Da Literatura à Transmutação Fílmica em “A Hora da Estrela” / From Literature to Film Transmutation in “A Hora da Estrela”

Feliciano José Bezerra Filho, Maria Fátima Paula dos Santos

Resumo


O artigo analisa o processo de transmutação entre o texto narrativo e fílmico em “A hora da estrela”, de Clarice Lispector e Suzana Amaral, respectivamente. A transposição da escrita para o cinema há décadas vem sendo feita, e em estudos mais recentes essa conjuntura de transposição é tida como intertextualidade. Partindo dessa noção de intertexto, de cruzamento de linguagens, é que a chave analítica aqui explorada traz a intersemiose e a transmutação, enquanto categorias indissociáveis nas linguagens audiovisuais. O diálogo teórico se deu com os autores: Ana Maria Balogh (2005), C. S. Peirce (1995), Coelho Netto (2014), Júlio Plaza (2013), Marcel Martin (2005), dentre outros, fundamentais para compreensão do processo de transmutação, em que a presença de diversas linguagens favorece ao audiovisual uma tradução completa. Ao final, vê-se que o filme “A hora da estrela” consiste em texto audiovisual com camadas de linguagens que representam ações, sentimentos e angústias, o que permite inferir que é ele caracterizado como processo de transmutação que favorece um audiovisual de tradução completa. Daí Macabéa é vislumbrada pela representação icônica, indicial e simbólica. Ademais, levando em conta o fenômeno de tradução quanto à forma, o filme assume caráter paramórfico. Porém, por apresentar elementos de equivalência quanto à produção de significados, não deixa de ser, também, isomórfico.

 

Palavras-chave: A hora da Estrela. Literatura Brasileira. Transmutação.

 

ABSTRACT

 

The article analyzes the process of transmutation between the narrative and filmic text in “A hora da estrela”, by Clarice Lispector and Suzana Amaral, respectively. The transposition of writing to cinema has been going on for decades, and in more recent studies this context of transposition is seen as an intertextuality. Starting from this notion of intertext, of crossing languages, it is that the analytical key explored here brings intersemiosis and transmutation, as inseparable categories in audiovisual languages. The theoretical dialogue took place with some authors, as: Ana Maria Balogh (2005), C. S. Peirce (1995), Coelho Netto (2014), Júlio Plaza (2013), Marcel Martin (2005), which are fundamental for understanding the transmutation process, in which the presence of different languages favors a complete translation to the audiovisual. In a general view, this means, as an ample inference, it can be seen that the film “A hora da estrela” consists of audiovisual text with layers of languages that represent actions, feelings and anxieties. Thus, characterized as a transmutation process that favors a complete translation audiovisual. Hence, Macabéa is glimpsed by the iconic, indexical and symbolic representation. Furthermore, taking into account the phenomenon of translation as to form, the film takes on a paramorphic character. However, as it presents elements of equivalence regarding the production of meanings, it is also isomorphic.

 

Keywords: A hora da Estrela. Brazilian Literature. Transmutation.


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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2021.18.1.14

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