer-sofrimento no trabalho. Psico – USF, v. 6, n. 1, p. 39-46, jan./jun., 2001.
MINISTÉRIO DA SAÚDE . Boletim Epidemiológico Aids DST. Disponível em http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2011/50652/boletim_aids_2011_preliminar3_pdf_20265.pdf. Acesso em 18/04/2012.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. Classificação Brasileira de Ocupações. Disponível em http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf, Acesso em 15/04/2012.
MOREIRA, I. C. C. C; MONTEIRO, C. F. S. Vivência da entrevista fenomenológica com prostitutas: relato de experiência. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 62, p. 789-792, 2009.
MORIN, E. Le sens du travail pour des gestionnaires francophones. Revue Psychologie du Travail e des Organizations, v.3, p.26-45, 1997.
MORIN, Estelle. Os sentidos do trabalho. RAE – Revista de Administração de Empresas.v. 41, n. 3, p.8-19, jul./set., 2001.
MORIN, E.; TONELLI. M. J.; PLIOPAS, A. L. V. O trabalho e seus sentidos. Psicologia & Sociedade; v. 19, Edição Especial 1: 47-56, 2007.
MOURA, A. D. A; OLIVEIRA, R. M. S.; LIMA, G. G.; FARIAS, L. M.; FEITOZA, A.L. O comportamento de prostitutas em tempos de Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis: como estão se prevenindo? Texto e Contexto Enfermagem, v. 19, p. 545-553, 2010.
NOVO, M. La mujer como sujeto, ¿utopia o realidad? Revista Polis, vol. 2, n.6, 2003.
OLIVEIRA, M. Q. Prostituição e trabalho no baixo meretrício de Belo Horizonte: o trabalho da vida nada fácil. 2008. 179 p. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social), Universidade Federal de Minas Gerais – MG.
PASINI, E. Sexo para quase todos: a prostituição feminina na Vila Mimosa. Cadernos Pagu, v. 25, p. 185-216, 2005.
PERROT, M. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2007.
ROBERTS, N. As prostitutas na história. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos,1998.
RODRIGUES, M. T. A prostituição no Brasil contemporâneo: um trabalho como outro qualquer? Revista Kátalysis, v. 12, n. 1, p. 68-76, 2009.
ROSSIAUD, J. A Prostituição na Idade Média. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
SAFFIOTI, H. I. B. Gênero e patriarcado – violência contra mulheres. In: VENTURI, G.; RECAMÁN, M.; OLIVEIRA, S. (Orgs.) A mulher brasileira nos espaços público e privado. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, p.43-59, 2004.
SCHREINER, L. et al. Prevalência de sintomas depressivos em uma amostra de prostitutas de Porto Alegre. Revista de Psiquiatria, v. 26, p. 13-20, 2004.
SILVA, A.P ; BLANCHETTE, T.G. “Amor um real por minuto”. Artigo apresentado no Diálogo Latino-Americano sobre Sexualidade e Geopolítica (2008). Disponível em http://www.sxpolitics.org/pt/wpcontent/uploads/2009/10/sexualidade-e-economia-thaddeus-blanchette-e-ana-paula-da-silva.pdf. Acesso em 20/03/2012.
SIQUEIRA, M. V. S. Gestão de Pessoas e Discurso Organizacional. Curitiba: Juruá, 2009.
TRINDADE, W. R.; FERREIRA, M. A. Sexualidade feminina: questões do cotidiano das mulheres. Texto e Contexto Enfermagem, v. 17, p. 417-426, 2008.
VIEGAS, S. Trabalho e vida. In: CONFERÊNCIA PARA OS PROFISSIONAIS DO CENTRO DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DO INPS. Belo Horizonte, 1989.
ZEFERINO, R. Feminilidade e castração: seus impasses no discurso freudiano sobre a sexualidade feminina. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 5, n. 1, p. 128-151, 2002.
DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2021.18.4.12
Enlaces refback
- No hay ningún enlace refback.
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento-NoComercial-SinObraDerivada 4.0 Internacional.
Atribuição (BY): Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, conquanto que deem créditos devidos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
Não Comercial (NC): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais
Sem Derivações (ND): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar apenas cópias exatas da obra, não podendo criar derivações da mesma.
ISSN 1806-6356 (Impresso) e 2317-2983 (Eletrônico)