Fronteiras Africanas: Míticas e Religiosas / African Borders: Mythical and Religious

Amós Coêlho da Silva

Abstract


Neste ensaio, abordando Vozes d’África, de Castro Alves, levantaremos o que há de múltiplos fragmentos intertextuais na História, na Religião, na Etnologia e na Mitologia quanto ao comportamento social não só dos homens cristãos do Ocidente como também os do Oriente, sufocando a subjetividade humana na interação social. Castro Alves alça voo numa interrogação à luz do deslocamento geopolítico desde a América e Europa à África e observa qual é a busca humana especulativa com indagações como: 1) qual é a característica ou o lugar do homem na cadeia geral dos seres em relação ao “real”? 2) que distinção de lugar lhe cabe quanto ao “possível”, na depreensão do “real” e em relação aos seres que estão abaixo? 3) e, admitamos uma outra hipótese, em relação aos outros seres que estariam acima? De modo que, se sabemos que os que estão abaixo do homem em termos de poder se confinam em reações de percepções sensoriais, seria o homem um ser movido unicamente por intuição compulsiva, como Kant (Japiassú e MARCONDES. Dicionário Básico de Filosofia: INTUIÇÃO) o classificaria de intuitivo, Anschauung? Por que, então, o Homem se coloca no planeta tão taxativo, num único discernimento ou insight, e sem chance para uma dedução em relação ao “real”?

 

Palavras-chave: Intertextos. Geopolítica. Interações Sociais. Etimologia.

 

SUMMARY

 

In this essay, addressing Vozes d’África, by Castro Alves, we will raise the multiple intertextual fragments in History, Religion, Ethnology and Mythology regarding the social behavior of both Christian men in the West and those in the East, stifling human subjectivity in social interaction. Castro Alves takes flight in an interrogation in the light of geopolitical displacement from America and Europe to Africa and observes what is the speculative human search with questions such as: 1) what is the characteristic or place of man in the general chain of beings in relation to the “real”? 2) what place distinction do you have regarding the “possible”, in the understanding of the “real” and in relation to the beings below? 3) and, let us admit another hypothesis, in relation to the other beings that would be above? So, if we know that those who are below man in terms of power are confined to reactions of sensory perceptions, would man be a being moved solely by compulsive intuition, as Kant (Japiassú e MARCONDES. Dicionário Básico de Filosofia: INTUIÇÃO) would classify him as intuitive, Anschauung? Why, then, does Man put himself on the planet so forcefully, in a single insight, and with no chance for a deduction in relation to the “real”?

 

Keywords: Intertexts. Geopolitics. Social Interactions. Etymology.


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DOI: http://dx.doi.org/10.12819/2021.18.5.10

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