Efeitos da Terapia do Espelho na Reabilitação de Pacientes Pós-Acidente Vascular Cerebral (AVC): Revisão Sistemática / Effects of Mirror Therapy on The Rehabilitation of Patients After Cerebral Vascular Accident (CVA): Systematic Review

Alice Franco de Aquino, Vitória Izabel de Sousa, João Batista Raposo Mazullo Filho

Resumo


Introdução: O AVC pode se manifestar de duas formas: isquêmico e hemorrágico. Os fatores de risco para o AVC geralmente são divididos em não modificáveis e modificáveis. Problemas como equilíbrio reduzido e capacidade cardiorrespiratória reduzida, bem como suas consequências psicológicas, podem persistir por anos após o derrame. A terapia espelho, em indivíduos diagnosticados com AVC, pode melhorar a percepção sensorial do membro paretico, auxiliando na interação com o mesmo, e revertendo ou minimizando assim, possíveis sequelas comuns. Objetivo: Analisar a eficácia da Terapia do Espelho em pacientes com AVC. Método: Foi realizada uma pesquisa dos artigos nas bases de dados: Scielo, biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e PEDRO, usando os descritores: Terapia do Espelho, Reabilitações, Acidente Vascular Cerebral e seus descritores em inglês. Os dois pesquisadores independentes buscaram por artigos randomizados, controlados, com grupo controle e intervenção, publicados entre 2015 e 2020. Resultados: Foram selecionados 12 artigos relevantes para a pesquisa, após a exclusão de artigos duplicados, ou que não atingissem os critérios de qualidade e inclusão, sabendo que 7 artigos foram utilizados para a confecção da revisão sistemática. Todos os artigos obtiveram nota igual ou maior que 4 na escala PEDro. Dos 7 estudos incluídos na pesquisa, 6 artigos apresentaram programa MT como intervenção e 1 artigo teve MT no grupo controle, 1 utilizou sessões de equilíbrio, marcha e mobilização passiva, 3 utilizaram reabilitação convencional, 1 utilizou BAT hospitalar e MT baseado em hospital. Conclusão: Pode-se concluir que a terapia com espelho é um método eficaz com resultados favoráveis na recuperação sensório-motora em pacientes acometidos por AVC.

 

Palavras Chaves: Terapia do Espelho. Reabilitações. Acidente Vascular Cerebral.

 

ABSTRACT

 

Introduction: Stroke can manifest itself in two ways: ischemic and hemorrhagic. Risk factors for stroke are generally divided into non-modifiable and modifiable. Problems such as reduced balance and reduced cardiorespiratory capacity, as well as their psychological consequences, can persist for years after a stroke. Mirror therapy, in individuals diagnosed with stroke, can improve the sensory perception of the paretic limb, helping to interact with it, and thus reversing or minimizing possible common sequelae. Objective: To analyze the effectiveness of Mirror Therapy in stroke patients. Method: A search of the articles was carried out in the databases: Scielo, Virtual Health Library (VHL), PubMed and PEDRO, using the descriptors: Mirror Therapy, Rehabilitation, Stroke and their descriptors in English. The two independent researchers searched for randomized, controlled articles, with a control group and intervention published between 2015 and 2020. Results: 12 articles relevant to the research were selected, after the exclusion of duplicate articles, or that did not meet the criteria for quality and inclusion , knowing that 7 articles were used to make the systematic review. All articles obtained a score equal to or greater than 4 on the PEDro scale. Of the 7 studies included in the research: 6 articles presented TM program as an intervention and 1 article had TM in the control group, 1 used balance, gait and passive mobilization sessions, 3 used conventional rehabilitation, 1 used hospital BAT and hospital-based TM. Conclusion: It can be concluded that mirror therapy is an effective method with favorable results in sensorimotor recovery in patients with stroke.

 

Key words: Mirrortherapy. Rehabilitation. Stroke.

 


Palavras-chave


terapia do espelho; reabilitações; acidente vascular cerebral.

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DOI: http://dx.doi.org/10.12819/rsf.2021.8.1.1

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Revista Saúde em Foco N° 1/2014